DOI
10.15517/revenf.v0i40.43542
Intervenções
de educação em saúde de primeiros socorros, no ambiente escolar: uma revisão
integrativa[1]
First aid health education
interventions in the school environment: an integrative review
Intervenciones
de educación en salud en primeros auxilios en el entorno escolar: una revisión
integradora
Karine
Bianco da Cruz[2],
Tatiana Carvalho Reis Martins[3],
Pedro Henrique Borges da Cunha[4],
André Gustavo de Lima Godas[5],
Eduarda Siqueira Cesário[6],
Bruna Moretti Luches[7]
RESUMO
Objectivo: identificar na
literatura quais as intervenções de educação para a saúde em primeiros socorros
são utilizadas no contexto escolar. Métodos: Este é um estudo
descritivo, como revisão integrada da literatura, com uma pesquisa realizada
nas plataformas LILACS, BDENF, MEDLINE e PubMed, seleccionando artigos
publicados entre 2009 e 2019, em português, inglês e espanhol, disponíveis para
acesso livre e completo, que caracterizaram estudos de intervenção original em
escolas com o tema dos primeiros socorros. Resultado: Encontrámos 1937
artigos que, após análise dos critérios de inclusão e exclusão, resultaram em
15 artigos na amostra final. Os artigos foram divididos em duas categorias de
discussão: acções de educação de primeiros socorros para professores e
empregados e acções de educação de primeiros socorros para estudantes.
Conclusão: Empregados, professores e estudantes não estão preparados para
prestar primeiros socorros nas escolas, e que o ensino de primeiros socorros,
utilizando diferentes metodologias, melhora significativamente os conhecimentos
e competências das pessoas neste contexto. Estes estudos justificam a
necessidade de promover a educação para a saúde nas escolas em primeiros
socorros.
Descritores: Educação; Educação
em Saúde; Primeiros Socorros; Promoção da saúde; Saúde Escolar.
ABSTRACT
Objective: to identify in the literature which health education
interventions in first aid are used in the school setting. Method: This
is a descriptive study, as an integrated review of the literature, with a
search performed in the LILACS, BDENF, MEDLINE and PubMed platforms, selecting
articles published between 2009 and 2019, in Portuguese, English and Spanish,
available for free and complete access, which characterized original
intervention studies in schools with the theme of first aid. Result: We
found 1937 articles which, after analyzing the inclusion and exclusion
criteria, resulted in 15 articles in the final sample. The articles were
divided into two discussion categories: first aid education actions for
teachers and employees and first aid education actions for students. Conclusion:
Collaborators, teachers and students are not prepared to provide first aid in
schools, and that teaching first aid, using different methodologies,
significantly improves people's knowledge and skills in this context. These
studies justify the need to promote health education in schools about first
aid.
Descriptors: Education; Health education; First aid; Health
promotion; School Health.
RESUMEN
Objetivo: identificar en la literatura qué
intervenciones de educación para la salud en primeros auxilios se utilizan en
el ámbito escolar. Método: Se trata de un estudio descriptivo, a modo de
revisión integradora de la literatura, con una búsqueda realizada en las
plataformas LILACS, BDENF, MEDLINE y PubMed, seleccionando artículos publicados
entre 2009 y 2019, en portugués, inglés y español, disponibles para acceso
gratuito y completo, que caracterizó originales estudios de intervención en
escuelas con el tema de primeros auxilios. Resultado: Se encontraron
1937 artículos que, tras analizar los criterios de inclusión y exclusión,
dieron como resultado 15 artículos en la muestra final. Los artículos se
dividieron en dos categorías de discusión: acciones de educación en primeros
auxilios para docentes y empleados y acciones de educación en primeros auxilios
para estudiantes. Conclusión: Colaboradores, docentes y estudiantes no
están preparados para brindar primeros auxilios en las escuelas, y que la
enseñanza de primeros auxilios, utilizando diferentes metodologías, mejora
significativamente los conocimientos y habilidades de las personas en este
contexto. Estos estudios justifican la necesidad de promover la educación
sanitaria en las escuelas sobre primeros auxilios.
Descriptores: Educación;
Educación para la salud; Primeros auxilios; Promoción de la salud; Salud
escolar.
INTRODUÇÃO
Os primeiros socorros são procedimentos e medidas
imediatas prestados à vítima que esteja apresentando um evento clínico ou
traumático com o objetivo de ajudar a pessoa a recuperar-se ou a manter viva1,2.
