As Tecnologias Digitais na Escola e a Formação Docente: Representações,
Apropriações e Práticas
Digital Technologies in the School and Teacher Education:
Representations, Appropriations and Practices
Onilza Borges Martins1, Elaine Cátia Falcade Maschio2
1 Pós-Doutora em Educação pela Universidade Autônoma de Barcelona.
Coordenadora do Mestrado em Educação–UNINTER, Brasil. Correio
eletrônico: onilza.m@grupouninter.com.br
2 Doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná. Professora
do Centro Universitário Internacional–UNINTER, Brasil. Correio
eletrônico: elaine.m@grupouninter.com.br
Dirección para correspondencia
Resumo
O texto discute a relação entre formação de professores e tecnologias
digitais na escola. Procura compreender as representações, apropriações
e práticas de professores da educação básica, analisando criticamente a
formação docente para o uso das novas tecnologias na escola. O universo
da pesquisa contemplou instituições municipais públicas da cidade de
Curitiba e região metropolitana, do Estado do Paraná, responsáveis
pelas séries iniciais do Ensino Fundamental. Estas instituições
receberam ferramentas pedagógicas digitais como notebooks e lousas
interativas. A metodologia utilizada foi de abordagem qualitativa,
realizada mediante a aplicação de questionários com perguntas fechadas
e abertas. Os resultados obtidos tornaram evidente a necessidade
sentida pelos sujeitos escolares, em especial os professores, de uma
prática pedagógica transformadora a partir do uso das tecnologias
digitais. A falta de aportes teóricos, técnicos e pedagógicos,
necessários ao processo de formação docente para o uso das novas
tecnologias na escola, foi um dos aspectos que configuraram as
dificuldades em introjetar novas práticas pedagógicas no processo de
ensino e aprendizagem do contexto analisado.
Palavras-chave: Escola pública basica, tecnologias, professores, Brasil
Resumen
El texto discute la relación entre formación de maestros y tecnologías
digitales en la escuela. Busca comprender las representaciones,
apropiaciones y prácticas de profesores de la Educación Básica,
analizando críticamente la formación docente para el uso de las nuevas
tecnologías en la escuela. El universo de la investigación contempló
escuelas públicas de la ciudad de Curitiba y región metropolitana, en
el Estado de Paraná, responsables de los años iniciales de la Escuela
Primaria. Estas instituciones recibieron herramientas pedagógicas
digitales como ordenadores portátiles y pizarras interactivas. La
metodología utilizada fue cualitativa y realizada mediante la
aplicación de cuestionarios con preguntas cerradas y abiertas. Los
resultados ponen de manifiesto la necesidad sentida por los actores
escolares, especialmente los maestros, de una práctica pedagógica
transformadora a partir del uso de las tecnologías digitales. La falta
de aportes teóricos, técnicos y pedagógicos, necesarios al proceso de
formación docente para el uso de las nuevas tecnologías en la escuela,
fue uno de los aspectos que configuraron las dificultades en asimilar
nuevas prácticas pedagógicas al proceso de enseñanza y aprendizaje del
contexto analizado.
Palabras-clave: Escuela pública básica, tecnologías, docentes, Brasil
Abstract
The text discusses the relationship between teacher education and
digital technologies in the school. It tries to understand the
representations, appropriations and practices of elementary school
teachers, while critically analyzing teacher education for the use of
new technologies in the school. The universe of the research included
public schools in the city of Curitiba and its metropolitan region in
the state of Paraná, which are responsible for the teaching of the
early grades of Elementary Education. Such institutions receive digital
pedagogical tools such as laptop computers and interactive whiteboards.
The methodology is based on a qualitative approach and it was performed
by means of questionnaires given with closed-ended and open-ended
questions. The results found made clear the need felt by the school
subjects, especially by the teachers, for a transforming pedagogical
practice based on the use of digital technologies. The lack of
theoretical, technical and pedagogical contributions, which are
necessary to the process of teacher education for the use of new
technologies in the school, was one of the aspects that represented the
difficulties to incorporate new pedagogical practices in the teaching
and learning process of the analyzed context.
Keywords: Public school, technologies, teachers, Brazil.
1. Introdução
As reflexões em torno das práticas pedagógicas no âmbito escolar têm
permitido a produção de inúmeras investigações sobre a produção das
culturas escolares. Com relação à escola contemporânea, a introdução
das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) leva os pesquisadores
da educação a investigar e debater sobre a transformação dos modos como
a escola ensina, e as formas como os alunos aprendem no contexto dos
avanços tecnológicos digitais.
O presente texto, vinculado a pesquisa intitulada “As novas tecnologias
educacionais na escola e a produção da cultura escolar: representações,
apropriações e práticas de ensinar e aprender”, desenvolvida junto ao
núcleo de estudos sobre Formação Docente e Novas Tecnologias, do
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação do Centro
Universitário Internacional, Paraná/Brasil, procura investigar o
cotidiano da escola no contexto da cibercultura. Compete identificar e
compreender as representações, apropriações e as práticas dos
professores quanto a utilização das tecnologias digitais na sala de
aula. Pretende ainda, averiguar como a formação do docente tem
contribuído para a produção de uma prática pedagógica diferenciada,
tendo em vista a introdução das novas tecnologias educacionais nas
escolas de educação básica.
