O (Des)Interesse dos Professores Frente as Atividades em Contraturno

Teachers (Dis)Interests in Front of the Extra-Curricular Shift Activities

Juliana Alves Da Silva Ubinski Dulce1 Maria Strieder2

1 Bolsista da Capes D/S. Unioeste Campus Cascavel, Paraná, Brasil. Mestranda em Educagáo; Integrante do Grupo de Pesquisa Formagáo de Professores de Ciencias e Matemática. Correio eletrónico: julianaubinski@hotmail.com
2 Docente do Programa de Mestrado em Educagáo e da área de Física/CCET/UNIOESTE-Cascavel, Paraná, Brasil; Integrante do Grupo de Pesquisa Formagáo de Professores de Ciencias e Matemática; Doutora em Educagáo. Correio eletrónico: dulce.strieder@unioeste.br
Dirección para correspondencia


Resumo

A educagao em tempo integral tem participado das pautas de discussao no ámbito da pesquisa educacional e da elaboragao de políticas educacionais brasileiras. Neste sentido, algumas alteragoes nas políticas direcionadas ás escolas tem possibilitado inovagoes no sentido da permanencia do aluno na escola por maior intervalo de tempo, aproximando-se do atendimento de algumas demandas sociais. Com base na gánese da motivagao dos professores responsáveis pelas atividades em contraturno é essencial para o envolvimento dos alunos para ser eficaz. O presente ensaio teve como objetivo apresentar a percepgao dos professores em relagao ás atividades de complementagao curricular em contraturno. A pesquisa foi realizada com professores de uma escola estadual da cidade de Cascavel; Paraná; Brasil através da aplicagao de questionário. Os resultados obtidos demonstram a necessidade de buscar maior envolvimento dos professores em relagao ás atividades de contraturno realizadas na escola onde atuam, para que desta forma eles sintam-se motivados a propor e realizar atividades em contraturno.

Palavras-chaves: professores, jornada escolar, contraturno, Brasil

Resumen

La educación a tiempo completo ha sido un tema tratado en la investigación educativa y en la elaboración de políticas educativas brasileñas. Algunos cambios en estas políticas han posibilitado innovaciones con respecto a una mayor permanencia del alumnado en el centro educativo, atendiendo algunas demandas sociales al respecto. La motivación de los profesores responsables de las actividades extra curriculares es esencial para el desarrollo efectivo de los estudiantes. Este trabajo tiene como objetivo presentar las percepciones de los profesores con respecto a las actividades curriculares complementadas con un horario extraclase. La investigación se llevó a cabo con profesores de una escuela pública de la ciudad de Cascavel, Paraná, Brasil, mediante la aplicación de un cuestionario. Los resultados obtenidos demuestran la necesidad de buscar un mayor compromiso de los profesores en relación con las actividades extracurriculares en las escuelas donde trabajan, para que así se sientan motivados a fomentar esta práctica.

Palabras clave: profesores, actividad escolar, horario extraclase, Brasil

Abstract

The full-time education has participated in the agendas of discussion in the educational research and development of Brazilian educational policies. Therefore, some changes in policies directed to the schools has enabled innovations towards the students remaining in school for longer time, approaching the attendance of some social demands. Assuming that the motivation of teachers responsible for the activities in extra-curricular shift is essential for the achieving of student engagement. This test aims to present the perceptions of teachers regarding curricular activities complement in extra-curricular shift. The survey was conducted with teachers at a state school in the city of Cascavel; Paraná; Brazil through a questionnaire. The results demonstrate the need to seek greater involvement of teachers in relation to extra-curricular shift activities at the school where they work, so this way they feel encouraged on purposing and performing activities in extra-curricular shift.

Keywords: teachers, school day, extra-curricular shift, Brazil


1. Introducáo

As demandas da sociedade vinculadas a aspectos culturais e económicos, além dos interesses políticos específicos, geram alteracóes constantes no ámbito da educacáo. As tensóes nestas diferentes instáncias levam á implementacáo de políticas e programas educacionais que preveem alteracóes nos processos de ensino e de aprendizagem e almejam melhorar os índices referentes ao desempenho escolar.

Nas últimas décadas, a preocupacáo com criancas e adolescentes em situacáo de risco social gerou diversas discussóes sobre acóes que poderiam melhorar a situacáo socioeducacional desses alunos e assegurar o respeito aos seus direitos. Neste sentido, a legislacáo brasileira prevé projetos e atividades que complementam o tempo de permanéncia dos alunos em sala de aula, sendo que cada estado tem diferentes formas de aplicacáo.