Apesar da grande relevância, percebe-se que esse tipo de atendimento é pouco
difundido no Brasil1. No entanto é muito importante que os leigos estejam
treinados para reconhecer rapidamente diferentes situações de risco e iniciar
manobras que possam mudar o panorama de resposta da vítima, mantendo suas
funções vitais até a chegada de uma assistência qualificada3,4.
No Brasil, os acidentes configuram-se como a principal
causa de morte na faixa etária de 01 a 14 anos5. No ambiente
escolar, os acidentes são frequentes e constituem preocupação constante. Um
estudo que analisou atendimentos realizados em serviços de urgência e
emergência no Brasil, em adolescentes de 10 a 19 anos, apontou que 89,8% dos
adolescentes foram vítimas de acidentes, sendo que 26,3% desses acidentes
ocorreram na escola/prática esportiva6. Nas situações de emergência
que ocorrem em ambiente escolar, professores são prováveis testemunhas diante
de acidentes ou mal súbito que acometa os alunos. Assim, o conhecimento dos
professores acerca de primeiros socorros é essencial na diminuição das
complicações e melhora do prognóstico para as vítimas no contexto das escolas1.
Mesmo com a alta prevalência de traumas nas escolas, o
conhecimento dos professores a respeito dos primeiros socorros apresenta
lacunas7. Em estudo realizado na Índia, nenhum professor apresentou
nível satisfatório de conhecimento sobre primeiros socorros, e apenas uma
minoria conhecia o procedimento correto para a ressuscitação cardiopulmonar8.
Na Europa, o cenário é o mesmo, como mostra um estudo realizado na Espanha, no
qual os professores tiveram somente 38,6% de acertos em um questionário sobre
conhecimentos de primeiros socorros9.
Em um estudo realizado no Irã, a maioria dos
professores relatou não ter participado de nenhum treinamento em primeiros
socorros e apresentou conhecimento insuficiente acerca da temática. Tal achado
evidencia a necessidade urgente em capacitar os professores em primeiros
socorros por meio de programas de treinamento10.
Não obstante, no Brasil, os professores também
apresentam dificuldades em lidar corretamente com acidentes no ambiente
escolar. Cabral e Oliveira1 mostraram, em seu estudo, que aproximadamente um
terço dos professores participantes relatou não ter cursado uma disciplina
correspondente a primeiros socorros durante a graduação. Em outro estudo
brasileiro, 88% dos professores e demais profissionais nunca receberam nenhum
treinamento sobre primeiros socorros nas instituições nas quais trabalhavam11.
Esses achados evidenciam o desconhecimento de atitudes corretas diante de
acidentes no ambiente escolar, em que muitos professores agem baseados em
conhecimentos populares, além de demonstrarem medo, estresse e insegurança em
tais situações1,12.
A educação em saúde apresenta-se como um instrumento
fundamental para suprir o deficit de conhecimento dos professores acerca da
temática primeiros socorros7. Uma revisão integrativa relata que
ações de educação em saúde com o tema de primeiros socorros impactaram
positivamente nos níveis de conhecimento e habilidade de professores escolares13.
No Brasil, a Lei n.o 13.722, de 2018, torna obrigatória a capacitação em noções
básicas de primeiros socorros para os educadores e funcionários no âmbito escolar14.
A European Resuscitation Council15 e a
American Heart Association ressaltam a importância da formação prévia do corpo
docente no que concerne ao conteúdo em primeiros socorros, incluindo esse
assunto nos currículos universitários16. A inserção desse conteúdo,
durante o processo de formação dos professores, pode impactar tanto nos
primeiros socorros ofertados como eles também poderão ser multiplicadores desse
conteúdo no âmbito escolar. Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, já
começaram a ensinar as crianças em idade escolar procedimentos de ressuscitação
cardiopulmonar (RCP)17, desse modo, reforçando a necessidade de
formação do corpo docente.
Nas escolas, os estudantes também exercem o importante
papel de multiplicadores, transmitindo as informações que recebem aos outros
colegas e aos membros da família, de forma que o ensino de primeiros socorros,
na escola, pode potencialmente atingir a maioria da população18. Uma
pesquisa demonstra que crianças e adolescentes estão dispostos a prestar os
primeiros socorros e que o treinamento é útil para aumentar a confiança e a
eficácia da assistência ofertada19. Uma intervenção educativa sobre
noções básicas de primeiros socorros, realizada com estudantes de escolas
pública e particular, verificou que os participantes obtiveram aprendizado
significativo sobre o tema20.