Ao lançar um olhar sobre as rupturas e as permanências da escola ao
longo da sua existência histórica, optou-se pela metodologia da
pesquisa qualitativa, a qual orientou o levantamento do campo empírico.
De acordo com Chizzotti (2013, p. 28) a pesquisa qualitativa “implica
uma partilha densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos
de pesquisa, para extrair desse convívio os significados visíveis e
latentes que somente são perceptíveis a uma atenção sensível”.
Deste modo, efetuou-se uma investigação em escolas públicas,
responsáveis pelas séries iniciais do Ensino Fundamental – portanto, da
rede municipal de ensino - da cidade de Curitiba no Paraná e da região
metropolitana. Participaram da investigação 24 professores atuantes na
educação de nível básico, os quais já dispunham e utilizavam algum tipo
de recurso digital em suas aulas.
A coleta das informações foi feita por meio de dois questionários
organizados com perguntas abertas e fechadas. O primeiro instrumento de
coleta de dados da investigação foi um questionário contendo cinco
perguntas fechadas, o qual visou conhecer quais tecnologias os
professores tinham disponíveis na escola, qual o sistema operacional
dos computadores e de que modo esses recursos eram por eles utilizados.
O segundo instrumento, também em forma de questionário, continha dez
perguntas abertas referentes ao uso da tecnologia digital nas aulas.
Este questionário procurou abordar informações que pudessem
caracterizar o perfil dos docentes entrevistados, questões referentes à
formação inicial e continuada dos professores, aspectos sobre a
apropriação dos recursos digitais em sala de aula e aspectos que
configuravam as práticas docentes, enfatizando as questões positivas e
negativas quanto ao uso das tecnologias digitais.
Um dos critérios para a participação dos docentes na pesquisa foi a
aceitação do preenchimento dos questionários, garantindo o anonimato
dos depoentes. Por isso, os professores efetuaram o registro de seus
nomes nas fichas específicas para o registro de seus dados pessoais,
anexo aos questionários. Portanto, no decorrer do texto esses nomes não
foram identificados, pois optou-se pela identificação alfanumérica: P1,
P2, P3 e assim sucessivamente.
A caracterização dos sujeitos pesquisados foi evidenciada mediante as
informações dos questionários, dos quais foi possível observar que os
professores entrevistados dispunham de computadores portáteis
(notebooks) e lousas interativas digitais. Esses recursos foram
inseridos nas escolas onde os sujeitos atuavam, no decorrer do ano de
2012.
Ainda quanto ao perfil dos professores participantes da pesquisa, foi
possível verificar que se tratavam de profissionais do gênero feminino,
formados no curso de Pedagogia com especialização nas áreas de
Psicopedagogia, Educação Especial e Gestão Escolar. Em relação ao tempo
de serviço no magistério, constatou-se que o mesmo variava de dois a
vinte três anos de atuação, sendo cinco professoras entre dois a dez
anos de atuação; quatorze professoras entre dez a vinte anos de atuação
e cinco professoras que somavam mais de vinte anos de experiência
docente nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
Os questionamentos que nortearam a presente investigação foram esses:
qual a representação dos professores quanto o uso das novas tecnologias
na escola? Como eles se apropriavam dessas tecnologias digitais no
cotidiano escolar? Como essa apropriação possibilitava superar ou
manter as práticas escolares “tradicionais”? A formação docente para o
uso das novas tecnologias contribuiu para a produção de outras práticas
pedagógicas?
Buscando compreender as representações, as apropriações e a instituição
de novas práticas educativas a partir do uso das novas tecnologias
educacionais, a pesquisa fundamentou-se em autores como Chartier
(1991), Kenski (2007) e Lévy (1999). Os estudos de Chartier (1991)
contribuíram para compreender as representações e as apropriações dos
professores, a partir do entendimento de que a representação é a
percepção social, a imagem do presente que foi construída através das
práticas culturais (escolares, sociais, políticas). Assim, pretendeu-se
investigar as representações, ou seja, os modos como os professores
pensam, olham e constroem a realidade da sala de aula a partir do uso
das novas tecnologias digitais.
Do mesmo modo, o termo apropriação é entendido a luz das reflexões do
autor. A apropriação é a interpretação das representações e prescrições
formalizada nas práticas. Portanto, pode-se dizer que as práticas
pedagógicas dos professores mediante a utilização das novas tecnologias
na escola configuram os modos como as prescrições legais foram
apropriadas e junto as representações dos sujeitos foram transformadas
em práticas.
Os professores das séries iniciais da educação de nível básico
entrevistados foram porta-vozes de experiências pedagógicas singulares,
que informaram os significados atribuídos no cotidiano da escola.