No Paraná, diversos projetos em contraturno sáo ofertados em diferentes áreas do conhecimento e para diferentes finalidades. As salas de apoio para as disciplinas de Portugués e Matemática contribuem para o aprendizado de alunos que tém alguma deficiéncia de aprendizagem nessas disciplinas. Para alunos com outros déficits de aprendizagem, a sala de recurso é ofertada a fim de contribuir com o processo de inclusáo. Através do Centro de Línguas Estrangeiras e Modernas (Celem), de forma facultativa, os alunos podem estudar diferentes idiomas que sáo ofertados de acordo com as necessidades da comunidade local.

Além dos programas e projetos já mencionados, as Atividades de Complementacáo Curricular sáo incentivadas através de legislacáo estadual específica. A comunidade escolar escolhe os projetos de interesse e realiza os trámites necessários para a sua realizacáo. Essas atividades potencializam a promocáo de uma maior interacáo entre professor e aluno, pois a prática pedagógica é, em geral, diferenciada, indo muito além de aulas teóricas e expositivas.

As atividades de complementacáo curricular visam a atender criancas e adolescentes de forma criativa e diferenciada, em resposta aos anseios e á necessidade da comunidade local. Os currículos dessas atividades sáo flexíveis, tendo as diretrizes curriculares como norteares.

O objetivo deste estudo é expor os resultados obtidos de uma investigacáo (estudo de caso) relativa á visibilidade dos diversos projetos e atividades de complementacáo curricular desenvolvidas e disponibilizadas para a comunidade escolar, focando especialmente a atencáo dada pelo corpo docente da escola a estes projetos.

O estudo realizado se justifica pela importáncia de aprofundar o conhecimento teórico acerca dos resultados e processos vivenciados internamente. A escola via tais projetos e auxiliando a suplantar a ideia de que, na educacáo em tempo integral, somente o aumento com o tempo de permanéncia da crianca das classes menos favorecidas socialmente, seria possível compensar o déficit educacional em comparativo com criancas e jovens de classes privilegiadas.

Para criancas de classes sociais mais favorecidas, a escola é mais uma forma de aquisicáo de conhecimento científico, pois os pais estáo, muitas vezes, em melhores condicóes de se fazerem presentes na vida educacional dos filhos e estes podem dispor de outras atividades para complementacáo curricular. Por outro lado, as criancas oriundas de classes mais pobres tém a escola como a única fonte de conhecimento científico e, na maioria dos casos, os pais trabalham em tempo integral, possuindo menos contato com os filhos, além de nao disporem de recursos financeiros para proporcionar atividades extraclasse.

Cavaliere e Mauricio (2012) fazem uma revisao histórica sobre a educacáo integral e as experiéncias vivenciadas por Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro nas décadas de 1950 e 1980, respectivamente. Segundo estes autores, questóes relativas ao assistencialismo dos centros educacionais que ofertavam a educacáo integral e a falta de recursos para atender a demanda, foram algumas das críticas que culminaram na extincáo desses centros precocemente.

As críticas estavam baseadas nos argumentos da falta de recursos para a sua universalizacáo, dos perigos do assistencialismo ou da inadaptacáo dos jovens e das famílias ao horário integral. Tais argumentos, reforcados por contextos político-partidários desfavoráveis, levaram ao descaso com o patrimònio público e à indiferenca com a expectativa da populacáo, resultando em prédios e projetos abandonados, escolas sem professores, alunos e famílias decepcionados (Cavaliere e Maurício, 2012, p. 257).

As experiéncias de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro supracitadas objetivavam contribuir para a formacáo completa das criancas da educacáo primària. Anísio Teixeira defendia que a escola ideal deveria proporcionar uma formacáo completa, em que o conteúdo fosse relacionado com a vida da comunidade e do aluno. A escola deveria ser um espaco para estudo, trabalho, recreacáo e arte. Para isso, a jornada escolar deveria ser ampliada (Cavaliere e Maurício, 2012).

Na atual década, novamente os esforcos para a inclusao de atividades diferenciadas para complementar a formacáo das criancas e adolescentes ganham apoio legislativo. Além da preocupacáo com a formacáo adequada das criancas, as atividades de complementacáo curricular visam também a proteger as criancas dos riscos intrínsecos à sua permanéncia nas ruas nas horas de ociosidade em que nem sempre estao acompanhadas por adultos.

2. A Legislacáo sobre a Ampliacáo da Jornada Escolar

A busca pela melhoria na qualidade da educacáo está sendo frequentemente associada ao tempo permanéncia na escola. Casassus (2002), em pesquisa realizada no período entre 1995 e 2000 em escolas primárias da América Latina, conclui que as acóes realizadas dentro da escola impactam de forma significativa no desempenho escolar do aluno e refletem na diminuicáo das desigualdades sociais. O autor destaca que o Brasil tem um índice sociocultural baixo, porém apresenta resultados acima das expectativas de seu patamar.

Cavaliere e Maurício (2012) mencionam que em países europeus, a maior parte dos projetos busca a diminuicáo das desigualdades socioeducacionais, em franca ampliacáo, mesmo em países considerados desenvolvidos e com bom desempenho em avaliacóes de cunho internacional.