Nesse contexto, conhecer o panorama das intervenções
em primeiros socorros no ambiente escolar faz-se fundamental para verificar
quais aspectos precisam ser melhorados como forma de minimizar as complicações
e possíveis sequelas das vítimas, tornando o ambiente escolar mais seguro21.
Ademais, conhecer as abordagens e os conteúdos mais eficazes nas intervenções
pode auxiliar na construção de novas estratégias de ensino de primeiros socorros
nas escolas.
Diante disso, a presente revisão objetivou
identificar, na literatura, quais intervenções de educação em saúde sobre
primeiros socorros são utilizadas em ambiente escolar.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo descritivo, tipo revisão
integrativa de literatura ‒ que é um método que exige a formulação de um
problema, pesquisa bibliográfica, avaliação criteriosa dos dados e apresentação
dos resultados, de forma sistemática e ordenada, visando colaborar com o
aumento do conhecimento a respeito de determinado tema22.
A pesquisa foi direcionada a partir da seguinte
questão: “Quais são os achados científicos sobre intervenções em primeiros
socorros no ambiente escolar, no período de 2009 a 2019?”. Os critérios de
inclusão da revisão integrativa foram: artigos publicados no período de 2009 a
2019, nos idiomas português, inglês e espanhol, disponíveis para acesso
gratuito e na íntegra, que caracterizassem estudo sobre intervenções em
primeiros socorros nas escolas. Excluíram-se artigos de revisão, editoriais,
cartas ao editor, teses, dissertações, artigos repetidos, relatos de
experiência e que não correspondessem à temática. O levantamento das
publicações nas bases de dados ocorreu no mês de fevereiro de 2020.
A busca pelos artigos foi realizada nas bases de dados
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de
Dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Internacional em Ciências da Saúde
(MEDLINE) e US National Library of Medicine (PubMed). Nas plataformas nacionais
foram utilizados os descritores educação em saúde, saúde escolar e primeiros
socorros, combinados pelo operador booleano “AND” da seguinte forma: educação
em saúde AND saúde escolar AND primeiros socorros; educação em saúde AND
primeiros socorros; saúde escolar AND primeiros socorros. Nas bases de dados internacionais foram utilizados os
descritores em inglês health education, school health e first aid, combinados
pelo operador booleano “AND” da seguinte forma: health education AND school
health AND first aid; health education AND first aid; school health AND first
aid.
O fluxograma (Figura 1) mostra o processo de seleção
de artigos, baseado no modelo Prisma ‒ Principais Itens para Relatar Revisões
sistemáticas e Meta-análises23
Figura 1. Fluxograma do
processo de seleção dos estudos para constituir a revisão integrativa. Três
Lagoas, MS, Brasil, 2020.
Os artigos foram classificados segundo o nível de
evidência, sendo Nível I – evidências provenientes de revisões sistemáticas ou metanálise
de relevantes ensaios clínicos; Nível II – evidências derivadas de pelo menos
um ensaio clínico randomizado, controlado e bem delineado; Nível III – ensaios
clínicos bem delineados sem randomização; Nível IV – estudos de coorte e de
caso-controle bem delineados; Nível V – revisão sistemática de estudos
descritivos e qualitativos; Nível VI – evidências derivadas de um único estudo
descritivo ou qualitativo e Nível VII – opinião de autoridades ou relatório de
especialistas24.
Foi realizada a análise crítica e a síntese
qualitativa dos artigos selecionados. Os dados foram analisados de forma
organizada e sintetizados por meio da construção de um quadro sinóptico
contendo os seguintes itens: categoria, ano de publicação, tipo de estudo,
nível de evidência, continente/país de origem, idioma dos artigos,
participantes e métodos de intervenção. Também foi elaborado outro quadro
contendo a caracterização dos estudos quanto às temáticas. Com a finalidade de
discutir os achados, foram criadas duas categorias, para tanto, levando em
consideração as características do público-alvo (alunos, professores,
colaboradores) atendido pelos estudos.