Tentando compreender como essas experiências foram materializadas nas
práticas, procurou-se observar como as prescrições para o uso das novas
tecnologias educacionais foram apropriadas e assumiram por vezes,
outros significados.
Os estudos de Kenski (2007, p. 19) contribuíram para compreender que as
tecnologias sempre se fizeram presentes na escola, pois ela “engloba a
totalidade de coisas que a engenhosidade do cérebro humano conseguiu
criar em todas as épocas, suas formas de uso, suas aplicações”. Mas a
autora também elucidou que as novas tecnologias se referem
especificamente “aos processos e produtos relacionados com o
conhecimento provenientes da eletrônica, da microeletrônica e das
telecomunicações” e também “seu principal espaço de ação é virtual e
sua principal matéria-prima é a informação” (Kenski, 2007, p. 25).
Barreto (2010, p. 12) esclarece que as novas tecnologias educacionais
derivam das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, porque foram
(re) contextualizadas no espaço escolar. Nesta direção, entende-se que
as novas tecnologias só são educacionais porque são utilizadas na
escola como mediação da prática pedagógica, e porque servem a objetivos
escolares constituindo-se parte integrante do programa curricular.
Assim, o presente texto - dividido em duas partes – apresenta por meio
dos resultados da pesquisa de campo, as representações, apropriações e
a formação de professores no uso das novas tecnologias digitais na
escola de nível básico. A primeira parte do texto pretendeu compreender
as representações e apropriações dos professores que usufruem na sua
prática diária de recursos digitais como netbooks e lousas interativas;
a segunda discute a formação docente (inicial e continuada) como
contributo para a produção de novas práticas pedagógicas ou para a
manutenção dos mesmos modos de ensinar e aprender.
2. Para compreender as representações, apropriações e práticas de
ensinar na escola por meio das tecnologias digitais
Para além dos laboratórios de informática, a introdução dos
computadores portáteis na sala de aula implica na aproximação mais
rápida do aluno à cultura digital. A possibilidade de a escola acessar
de forma mais célere a cultura midiática, faz com que muitos
profissionais e pesquisadores da educação reflitam sobre os aspectos
positivos e negativos da práxis educativa, considerando o contexto da
cibercultura.
O termo cibercultura é aqui entendido como um conjunto de elementos
associados às formas de comunicação mediadas pelos espaços virtuais, ou
seja, pelos ciberespaços. De acordo com Lévy (1999, p. 94), a
cibercultura se desenvolve junto ao crescimento dos ciberespaços que se
constituem como “espaço da comunicação aberto pela interconexão mundial
dos computadores e das memórias dos computadores”.
Os ciberespaços são lugares de veiculação da cibercultura. Eles
estabelecem uma multiplicidade de conexões, capazes de constituir novas
práticas de comunicação. Essas novas possibilidades de comunicação,
redimensionam as formas como os sujeitos se apropriam do conhecimento
produzido na e pela sociedade. A cibercultura, como cultura derivada da
mediação e das apropriações junto às tecnologias digitais, trata-se de
um fenômeno contemporâneo. Assim, ela é constituída por práticas
comunicacionais, culturais e educacionais produzidas concomitantes aos
avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação.
Mesmo neste novo contexto, é relevante a imposição sobre a escola da
tarefa de transmitir os conhecimentos historicamente acumulados.
Contudo, tendo em vista os modos como a produção e a circulação das
ciências e da cultura tem se processado na sociedade contemporânea,
marcada pelos avanços tecnológicos digitais, “surgiram novas
referências culturais que exigiram a necessidade do domínio de códigos
diferentes para as leituras e interações com a realidade” (Martins,
2008, p. 68).
Assim, esse conjunto de conhecimentos é apreendido por meio de novas
práticas pedagógicas. Por isso, entende-se que as formas como o
conhecimento é transmitido e apreendido se modificam, se renovam a
medida que as novas tecnologias são introduzidas no âmbito educacional,
sem que a escola perca de vista a sua função no processo de formação
humana. Considera-se que a escola não é apenas um lugar de transmissão
de conhecimentos, mas um lugar de produção de cultura, ou de culturas.
Ao voltar nosso olhar para o interior da sala de aula, é possível
perceber como a cultura escolar tem sido produzida. Segundo Forquin
(1993, p. 167), a escola tem características, ritmos e linguagens
próprias. Mas também, conforme afirma Viñao (2000, p. 32), as
instituições escolares são constituídas por aspectos relacionais
externos e internos.
Sem dúvida, um dos principais aspectos externos a influenciar a escola
contemporânea tem sido o avanço das Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação. Os computadores têm extrapolado os espaços sociais e
avançado para o espaço escolar da sala de aula.
Aos poucos, os lugares destinados aos laboratórios de informática nas
escolas estão dando lugar a algum tipo de equipamento digital que
integra o próprio espaço da sala de aula. Em algumas escolas, inclusive
da rede pública de ensino, os alunos têm disponíveis computadores
individuais ou tablets, de modo que o seu manuseio ocorre
simultaneamente nas aulas.