Na Franca, por exemplo, a percepcáo dos efeitos da desigualdade social sobre a educacáo escolar manteve ativo, desde os anos oitenta até hoje, um conjunto de programas originados nas "zonas de educacáo prioritària", por sua vez, inspirados em programas americanos e ingleses, dos anos sessenta e setenta, classificados como de "acáo afirmativa" ou de "discriminacáo positiva". O apoio extra aos alunos em dificuldade, sob a forma de atividades culturais e reforco escolar, é típico desses programas e envolve o aumento do tempo de permanéncia do aluno na escola (Cavaliere e Maurício, 2012, p. 253).

O aumento da jornada escolar é considerado por Neri (2009) uma acáo que pode resultar numa melhora do desempenho escolar em curto prazo. Este é também um dos motivadores que levam o Brasil a investir em políticas e programas para aumentar o tempo de permanéncia dos alunos na escola.

Desta forma, para contribuir para uma educacáo completa para os alunos da Educacáo Básica, além da perspectiva de modificar os índices em avaliacóes internacionais, a carga-horária de permanéncia na escola brasileira vem aumentando substancialmente. O tempo mínimo de permanéncia do aluno em sala de aula na Educacáo Básica é quatro horas, sendo ampliado de acordo com a oferta de atividades extracurriculares e/ou complementares. Segundo as Diretrizes e Bases da Educacáo Nacional, no artigo 34, o intuito é a implantacáo do ensino integral para alunos do Ensino Fundamental.

Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanéncia na escola. § 1° Sáo ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organizacáo autorizadas nesta Lei. § 2° O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino. (Brasil. 1996. p. 1)

Neste sentido, o Programa Mais Educacáo foi instituído para regulamentar as atividades de complementacáo curricular, além de promové-las, para que cada vez mais escolas passem a ofertar essas atividades e. consequentemente, aproximar-se paulatinamente a educacáo em tempo integral. Em documento específico do Programa, é detalhada a compreensáo de Educacáo Básica em tempo integral, explicitando que:

[...] considera-se educacáo básica em tempo integral a jornada escolar com duracáo igual ou superior a sete horas diárias, durante todo o período letivo, compreendendo o tempo total em que o aluno permanece na escola ou em atividades escolares em outros espacos educacionais. (Brasil. 2010. p. 1)

O Programa Mais Educacáo é um programa do Governo Federal sob regulamentacáo do Ministério da Educacáo. Este programa visa á ampliacáo da jornada escolar através da realizacáo de projetos educacionais em contraturno para alunos do Ensino Fundamental. Os projetos ofertados pelas escolas participantes devem ser de acordo com a demanda dos alunos dentro dos macrocampos previstos, que sáo: acompanhamento pedagógico; educacáo ambiental; esporte e lazer; direitos humanos em educacáo; cultura e artes; cultura digital; promocáo da saúde; comunicacáo e uso de mídias; investigacáo no campo das ciéncias da natureza e educacáo económica. O macrocampo acompanhamento pedagógico é obrigatório para todas as escolas que aderem ao programa, sendo destinado á leitura e orientacáo de estudos. As escolas que participantes recebem verba para aquisicáo de materiais e alimentacáo para os alunos incluídos no programa, via Programa Dinheiro Direto na Escola Interativo - PDDE (Brasil. 2014).

Subsidiada pela legislacáo supracitada. a Secretaria de Educacáo do Paraná (SEED) mantém, entre outras atividades, o Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno (ACCCs) em que professores e alunos desenvolvem atividades com metodologias diferenciadas que contemplam os macrocampos regulamentados pela instrucáo norteadora: aprofundamento da aprendizagem; experimentacáo e iniciacáo científica; Cultura e Arte; Esporte e Lazer; tecnologias da Informacáo, da Comunicacáo e uso de Mídias; Meio Ambiente; Direitos Humanos; Promocáo da Saúde; Mundo do trabalho e geracáo de rendas (Paraná. 2011).

As ACCCs "sao atividades educativas, integradas ao Currículo Escolar, com a ampliacáo de tempos, espacos e oportunidades de aprendizagem que visam a ampliar a formacáo do aluno" (Paraná. 2012. p. 4). Para a realizacáo das atividades de complementacáo curricular, as escolas podem realizar parceria com empresa ou instituicáo privada, desde que haja regulamentacáo no Projeto Político Pedagógico da Escola. As atividades privilegiam indivíduos em situacáo de risco social (Paraná. 2012).