RESULTADOS
A partir das buscas nas bases de dados, a amostra
final resultou em 15 artigos. Dos artigos selecionados, a maioria foi publicada
no ano de 2017 (26,6%). O idioma predominante foi o inglês (60%), sendo que os
continentes que apresentaram o maior número de intervenções foram a América
(33,3%) e a Europa (33,3%). A caracterização dos artigos utilizados na revisão
integrativa é apresentada no Quadro 1.
Quadro 1 – Artigos selecionados segundo
categoria, ano de publicação, tipo de estudo, nível de evidência,
continente/país de origem, idioma, participantes e métodos de intervenção -
Três Lagoas, MS, Brasil, 2020.
Categoria |
Artigo/Ano
de publicação |
Tipo
de Estudo (Nível de evidência) |
Continente
de origem (País) |
Idioma
|
Participantes do estudo |
Métodos de intervenção |
Ações
de educação em primeiros socorros para professores e colaboradores |
Zonta
et al25 2019 |
Quase
experimental do tipo pré e pós teste (III) |
América
(Brasil) |
Português |
76
professores |
Cartilha Simulação
in situ |
Calandrim et al21 2017 |
Quase
experimental do tipo pré e pós teste (III) |
América
(Brasil) |
Português |
35 professores
e funcionários |
Sessões
teórico-práticas |
|
Martín9 2015 |
Quase
experimental do tipo pré e pós teste (III) |
Europa
(Espanha) |
Espanhol |
15
professores |
Sessões
teórico-práticas |
|
Li et al26 2011 |
Quase
experimental do tipo pré e pós teste (III) |
Ásia (China) |
Inglês |
1282
professores Intervenção: Grupo A: n=441 Grupo B: n=441 Grupo C: n=400 |
Grupo A:
Treinamento interativo Grupo B: Aula
expositiva Grupo C:
Vídeo-instrução |
|
Ações
de educação em primeiros socorros para estudantes |
Mesquita
et al41 2017 |
Quase
experimental do tipo pré e pós teste (III) |
América
(Brasil) |
Português |
46
estudantes Idade:
9-13 anos |
Recurso
educativo Aula
expositiva |
Banfai et al3 2017 |
Coorte (IV) |
Europa
(Hungria) |
Inglês |
582 estudantes Idade: 7-14
anos |
Sessões teórico-práticas |
|
Bandyopadhyay
et al35 2017 |
Quase
experimental do tipo pré e pós teste (III) |
Ásia
(Índia) |
Inglês
|
230
estudantes Idade:
não disponível Série:
6º e 7º anos |
Aula
expositiva |
|
Wilks et al44 2015 |
Quase
experimental do tipo pré e pós teste (III) |
Oceania
(Austrália) |
Inglês |
107 estudantes Idade: 11-12
anos |
Sessões
teórico-práticas |
|
Albuquerque
et al37 2015 |
Quase
experimental do tipo pré e pós teste (III) |
América
(Brasil) |
Português |
63
estudantes Idade:
13-15 anos |
Aula
expositiva Teatro Simulação |
|
Ammirati et al38 2014 |
Ensaio clínico
randomizado controlado (II) |
Europa (França) |
Inglês |
285 estudantes Intervenção: n=
140 Controle: n=145
Idade: menores
de 6 anos |
Incluído no currículo
escolar |
|
Wafik;
Tork43 2014 |
Quase
experimental Pré
e pós teste (III) |
África
(Egito) |
Inglês |
100
estudantes Idade:
11-16 anos |
Sessões
teórico-práticas |
|
Charlier; De
Fraine34 2013 |
Quase
experimental Pré e pós teste
(III) |
Europa (Bélgica) |
Inglês |
120 estudantes Grupo 1: n=62 Grupo 2: n=58 Idade: não
disponível Série: 8º ano |
Grupo 1: Jogo
de tabuleiro Grupo 2: Aula
expositiva |
|
Hassanzadeh;
Vasili; Zane40 2010 |
Quase
experimental Pré
e pós teste (III) |
Ásia
(Irã) |
Inglês
|
120
estudantes Grupo
A: n=60 Grupo
B: n=60 |
Grupo
A: Aula expositiva Grupo
B: Método de ensino de dramatização |
|
Carruth et al39 2010 |
Quase
experimental Pré e pós teste
(III) |
América
(Estados Unidos) |
Inglês |
43 estudantes Intervenção:
n=27 Controle: n=16 Idade: 15 a 19
anos |
Simulações Manual |
|
Tenorio
et al42 2009 |
Quase
experimental Pré
e pós teste (III) |
Europa
(Espanha) |
Espanhol |
72
estudantes Idade:
não disponível Série:
9º e 10º anos |
Manual
de primeiros socorros Sessões
teórico-práticas |
Também foi possível descrever
as intervenções quanto às temáticas e o método de intervenção utilizado (Quadro
2).