Inevitavelmente, essa nova disposição material e espacial tem
transformado a prática pedagógica, principalmente no que se refere ao
tempo escolar e ao processo de ensino aprendizagem. As atividades
desenvolvidas em laboratórios de informática exigiam do professor a
separação de parte do tempo do planejamento e o deslocamento dos
sujeitos para outro espaço que não fosse aquele da sala de aula. Já a
introdução do computador no contexto das atividades diárias da sala de
aula, redimensiona o uso deste recurso tecnológico, integrando na
própria aula os computadores portáteis e reordenando os espaços e os
tempos escolares.
Assim, os equipamentos digitais portáteis (laptops, netbooks, tablets,
entre outros) passaram a compor o cenário material da escola e dividir
o espaço com os demais objetos da sala de aula, como por exemplo, o
quadro negro e os livros escolares. Essa talvez seja a principal
diferença entre os laboratórios fixos de informática, pois a
flexibilização proporcionada pelos recursos digitais portáteis,
possibilita sua utilização em qualquer tempo e espaço da aula. Neste
caso, a possibilidade de o computador ser considerado um recurso de
medição pedagógica integrado às atividades escolares diárias, e não
apenas um instrumento de pesquisa ou um suporte de jogos educativos,
deve ser considerada como aspecto relevante à prática docente.
No Brasil, entre os recentes programas que orientam a introdução das
tecnologias digitais na escola, mais especificamente dos laptops
educacionais em sala de aula, está aquela que tem sido regulamentada
pela Resolução FNDE/CD nº 17 de junho de 2010, a qual:
Estabelece normas e diretrizes para que os Municípios, Estados e o
Distrito Federal se habilitem ao Programa Um Computador por Aluno -
PROUCA, nos exercícios de 2010 a 2011, visando à aquisição de
computadores portáteis novos, com conteúdos pedagógicos, no âmbito das
redes públicas da educação básica. (Fundo Nacional de Desenvolvimiento
da Educaçao [FNDE], 2010, párr. 1)
Sob a égide da mudança e da atualização dos processos de ensino e
aprendizagem na escola junto aos avanços da sociedade, a adoção das
tecnologias digitais, principalmente dos computadores no contexto
escolar, tem sido considerada pela mesma legislação como uma estratégia
que visa:
(...) melhorar a qualidade dos processos de ensino aprendizagem nas
escolas públicas brasileiras, por meio da universalização do uso de
tecnologias da informação e da comunicação (TIC) no sistema público de
ensino, que permitam a utilização e o acesso individual dos alunos a
conteúdos e instrumentais digitais de qualidade para uso pedagógico, de
forma autônoma e colaborativa, aumentando com isso a permanência e o
crescimento dos alunos da educação básica nos sistemas federal,
estadual e municipal. (Fundo Nacional de Desenvolvimiento da Educaçao
[FNDE], 2010, párr. 4)
O uso do computador no contexto escolar atual, embora ainda incipiente,
tem gerado amplo impacto sobre a educação, criando-se novas formas de
aprender e acessar o conhecimento. Nesse processo, merece especial
ênfase, as novas maneiras como professor e aluno se relacionam - como
representam e como se apropriam – dos recursos digitais.
Ocorre muitas vezes, que os computadores são inseridos nos contextos
escolares como máquinas, em que se pressupõe do professor e dos alunos
apenas o seu conhecimento instrumental e técnico. Contudo, conforme
afirma Lévy, os computadores não são somente “instrumentos de
comunicação, de pesquisa de informações, de cálculo, de produção de
mensagens (textos, imagens, som) a serem colocados nas mãos dos
estudantes” (Lévy, 1999, p. 174).
No universo das escolas pesquisadas, os professores entrevistados
declararam que tinham disponíveis para as atividades em sala de aula,
conforme apresenta o gráfico 1, as seguintes tecnologias digitais:
Observa-se que os 24 professores entrevistados tinham disponibilidade
para o trabalho pedagógico diário na escola os computadores,
localizados nos laboratórios de informática, mas também os netbooks que
poderiam ser deslocados para qualquer espaço da escola, principalmente
para a sala de aula. Assim, cada aluno poderia dispor do seu próprio
aparelho para realizar as atividades.
Foram questionados ainda os entrevistados sobre qual o sistema
operacional dos computadores disponíveis na escola. O resultado apontou
que 12 professores utilizavam o sistema Windows, seis o Linux e seis
ambos, o Windows/Linux. O uso de software livre nas escolas públicas do
Estado do Paraná/Brasil ocorreu, de acordo com Bonilla (2010), desde o
decreto de 29 de outubro de 2003. Esta data que marca a adesão de
software livre como política pública para o ensino básico paranaense,
configurou o estado um dos principais usuários de software livre do
país. Ainda assim, observa-se que o Windows configura-se como sistema
operacional predominante também nas escolas públicas.
Quanto ao acesso à internet, dos docentes entrevistados, apenas quatro
professores declararam que a escola não dispunha desta rede. O restante
dos professores revelou ter disponível o acesso a internet, mas com
inúmeras dificuldades para o seu funcionamento, seja pela lentidão,
interrupção do processo, e ainda, impossibilidade de acesso. Esses
problemas levaram alguns professores a declararem que raramente é
possível utilizar programas online nas aulas.