Ao analisar o manual de orientacóes disponibilizado pela SEED (Paraná. 2012), percebe-se que a escola e a comunidade escolar tém considerável autonomia para definir as atividades que iráo ofertar e como se dará essa oferta. Há, portanto, duas possibilidades amplas da oferta das atividades de contraturno: as atividades permanentes e as atividades periódicas. As especificidades de cada uma destas possibilidades sáo:

a) Permanentes: ofertadas em, no mínimo, 16 (dezesseis) horas semanais distribuídas nos 05(cinco) dias letivos da semana. para um mesmo grupo de alunos, de mesma série/ano, conforme característica da atividade, inseridas no Sistema de Acompanhamento das Atividades Complementares Curriculares (CELEPAR/SEED) e registro no CENSO.

b) Periódicas: ofertadas no mínimo com 04 (quatro) horas semanais distribuídas na semana, para grupos de alunos de mesma série/ano ou séries/ano diferentes, inseridas no Sistema de Acompanhamento das Atividades Complementares Curriculares (Paraná. 2011. p. 3).

Para que essas atividades ocorram a contento, o professor precisa estar disposto a ter uma atuacáo em que as exigéncias váo muito além do que preconiza as atividades no ensino regular. O que se espera de um professor no desenvolvimento de atividades em contraturno será apresentado na sequéncia.

3. O Papel do Professor nas atividades em contraturno

O professor tem papel fundamental para assegurar que as atividades em contraturno atinjam seus objetivos. A participacáo dele comeca na proposicáo da atividade e na divulgacáo para a comunidade escolar. Por ser uma atividade de participacáo facultativa dos alunos, espera-se que o professor esteja bastante motivado para atuar em contraturno, para que o aluno possa perceber o entusiasmo do professor e motivar-se a participar das atividades complementares.

Para o planejamento das atividades, o professor tem formalmente disponibilizada uma hora-atividade semanal e quatro horas-aula sáo reservadas para a execucáo das atividades com os alunos. O ponto-crítico é o preparo das atividades que devem ser envolventes, cativantes e desafiadoras. O aluno precisa participar ativamente das atividades propostas para o dia e ser agucado a retornar no próximo encontro; é dessa forma que o professor conseguirá manté-lo nessa atividade, que náo é de cunho obrigatório.

O envolvimento no desenvolvimento de atividades de complementacáo é desafiador para o profesor, porque ele dispóe de alto grau de autonomia na proposicáo do tema de estudo e das metodologías, de forma que no término prematuro de alguma atividade, devido a desisténcias ou fracassos dos alunos, é atribuída a ele (docente) a principal responsabilidade. Tal situacáo difere relativamente dos fracassos em atividades regulares, em que o argumento muitas vezes adotado é o descompromisso do aluno em relacáo á aprendizagem.

O professor tem a responsabilidade de coordenar as atividades em contraturno visando a integracáo entre os diferentes saberes e o currículo escolar. No entanto, para desenvolver essas funcóes o professor precisa atender a diferentes ocupacóes no ambiente de trabalho, já que nestas atividades complementares há demandas diferentes que o professor pode náo estar habituado (Nóbrega e Silva. 2011). O vínculo com a comunidade escolar e comunidade do entorno escolar é uma característica de grande releváncia para que os objetivos da proposta sejam atingidos.

Nessa perspectiva, o professor para atuar nas atividades em contraturno, atividades essas em que a participacáo dos alunos náo é obrigatória, precisa estar disposto a inovar sua prática pedagógica. Para Rosa (2013) o professor precisa ser um reinventor da realidade e de sua prática docentes, estando aberto ás mudancas que lhe sáo impostas na contemporaneidade. Esse professor precisa estar satisfeito com sua profissáo para que possa enfrentar com disposicáo as dificuldades advindas de sua atuacáo frente ás atividades em contraturno.

O trabalho do professor envolverá diversas atividades que estaráo focadas na organizacáo do tempo ampliado e sua articulacáo com o currículo escolar, transcendéncia do espaco escolar e a aproximacáo com a comunidade do entorno (Brasil. 2014). Toda a gestáo organizacional da atividade vinculada os programas também sáo de responsabilidade do profesor, que váo desde o envio da proposta até o fechamento de parceria e logística que envolve da atividade.

Entre os desafios que o professor precisa enfrentar, ainda destaca-se a organizacáo de atividades que envolva alunos com diferentes níveis de aprendizado, já que na mesma atividade alunos de diferentes níveis de ensino podem ser atendidos. Monteiro (2009) menciona que esses diferentes participantes, com histórias de vida complexas e. muitas vezes dramáticas acabam criando mais desafios para o professor. Neste sentido, para a autora, além do domínio dos conteúdos o professor precisa compreender a realidade sociocultural da comunidade onde a escola está inserida, para que as atividades sejam preparadas de forma a realmente contribuir com a aprendizagem significativa dos alunos.

Dentro desse contexto, buscou-se verificar o interesse dos professores no desenvolvimento de atividades em contraturno em uma escola pública na cidade de Cascavel-Paraná no Brasil, visto que há busca pela ampliacáo da jornada escolar por parte de diferentes esferas do Poder Público.