Quadro 2 - Caracterização dos estudos
quanto às temáticas - Três Lagoas, MS, Brasil, 2020.
Temáticas das intervenções |
Acidente por animal
peçonhento/picada de inseto35,37,42 Afogamento37,41 Avulsão dental21 Choques elétricos37,39,41,43 Contusões/entorses/luxações9,35,37,42,44 Corpo estranho no
olho35,37 Crise
convulsiva/convulsão21,25,37,42 Febre37,42 Ferimentos9,25,35,39,40,43 Fraturas9,35,37,39,42,43 Insolação37 Intoxicações/envenenamento37,42,43 Introdução e normas
de primeiros socorros3,9,21,26,34,38,39,42,43 Kit de primeiros
socorros26,35 Lipotimia/desmaio9,21,42 Medicamentos9 Obstrução de vias
aéreas/engasgo21,25,26,37,38,39,41,42,43,44 PCR/RCP3,9,21,25,37,38,39,40,41,43,44 Quedas/traumas9,25,26,38 Queimaduras9,35,37,38,41,42,43 Reação
alérgica/anafilaxia39,44 Sangramentos/hemorragias3,21,25,35,38,39,43,44 Transporte de feridos40 |
DISCUSSÃO
Após a análise dos artigos, reuniram-se os resultados
em duas categorias temáticas para melhor discussão: “Ações de educação em
primeiros socorros para professores e colaboradores” e “Ações de educação em
primeiros socorros para estudantes”.
Ações de educação em primeiros socorros
para professores e colaboradores
Esta categoria abrange as intervenções realizadas com
os profissionais que atuam nas escolas a fim de aprimorar seu conhecimento e
capacitá-los para atuar em primeiros socorros aos agravos ocorridos com as
crianças no ambiente escolar. Dentre os artigos estudados, quatro se
enquadraram nessa categoria9,21,25,26.
Todos os estudos são quase experimentais do tipo pré e
pós-teste, que é a modalidade de estudo mais utilizada nas intervenções
educativas, sendo que três foram realizados somente com docentes9,25,26 e
um, com docentes e funcionários21. Destaca-se que somente dois
desses estudos foram realizados no Brasil21,25.
Em todos os estudos, com a aplicação do questionário
pré-teste, constatou-se despreparo dos profissionais que trabalham nas escolas
em atuar diante de situações de emergência. Confirma-se esse fato no estudo de
Silva et al.13, pelo qual foram analisados sete estudos de
intervenção com professores na escola, e, em todos os trabalhos, o nível de conhecimento
dos professores em relação aos primeiros socorros era deficiente antes da
intervenção.
Normalmente, nas escolas, não há profissionais de
saúde treinados no quadro de funcionários permanentes. E os professores são os
funcionários que passam a maior parte do tempo em contato com os escolares.
Dessa forma, faz-se necessário que os professores sejam capacitados em
primeiros socorros e, caso ocorra alguma intercorrência, estejam aptos a
prestar a primeira assistência ao escolar. Algumas pesquisas mostram que
práticas ruins ou incorretas estão associadas a lesões, a sequelas e até mesmo
ao óbito27,28.
Um estudo que avaliou o conhecimento de primeiros
socorros de professores da educação infantil e fundamental e de pais de
crianças nesses níveis de ensino encontrou que mais de 83,2% dos participantes
consideraram que todos deveriam ter noções básicas de primeiros socorros e mais
de 98,3% apontaram que esse conteúdo deveria ser obrigatório no currículo
escolar, sendo que 96,8% desses, nos currículos universitários16.
O número de participantes da amostra foi diferente em
cada estudo, variando de um estudo pequeno com 15 professores9 até
um estudo maior com 1.282 participantes26.