Essa afirmação dos docentes apresenta indícios da forma como os
recursos digitais são utilizados na escola. Diante da impossibilidade
de acesso à internet no ambiente escolar, e consequentemente na sala de
aula, entende-se que a apropriação dos computadores e lousas
interativas digitais, por exemplo, poderia se restringir ao trabalho
com software educativos instalados nas máquinas.
Para Kenski:
A Internet potencializa as possibilidades de acesso às informações e a
comunicação da escola com todo o mundo. Por meio da “rede das redes”, a
escola pode integrar-se ao universo digital para concretizar diferentes
objetivos educacionais. No entanto, para que a escola possa estar
conectada ao ambiente tecnológico das redes é preciso, antes de tudo,
possuir infraestrutura adequada: computadores em número suficiente, de
acordo com a demanda prevista para sua utilização; modems e formas
diversificadas e velozes de conexão (via telefone, cabo, rádio). (2012,
p. 71)
Observou-se pelas respostas dos professores que a maioria das escolas
ainda não possui infraestrutura suficiente para efetivar um ensino
baseado na utilização das novas tecnologias, principalmente aquelas que
pressupõem o uso ininterrupto e irrestrito da internet. Por vezes, o
incremento do ambiente educativo com equipamentos tecnológicos digitais
é efetuado sem que a infraestrutura seja adequada, comprometendo o bom
andamento das aulas e a concretização dos objetivos que a utilização
dos novos recursos tecnológicos possibilitariam alcançar.
Na sondagem sobre as representações e apropriações dos professores por
meio dos questionários, verificou-se que mesmo diante dos problemas de
infraestrutura, o computador é amplamente utilizado. A principal função
dele, declarada pelos docentes, é auxiliar a preparação de aulas
dinâmicas e interessantes, como mostra o gráfico 2.
A outra questão observada na apropriação dos recursos digitais foi a
questão do espaço. Considerou-se como o espaço da sala de aula foi
reordenado pelos professores para agregar as novas tecnologias
educacionais aos materiais já existentes na escola.
Antes de discutirmos as repostas dos professores, cabe retomar à
discussão de Kenski sobre a relação entre novas tecnologias e espaço
escolar. Para a autora:
As tecnologias redimensionam o espaço da sala de aula em, pelo menos,
dois aspectos. O primeiro diz respeito aos procedimentos realizados
pelo grupo de alunos e professores no próprio espaço físico da sala de
aula. Neste ambiente a possibilidade de acesso a outros locais de
aprendizagem – bibliotecas, museus, centros de pesquisas, outras
escolas etc... com os quais os alunos e professores podem interagir e
aprender – modifica toda a dinâmica das relações de ensino
aprendizagem. Em um segundo aspecto, é o próprio espaço físico da sala
de aula que também se altera. (Kenski, 1998, p. 70)
Concordando com as considerações da autora, é possível observar no
universo escolar investigado a alteração do espaço escolar nas duas
perspectivas. Quanto a primeira, constatou-se pelas respostas dos
entrevistados que por meio da lousa interativa digital e dos netbooks,
os alunos podem acessar um universo amplo de informações,
principalmente aqueles propiciados pelos ambientes de aprendizagens
virtuais, quando conseguem acessar a internet. Além dos software e
games educativos, os dois recursos inseridos em sala de aula permitem
desenvolver novos formatos de atividades interativas. Por meio dos
ciberespaços, como blogs e sites, podem acessar uma variedade de
hipertextos, e-books ou outros arquivos virtuais.
A possibilidade de interação e a multiplicidade de recursos
audiovisuais deixam professores e alunos atentos diante da
possibilidade de apreender por meios que extrapolam os modos
tradicionais de transmissão do conhecimento escolar. Para os
professores, a imagem construída sobre estas tecnologias foi revelada
como importante ferramenta para a mudança de suas práticas e para o
avanço da qualidade do processo ensino aprendizagem.
(...) a escola precisa ir além do ensino de informática com foco em
conhecimentos básicos sobre computadores, usos de aplicativos,
programas de edição de texto, jogos educativos, etc. O foco precisa
direcionar-se para além da simples operação do equipamento, voltando-se
para a possibilidade de os estudantes poderem se valer das informações
disponibilizadas nesse espaço digital. Desde muito cedo em suas vidas
escolares, os estudantes precisam ter acesso a computadores e
participar de práticas educacionais que requeiram o uso de tecnologias
da informação, com a perspectiva de um letramento digital em vista.
(Soares, Valentini e Pescador, 2013, p. 155)
No que se refere ao segundo aspecto apontado pelas autoras, observou-se
na fala de alguns professores, que declararam dispor da lousa
interativa digital, que a apropriação deste recurso demandava a
reorganização da sala de aula. Na disputa com o quadro negro pela
localização central e visível a todos os alunos, a lousa digital foi
disposta, em alguns casos, na parede ao fundo da sala. Assim, as
carteiras deveriam ser reordenadas de modo que todos os alunos pudessem
visualizá-la, se posicionando em frente a ela.