4. Investigacáo sobre atividade de complementacáo curricular: aspectos metodológicos

A pesquisa relatada a seguir foi direcionada pela busca de elementos que contribuam para uma análise eficiente sobre os processos e resultados que as atividades de complementacáo tém atingido no decorrer dos cinco anos de sua implantacáo pela Secretaria de Educacáo do Paraná. O foco central foram os profesores, de forma a possibilitar uma reflexáo sobre as atividades de contraturno destinadas á iniciacáo científica.

A pesquisa de campo foi realizada no Colégio Estadual Horácio Ribeiro dos Reis, localizado na cidade de Cascavel, no oeste do Paraná. A escola oferta as séries finais do Ensino Fundamental, o Ensino Médio e a Educacáo de Jovens e Adultos, totalizando cerca de mil alunos matriculados, atendidos por aproximadamente 35 professores.

Esta escola localiza-se geograficamente próximo á Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), o que facilita diversas parcerias entre as duas instituicóes. A parceria com a universidade e a disponibilizacáo de diversos projetos foram os motivadores centrais para a escolha desta escola para investigacáo.

A pesquisa contou com a participacáo direta de trés estudantes que realizam atividades de iniciacáo científica vinculados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciacáo Científica Junior - Pibic Jr. Os alunos realizaram leituras e debates sobre a experimentacáo científica no Ensino Fundamental, inserindo-se em atividades extracurriculares. As discussóes acerca dos projetos ofertados pela escola e a importáncia que a iniciacáo científica tem para esses alunos resultou na proposta da pesquisa em questáo.

Os professores atuantes no Ensino Fundamental no período da manhá foram convidados a responder trés questóes relacionadas á atuacáo docente e quatro questóes referentes aos projetos educacionais que a escola disponibiliza em contraturno. Esses professores receberam o questionário com perguntas relativas á sua atuacáo, como as disciplinas de atuacáo, o tempo de atuacáo geral e o tempo específico na escola em estudo. Em relacáo aos projetos, questionou-se se o professor conhece os projetos de contraturno realizados na escola, se ele desenvolveu ou desenvolve algum projeto de contraturno em alguma escola e. em caso negativo, se tem interesse em envolver-se em atividades deste perfil.

A pesquisa foi realizada com aproximadamente 90% dos professores do Ensino Fundamental que lecionam no Colégio Estadual Horácio Ribeiro dos Reis no período da manhá. Os 18 questionários disponibilizados foram respondidos e entregues.

Segundo Lakatos e Marcani (2007) a pesquisa qualitativa é descritiva; as informacóes obtidas náo podem ser quantificáveis; os dados obtidos sáo analisados indutivamente; a interpretacáo dos fenómenos e a atribuicáo de significados sáo básicas no processo de pesquisa qualitativa. A pesquisa foi feita através da aplicacáo de um questionário que teve como objetivo identificar a visáo dos professores em relacáo ás atividades realizadas na escola e. o interesse dos mesmos em desenvolver atividades em contraturno. Neste momento da pesquisa buscam-se elementos que contribuam para urna análise eficiente sobre a realidade da ampliacáo da jornada escolar.

O questionário foi composto de questóes abertas e fechadas. Os resultados das questóes fechadas foram organizados em gráficos e as questóes abertas foram organizadas através da categorizacáo dos termos semelhantes. As informacóes obtidas seráo apresentadas nas sessóes seguintes.

5. O pensar dos professores sobre atividades de complementaçâo curricular

A questáo inicial da pesquisa convidava os professores a indicar em quais disciplinas atuam, sendo que para esta questáo todos os professores forneceram resposta, conforme apresentado no gráfico abaixo. Como pode ser visto no gráfico 1, as disciplinas de Artes e Ensino Religioso náo foram contempladas, já que náo houve professores destas disciplinas participantes da pesquisa.

O índice de professores de Portugués e Matemática foi superior ao das demais disciplinas devido ao fato destas terem maior carga horária por turma, o que exige número maior de professores para atender a demanda das turmas, resultando também em um número maior de docentes respondentes ao questionário.

O tempo de atuacáo em sala de aula é um dado importante para caracterizacáo do público participante da pesquisa. Essas informacóes foram coletadas através da questáo 2 da pesquisa. As respostas obtidas estáo apresentadas no gráfico 2.

Dentre os professores que atuam na escola pesquisada, percebe-se que a maioria tem bastante tempo de experiéncia em sala de aula. No entanto, o tempo de atuacáo na escola pesquisada é baixo em relacáo ao tempo em que os professores lecionam. Para avaliar este dado, o tempo de atuacáo na escola específica foi questionado. Os dados seguem apresentados no gráfico 3.

E possível constatar que a maioria dos professores participantes da pesquisa está atuando há pouco tempo na escola investigada, já que 60% indicaram estar há menos de quatro anos na instituicáo. O tempo de atuacáo na escola pode refletir o entrosamento do professor com a dinámica das atividades ali realizadas.