Verificou-se também nos depoimentos, a reorganização do espaço em
função, até mesmo, da falta de espaço na escola para novos objetos. Na
maioria dos casos, a lousa foi instalada na sala de aula ocupada
diariamente pela turma, mas também houve outros em que a lousa foi
instalada em uma sala específica da escola, como uma espécie de uma
segunda sala de informática.
Conforme os depoimentos dos professores como se pode visualizar no
gráfico 3, as novas tecnologias são tomadas como instrumentos
auxiliares que enriquecem as aulas.
Algumas falas selecionadas revelaram esses aspectos:
O acesso à multimídia me proporciona a oportunidade de trazer com
frequência vídeos, documentários, filmes, músicas, que tornam os
conteúdos mais prazerosos para as crianças (P2).
A lousa interativa, de acordo com o conteúdo, enriquece o meu
planejamento (P7).
Foi uma novidade utilizá-la, nos dá a oportunidade de enriquecer os
conteúdos com vídeos, ilustrações, etc. (P15).
Percebe-se que as (TIC) são inseridas e integradas às práticas
pedagógicas diárias dos professores como recursos que contribuem para o
processo de construção de conhecimentos dos alunos. Contudo, são
apropriadas de modo complementar às atividades trabalhadas ainda que de
forma tradicional. Por outro lado, não raro é encontrar professores que
só utilizam os computadores para propor cópia de texto ou ilustrar as
aulas com vídeos e imagens.
Além disso, alguns docentes vincularam o uso dessas tecnologias como
divertida e lúdica. A inserção das tecnologias digitais na sala de aula
proporciona um aumento no uso de softwares de jogos educativos. Quando
questionados sobre a contribuição das tecnologias digitais nas aulas,
alguns declararam:
Excelente, os resultados com as crianças já aparecem em curto prazo.
Eles interagem, participam, aprendem e são solidários uns com os outros
nas faces mais difíceis de jogos, por exemplo (P1).
Acho que faz parte desta geração, é inerente a ela e nos ajuda a
trabalhar com ferramentas pedagógicas que as crianças adoram. Elas
aprendem, fazem atividade, com prazer, pois pensam que estão brincando,
e, de fato, o lúdico dessas atividades com o uso da tecnologia é
acentuado (P9).
é altamente atrativa para as crianças, elas se concentram mais, e
aprendem brincando, é o caso dos jogos (P12).
A lousa digital é maravilhosa. Além de amar e se divertir muito, os
alunos aprendem mais rápido os conteúdos e com atividades divertidas
através de histórias contadas por personagens (P21).
A inserção das tecnologias digitais numa perspectiva de transformação
deve contribuir para a mudança da prática pedagógica. é necessário
reconfigurar o espaço da sala de aula e o redimensionamento da
concepção e formação dos professores sobre o uso das novas tecnologias
educacionais. Tudo isso, contribui para mudanças na própria cultura
escolar instituída.
A substituição de uma tecnologia simples por outra mais complexas
(e.g., quadro-negro e giz por lousa interativa) pode indicar progresso
tecnológico, mas não garante por si só o aprimoramento da aprendizagem
dos alunos. De fato, se a metodologia educacional tradicional for
mantida, pode-se prever pouca ou nenhuma variação no rendimento escolar
dos alunos, independentemente do emprego de tecnologias educacionais
sofisticadas (como suportes às aulas presenciais ou na EAD) (Ribeiro,
Oliveira, Mill, 2013, p. 154).
A produção de uma mudança significativa das práticas pedagógicas na
escola não é garantida somente pela introdução dos novos recursos
tecnológicos, e muito menos na utilização técnica de determinadas
ferramentas. é necessário que a comunidade escolar procure compreender
todo o potencial das novas tecnologias educacionais. Para isso,
torna-se fundamental que haja uma formação inicial e continuada dos
professores de maneira sólida e comprometida. A escola também precisa
estabelecer um projeto pedagógico com objetivos claros, envolvendo as
necessidades dos alunos no processo de aquisição do conhecimento
produzido em uma sociedade cibercultural.
O incipiente processo de inserção das novas tecnologias educacionais na
escola determina o modo como professores e alunos se apropriam delas.
Com relação à apropriação das novas tecnologias, o mesmo pode ser
observado no gráfico 4, quando os professores foram questionados sobre
a forma como as utilizam.
O fragmento da fala de um dos docentes entrevistados ilustra o modo
como as novas tecnologias são apropriadas à prática pedagógica
tradicional.
Utilizo essa tecnologia mais para enriquecer as aulas. Nela podemos
passar vídeos sobre um determinado assunto, jogos com atividades de
língua portuguesa e matemática, um programa onde podemos montar
diferentes aulas (P13).
Verificou-se que as tecnologias digitais estão sendo compreendidas e
apropriadas como instrumentos pedagógicos complementares às práticas
pedagógicas já estabelecidas, os quais possibilitam a produção de uma
aula mais atrativa e interessante.
Segundo Soares, Valentin e Pescador:
(...) ao introduzirmos os laptops educacionais nas salas de aula,
precisamos pensar em alternativas que estejam além do simples uso de
tecnologias como um recurso para modernizar as práticas vigentes. Eles
devem ser vistos especialmente como uma possibilidade de práticas
inovadoras que favorecem o desenvolvimento de cooperação, autonomia,
criticismo e construção de significado. (2013, p. 154)
A lousa digital, por exemplo, pode ser utilizada na sua potencialidade
pedagógica, ou simplesmente como suporte visual de texto, imagens e
vídeos. Do mesmo modo, os netbooks podem ser introduzidos na sala de
aula simplesmente para a pesquisa de algum assunto ou ainda para a
utilização de jogos educativos. Assim, a falta de orientação
metodológica quanto ao uso das novas tecnologias educacionais nos
cursos de formação inicial e de capacitação (formação continuada), é um
dos fatores que contribuem para determinar a forma como os professores
se apropriam dos recursos digitais em sala de aula.
3. A formação de professores e as novas tecnologias: uma questão
emergente
é inconteste que a formação docente (inicial e continuada) constitui-se
em um dos aspectos fundamentais do processo de ensino aprendizagem na
escola. Talvez seja este um dos principais desafios quando o assunto é
a introdução das novas tecnologias educacionais na escola de hoje.
Os professores entrevistados indiciaram em suas falas a problemática da
falta de formação para o uso das tecnologias digitais na escola. O
contexto escolar investigado revelou que a maioria dos professores não
teve em sua formação inicial qualquer orientação técnica, teórica ou
metodológica para o uso das novas tecnologias. Os professores afirmaram
que não obtiveram conhecimentos específicos, e indicaram que as noções
adquiridas para o uso das novas tecnologias, ocorreram de forma
autodidata (gráfico 5).
No caso da formação continuada, poucos professores atribuem à aquisição
de algum conhecimento nessa área à formação continuada e aos cursos de
aprimoramento. Os professores que receberam cursos de capacitação
específica, oferecidos pela mantenedora, relataram que o seu conteúdo
se relacionava ao uso da tecnologia disponível, bem como do modo como
se deveria manuseá-la no espaço da sala de aula, mas sem aprofundamento
no que tange à abordagem metodológica (gráfico 6).
A formação do professor deve proporcionar a integração da informática
nas atividades realizadas em sala de aula, promovendo as condições para
se construir conhecimento. O professor deve entender que o computador
pode ser integrado na sua prática pedagógica diária como um recurso que
possibilita alcançar os objetivos pedagógicos a que se dispõe atingir.
Pela falta de compreensão de como os recursos digitais podem propiciar
a construção do conhecimento por meio de uma transformação
metodológica, alguns professores consideram os recursos digitais na
escola como instrumentos que geram medo e desconfiança.
Para Kenski, a formação dos professores para o uso das novas
tecnologias deve:
Identificar quais as melhores maneiras de usar as tecnologias para
abordar um determinado tema ou projeto específico ou refletir sobre
eles, de maneira a aliar as especificidades do “suporte” pedagógico (do
qual não se exclui nem a clássica aula expositiva nem, muito menos, o
livro) ao objetivo maior da qualidade da aprendizagem de seus alunos.
(2007, p. 106)
Um dos desafios da formação dos professores para o uso das novas
tecnologias é desenvolver nos professores a capacidade para perceber a
potencialidade dos recursos educacionais digitais. Essa concepção vai
além daquela predominante nos cursos de formação docente, da qual põe
em evidencia o treinamento para o manuseio correto do computador,
deixando de lado o potencial metodológico da ferramenta. Esse foi o
principal aspecto a ser apontado pelos professores no processo de
formação docente: a falta de aporte metodológico para a utilização dos
recursos digitais no processo de ensino aprendizagem.
Impondo novos ritmos e habilidades no processo de ensinar e aprender,
as transformações tecnológicas da nossa sociedade têm sido muito
céleres. Neste sentido, os professores devem ter pleno domínio do uso
dos computadores.
Assim, continua Kenski:
Os usos de diferentes tecnologias digitais, por exemplo, em cursos
presenciais, demandam novas habilidades dos docentes, além de
estratégias e dinâmicas diversificadas para apresentação em sala de
aula. Muita coisa muda: desde a apresentação e a organização dos
conteúdos, até a realização de atividades, a distribuição dos tempos, a
definição das formas de participação de professores e alunos e o
processo de avaliação. (2007, p. 111)
As novas tecnologias, recontextualizadas para o ambiente escolar, têm
se caracterizado como um imprescindível instrumento de mediação
pedagógica. Observou-se, portanto, que a maioria dos professores,
apesar de seus receios, limites e compreensão, tem demonstrado esforços
para utilizar com o maior proveito possível as potencialidades
pedagógicas das tecnologias digitais.