As condicóes legais da profissáo docente e a carga horária de cada disciplina interferem diretamente no número de escolas e disciplinas em que atua o professor, limitando também o tempo de atuacáo do professor em determinada escola. Inúmeros professores se veem forcados a assumir várias disciplinas, inúmeras turmas de diferentes séries distribuídas em diversas escolas. Assim, o preparo das aulas e o deslocamento entre escolas acabam demandando mais tempo; ás vezes o professor vem apenas uma vez por semana para uma escola específica e acaba tendo a integracáo com a comunidade escolar e as atividades da escola prejudicada (Malacarne, 2007).

O principal objetivo da pesquisa foi verificar o envolvimento dos professores em relacáo ás atividades de complementacáo curricular desenvolvidas na escola. Na questáo 4 do questionário, os professores responderam se conhecem as atividades de contraturno da escola, sendo as informacóes apresentadas no gráfico 4.

A escola possui um total de nove atividades em contraturno, os quais sáo: Sala de Recursos, Sala de Apoio de Portugués, Sala de Apoio de Matemática, Celem - Italiano, Celem - Espanhol, Ensino de Flauta Doce, Voleibol, Astronomia, Projeto Potencial.

O professor que assinalou conhecer os projetos que a escola possui foi convidado a citá-los para que sua resposta fosse validada. Os professores que assinalaram sim e escreveram pelo menos cinco projetos corretamente tiveram seu "sim" validado. Os professores que mencionaram entre um e quatro projetos foram validados em "algum(ns)". Caso o professor tenha assinalado "nao" ou nao tenha citado nenhum projeto, sua resposta foi contada como "nao".

Parcela importante (50%) dos pesquisados demonstraram conhecer a existéncia dos projetos disponibilizados pela escola e 25% conhecem alguns dos projetos realizados pela escola. Isso indica que, apesar do pouco tempo de atuacáo de muitos professores na escola, a divulgacáo das atividades extracurriculares ofertadas está sendo acompanhada de forma satisfatória entre os docentes.

E importante frisar que os projetos estáo contemplados no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola para acesso de qualquer membro da comunidade escolar e comunidade externa, bem como em edital na sala dos professores com os respectivos horários e salas onde ocorrem. Na abertura do ano letivo, momento em que ocorrem a formacáo continuada e a reuniáo pedagógica, a direcáo desta escola direciona momentos para expor as atividades ofertadas. Além disto, percebendo que a quantidade de informacóes importantes era demasiadamente grande para a reuniáo pedagógica e que havia professores que realizavam a formacáo continuada em outras escolas, buscou-se uma forma mais eficiente de divulgacáo. Desta maneira, a direcáo e a equipe pedagógica disponibilizaram para os professores um informativo, em forma de livreto, onde partes importantes do PPP da escola foram utilizadas. O informativo contém instrucóes relativas a encaminhamentos pedagógicos, formas de avaliacóes e outras instrucóes necessárias para a prática docente. O mesmo informativo privilegiou ainda informacóes relativas ás atividades de complementacáo curricular ofertadas pela escola, onde estáo destacados alguns projetos como:

Grupo de Astronomia: também voltado para os alunos do Ensino Fundamental e Médio, com o propósito de se atender, preferencialmente os alunos em situacáo de risco ou dificuldades no desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Tem como objetivo conhecer, experimentar e teorizar questóes fundamentais de astronomia, enriquecendo o currículo.

Orquestra de Flauta Doce: programa de fomento musical, realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura. Aberto a toda a comunidade a partir de 9 anos. Tem como objetivo proporcionar o acesso à cultura musical e artística daqueles que históricamente estáo excluidos do processo de criacáo cultural. CELEM: aulas de espanhol e italiano em contraturno.

Esporte e Lazer: Treinamento de voleibol (Projeto Político Pedagógico, 2013, pp. 3-4)

Em um novo item do questionàrio, foi investigado o envolvimento dos professores em projetos e atividades de contraturno. Neste item, a grande maioria (mais de 90%) dos docentes respondeu que nunca desenvolveu atividades de contraturno, mesmo havendo chamamento anual para estas atividades e remuneracáo oferecida pela Secretaria de Estado de Educacáo (SEED) aos professores pela sua atuacáo neste tipo de projeto.

Embora as atividades de complementacáo curriculares sejam importantes para melhoria da qualidade no ensino, há alguns obstáculos a serem transpostos por professores e comunidade escolar. Reforcando as afirmacóes de Malacarne (2007), o tumultuado cotidiano docente que envolve a atuacáo em várias escolas, disciplinas, níveis e modalidades, pode ser elemento decisivo para a compreensáo das respostas obtidas. Paula e Clara (2008) mencionam também o despreparo da maioria dos professores para realizar esse tipo de atividade, embora possa haver boa intencáo dos professores para vivenciar este tipo de experiéncia.