Contudo, a preocupação e a promoção de uma formação inicial e
continuada dos professores para o uso das novas tecnologias deve ser o
principal desafio da escola contemporânea. A formação docente deve
proporcionar à escola as transformações necessárias da prática
pedagógica. Uma prática que deve acompanhar a rápida difusão e acesso
aos saberes produzidos pela cibercultura, sem perder de vista a
formação humana baseada nos saberes acumulados historicamente.
4. Considerações finais
O presente trabalho procurou investir na ideia de que a presença das
novas tecnologias educacionais na escola possibilita a atualização das
práticas de ensino, por meio dos modos como os sujeitos escolares
representam e se apropriam delas. Essas representações e apropriações
materializadas nas práticas são capazes de produzir uma nova cultura
escolar.
O questionamento lançado por Lévy no excerto abaixo, possibilita
refletir sobre uma questão visualizada nos contextos escolares atuais.
O autor questiona e responde:
Como manter as práticas pedagógicas atualizadas com esses novos
processos de transação de conhecimento? Não se trata aqui de usar as
tecnologias a qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e
deliberadamente uma mudança de civilização que questiona profundamente
as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas
educacionais tradicionais e sobretudo os papéis de professor e aluno.
(Lévy, 1999, p. 174)
Nesta direção, entende-se que a transformação pedagógica a partir das
novas tecnologias na sala de aula não é garantida somente pela inserção
dos recursos digitais na escola, mas aos modos como os sujeitos
escolares representam, se apropriam e recriam novas práticas.
A partir do estudo empírico, podemos conceber a representação e a
apropriação dos professores quanto ao uso das tecnologias digitais na
escola a partir de três categorias: a) as docentes representam as
tecnologias digitais disponíveis como instrumentos complementares da
prática pedagógica diária e atribuem a elas o desenvolvimento do
caráter lúdico da aula, possibilitando maior concentração dos alunos
nas atividades desenvolvidas; b) a apropriação dos recursos digitais
redimensiona o espaço e o tempo da sala de aula, quando os alunos
utilizam os netbooks e tem disponível a lousa digital; c) um dos
grandes desafios da prática diária é a pouca habilidade para utilizar
as novas tecnologias no desenvolvimento de novas metodologias
educativas, em decorrência da falta de uma formação docente inicial e
continuada.
No que se refere à representação, a maioria dos professores considera e
entende que o computador pode ser muito relevante no processo de ensino
aprendizagem, e o seu uso é fundamental para desenvolver atividades
criativas e motivadoras, que vão de encontro com as necessidade e
demandas da sociedade cibercultural. Para os professores, as novas
tecnologias educacionais possibilitam: a melhor preparação do
planejamento; uma aprendizagem de forma lúdica; maior concentração dos
alunos nas aulas; ampliação do conteúdo trabalhado nas aulas.
Contudo, a falta de formação inicial e continuada tem se mostrado um
dos principais aspectos negativos e um dos desafios fundamentais no
processo de inserção das novas tecnologias na escola.
Assim, entre os aspectos negativos observado com este estudo,
encontra-se a pouca infraestrutura das escolas para oferecer o suporte
necessário às novas tecnologias educacionais e o pouco domínio
metodológico por parte de alguns docentes no uso dos recursos digitais.
Planejar aulas diferentes e interativas, que mobilizem os alunos e
possibilitem a inclusão na cultura digital, utilizando a lousa digital
ou os netbooks, consiste ainda no principal desafio docente. Por isso,
a utilização como suporte de texto, como reprodutor de vídeo ou
instrumento de pesquisa ainda é uma representação que prevalece quando
se pressupõe o uso do computador na sala de aula.
Ademais, é plausível afirmar que os desafios atuais impõem aos sujeitos
escolares novas formas de lidar com o processo de ensino aprendizagem.
O desencadear dessas novas maneiras de ensinar e aprender,
impulsionadas pelas inúmeras transformações da sociedade da informação,
permitirão que uma nova cultura escolar se constitua e se consolide,
nos diversos níveis do sistema de ensino brasileiro.
De acordo com os autores pesquisados e as respostas obtidas com a
presente pesquisa, foi possível perceber que cada vez mais os
computadores e recursos digitais portáteis adentram no cotidiano da
escola. Assim, a escola inserida em uma sociedade cibercultural, por
sua vez, não pode estar alheia às múltiplas formas em que constitui o
acesso aos conhecimentos ora produzidos.
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Correspondencia a:
Onilza Borges Martins. Pós-Doutora em Educação pela Universidade Autônoma de Barcelona.
Coordenadora do Mestrado em Educação–UNINTER, Brasil. Correio
eletrônico: onilza.m@grupouninter.com.br
Elaine Cátia Falcade Maschio. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná. Professora
do Centro Universitário Internacional–UNINTER, Brasil. Correio
eletrônico: elaine.m@grupouninter.com.br
Ensayo recibido: 5 de febrero, 2014 Devuelto para corrección: 21 de
julio, 2014 Aprobado: 31 de julio, 2014