Em outra questáo foi perguntado sobre o interesse dos professores em atuar em um projeto de complementacáo. Neste item 37,5% dos pesquisados respondeu que tem interesse em realizar urna atividade de contraturno, mas nao a faz, conforme pode ser destacado no gráfico 6.

Um aspecto importante na compreensáo dos motivadores para as respostas dadas pelos professores é o fato de que as ACCCs, em geral, envolvem o planejamento e a utilizacáo de metodologias, técnicas, instrumentos e conteúdos diferenciados, o que muitas vezes demanda maior tempo de preparacáo em comparacáo às atividades tradicionais de ensino, tempo que o professor pode náo disponibilizar. A pròpria continuidade do projeto está ligada à frequència e à permanència dos alunos na atividade, o que demanda grande responsabilidade do professor. Outro fator que pode interferir nesse resultado pode ser a falta de conhecimento dos professores sobre como proceder para inscrever um projeto, ou questòes atinentes aos trámites burocráticos, já que nem sempre essa comunicacáo ocorre de forma eficiente a todo o quadro docente.

Para a abertura de Atividades de Complementacáo Curricular, é necessàrio que haja, primeiramente, interesse por parte da comunidade escolar em ofertar esse tipo de atividade. O professor tem autonomia para propor atividade, mas para que ela seja aprovada é necessària a aprovacáo do Conselho Escolar para posteriormente dar continuidade aos demais trámites:

O Conselho Escolar e Associacáo de Pais e Mestres de cada estabelecimento de ensino devem realizar uma reuniáo para selecionar e aprovar a proposta de Atividade Complementar Curricular. Encaminhar uma còpia da Ata desta reuniáo ao NRE -Núcleo Regional de Educacáo juntamente com a proposta da atividade aprovada. A Proposta de Atividade Complementar Curricular em Contraturno deverá conter: modalidade de ensino, macrocampo, turno, número de alunos, conteúdo, objetivos, encaminhamento metodològico, avaliacáo, resultados esperados para os alunos, escola e comunidade, referèncias bibliográficas, conforme formulário. O NRE protocola, emite parecer de todas as propostas apresentadas pelas escolas e encaminha a Coordenacáo de Educacáo Integral que avaliará e encaminhará à Superintendència de Educacáo para Parecer Conclusivo e autorizacáo da atividade. (Paraná, 2012, p. 16)

Durante a realizacáo da atividade, há ainda o monitoramento da implementacáo da atividade, realizado pela direcáo escola e do Núcleo Regional de Educacáo. Caso haja alguma irregularidade na aplicacáo do projeto, como o náo atendimento do número mínimo de alunos, pode ocorrer a interrupcáo da atividade (Paraná, 2012).

Esse monitoramento é realizado in loco pela direcáo da escola e on line pela Secretaria Estadual de Educacáo através das informacòes encaminhadas periodicamente pela escola via sistema informatizado disponibilizado para essa finalidade.

O registro, acompanhamento e avaliacáo das Atividades Complementares Curriculares em Contraturno seráo efetuados posteriormente em um sistema informatizado (on line) da SEED, seráo de responsabilidade do diretor e do pedagogo da escola, auxiliados pelo professor que desenvolve a atividade (Paraná, 2012, p.19).

A atividade aplicada com èxito pode ser reaberta nos anos seguintes, conforme a autorizacáo da Secretaria de Educacáo, mas isso náo dá garantias ao professor de que ele ficará à frente do projeto por mais um ano. É de entendimento da SEED que a atividade é da instituicáo de ensino e náo do professor. Por esta razáo, as aulas relacionadas às ACCCs sáo distribuidas como as aulas das demais disciplinas; havendo interesse, qualquer outro professor pode assumir a atividade.

6. Considerares finais

É importante que as atividades atendam a demanda da comunidade escolar no tocante à ciència, ao esporte e à cultura, para que haja contribuicáo na formacáo de cidadáo com senso crítico-científico. A educacáo em tempo integral, de bandeira em campanhas políticas, aos poucos, comeca a se concretizar em alguns contextos educacionais. Através de programas, a exemplo do Programa Mais Educacáo, aos poucos o tempo de permanència dos alunos no ambiente escolar está aumentando. Desta forma, as atividades de complementacáo curricular podem ser consideradas como uma acáo pedagògica precursora à educacáo integral.

A direcáo escolar e os professores vèm se esforcando para reorganizar ambientes e superar dificuldades, a fim de proporcionar uma ou outra atividade. Mas, é preciso destacar a urgència de maior apoio governamental para a efetivacáo das atividades, a exemplo da falta de estrutura física das escolas para atender as demanda dos alunos, o que limita o oferecimento de mais atividades em contraturno. Outra grande dificuldade é a rotina docente permeada de excesso de atividades regulares.

Na pesquisa realizada, foi possível perceber que muitos professores estáo cientes dos projetos disponibilizados pela escola investigada. Por outro lado, uma parcela importante de profissionais ainda necessita de condicòes para se fixar em um número menor de escolas por maior intervalo de tempo, oportunizando que conhecam a fundo as acòes desenvolvidas em cada instituicáo e desenvolvam o interesse em envolver-se mais intensamente. A importáncia dos projetos para os alunos é reconhecida pelos professores (dados levantados mas náo indicados neste artigo). Isto ficou claro com a quantidade de professores que citaram o projeto de Astronomia, que é trabalhado de forma interdisciplinar.

A ampliacáo das políticas e prática de incentivo à motivacáo para a participacáo dos professores em atividades complementares é relevante. A experiència oportunizada ao professor pela acáo docente junto a um número reduzido de alunos, motivados, que se fazem presentes por opcáo pròpria, e náo por uma obrigacáo a ser cumprida, é gratificante; este pode ser um ambiente propício para que o professor possa realizar metodologias diferenciadas que, por diversos fatores, náo consegue fazer em sala de aula. Em suma, os projetos educacionais podem contribuir para a melhoria da qualidade de ensino e para a pròpria capacitacáo dos professores.


7. Referencias

Brasil, Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. (1996). Diretrizes e Bases da Educagào Nacional. Lei N° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/leis/l9394.htm

Brasil, Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. (2010). Programa Mais Educagào. Decreto n° 7.083, de 27 de janeiro de 2010. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil03/ato2007-2010/2010/decreto/d7083.htm

Brasil. Ministério da Educacáo. (2009). Programa Mais Educagào: Educacáo Integral. Série Mais Educacáo. Brasília. MEC - SECAD.

Casassus, Juan. (2002). A escola e a desigualdade. Brasília: Plano Editora.

Cavaliere, Ana Maria e Maurício, Lucia Velloso. (2012). A ampliagào da jornada escolar nas regióes Nordeste e Sudeste: sobre modelos e realidades. Disponível em http://luciavelloso.com.br/arquivo/publicacoes/artigo01.pdf

Lakatos, Eva Maria e Marconi, Marina de Andrade. (2007). Metodologia científica (5a. ed.). Sáo Paulo: Atlas.

Malacarne, Vilmar. (2007). Os Professores de Química, Física e Biologia da Regiào Oeste do Paraná: Formagào e Atuagào. Tese (Doutorado) Faculdade de Educacáo da Universidade de Sáo Paulo.

Monteiro, Ana Maria. (2009). O que pensam outros especialistas? Ciep - escola de formacáo de professores. In. Revista Em Aberto, Brasília, 22(80), 35-49.

Neri, Marcelo. (2009). Tempo de permanència na escola. Rio de Janeiro: FGV/IBRE/CPS. Disponível em http://www.cps.fgv.br/ibrecps/rede/finais/Etapa3-PesqTempodePermanenciaNaEscola Fim2.pdf

Paraná, Secretaria de Educacáo. (2011). Atividades de Complementacáo Curricular. Resolucáo 1690. de 21 de abril de 2011. Publicado no Diàrio Oficial n°. 8472 de 24 de Maio.

Paraná, Secretaria de Educacáo. Coordenacáo da Educacáo Integral. (2012). Manual de Orientacòes do Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno. Disponível em http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo =210

Paula, Ercília Maria Angeli Teixeira e Clara, Cristiane Aparecida Woytichoski de Santa. Projetos de Educacáo Náo-Formal na Cidade de Ponta Grossa - Pr: Análise de Currículos e Práticas. Práxis Educativa, Ponta Grossa, 3(2), 183-189.. Disponível em http://www.revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/viewFile/335/343

Rosa, Viviane Silva. (2013). A fungào da escola e o papel do professor no programa Mais Educagào (2017-2012). (Dissertacáo para obtencáo do título de Mestre em Educacáo). Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.

Correspondencia a:
Juliana Alves Da Silva Ubinski Dulce. Bolsista da Capes D/S. Unioeste Campus Cascavel, Paraná, Brasil. Mestranda em Educagáo; Integrante do Grupo de Pesquisa Formagáo de Professores de Ciencias e Matemática. Correio eletrónico: julianaubinski@hotmail.com
Maria Strieder. Docente do Programa de Mestrado em Educagáo e da área de Física/CCET/UNIOESTE-Cascavel, Paraná, Brasil; Integrante do Grupo de Pesquisa Formagáo de Professores de Ciencias e Matemática; Doutora em Educagáo. Correio eletrónico: dulce.strieder@unioeste.br

Ensayo recibido: 12 de abril, 2014 Enviado a corrección: 29 de julio, 2014 Aprobado: 20 de octubre, 2014