Evidencia-se que não houve um padrão nas intervenções
educativas dos estudos avaliados, sendo utilizadas diversas metodologias, como
cartilha educativa, simulação in situ, sessões teórico-práticas, treinamento
interativo, palestras e exibição de vídeos. Com relação às temáticas, houve uma
variação entre os trabalhos, com destaque para os temas engasgo, acidentes e
parada cardiorrespiratória, que foram abordados em todos os estudos. De acordo
uma revisão sistemática que buscou identificar qual o melhor método de
treinamento em suporte básico de vida para leigos, também, não foi possível
definir o padrão ouro em virtude da ampla heterogeneidade de métodos e
conteúdos utilizados29.
Com relação às intervenções e seus resultados, Zonta
et al.25 utilizaram uma cartilha educativa e a simulação in situ. A
cartilha foi disponibilizada antes da simulação, o que é chamado de
pré-briefing, e a simulação ocorreu no próprio ambiente escolar dos
professores. Todo o processo de estudo aconteceu em cinco meses e abordou 76
participantes. O escore médio de autoconfiança, antes da intervenção, era de 4,13
e, após a intervenção, foi para 6,92. A intervenção resultou em aumento
significativo do nível de autoconfiança dos professores no atendimento de
primeiros socorros.
A simulação in situ é a demonstração de situações
reais realizadas no próprio ambiente de trabalho, promovendo raciocínio crítico
e desenvolvimento da autoconfiança profissional. Observa-se que esse método de
ensino é muito utilizado no ensino da enfermagem e de outros profissionais de
saúde e mostra ótimos resultados, o que refletiu na intervenção com professores30,31.
O estudo de Martin9 utilizou como
intervenção cinco sessões teórico-práticas com duração de quatro horas cada,
compostas por aulas teóricas e demonstrações práticas, realizadas com 15
docentes. Antes da intervenção, havia uma média de 38,6% de acertos em questões
sobre primeiros socorros; após a intervenção, essa média subiu para 76,2%,
resultando em um aumento significativo do conhecimento desses participantes
sobre o tema.
O método de ensino com sessões teórico-práticas também
foi utilizado por Calandrim et al.21, que trabalharam com 35
colaboradores de uma escola com um curso de duas horas de duração. Além das
aulas teóricas e práticas, os participantes realizaram o treinamento prático
das manobras. Após a intervenção foi realizada uma avaliação de conhecimento
teórico e outra de habilidade prática. Antes do curso, a pontuação média
alcançara 19,43 referentes à prática e de 2,91 pontos de conhecimento teórico.
Após o treinamento, a média da habilidade subiu para 174,57 e a de
conhecimento, para 9,17 pontos. Em ambas as abordagens, deu-se um aumento
significativo no conhecimento dos participantes.
O uso de aulas teóricas, seguidas de demonstrações
e/ou simulações práticas, mostra-se eficaz no ensino de primeiros socorros,
como observado em diversos estudos. Um estudo brasileiro com profissionais que
atuam em escolas de ensino especializado, também, resultou no aumento
significativo do conhecimento teórico dos participantes sobre primeiros
socorros32.
O estudo de Li et al.26 é o ensaio de maior
abrangência, realizado na China, com a participação de 1.282 professores. Os
participantes foram, aleatoriamente, separados em três grupos, e cada grupo foi
submetido a um tipo de intervenção sobre primeiros socorros: 441 pessoas no
treinamento interativo, 441 no treinamento baseado em palestras e 400 no
treinamento de instrução por vídeos.
O treinamento interativo baseou-se em um curso de
primeiros socorros americano chamado PedFACTs, que consiste em atividades em
pequenos grupos, apresentação de vídeo, um jogo com discussão interativa e kit
de primeiros socorros. Esse curso foi elaborado pela Academia Americana de
Pediatria, especialmente, para cuidadores e professores de crianças26.
Outro estudo realizado pelo mesmo pesquisador contou com 1.067 participantes e
relata que esse treinamento promoveu aumento significativo no escore de
respostas corretas, de 21,0 pontos para 32,2 após a intervenção33.
O treinamento baseado em palestras realizou-se com
grandes grupos e auxílio do software Microsoft PowerPoint®, baseando-se em um
manual americano de pediatria de primeiros socorros para cuidadores e
professores, leitura de livros didáticos e vídeo26. Constatou-se,
ainda, que o treinamento com palestras se mostra eficaz no aumento do
conhecimento em primeiros socorros, como observado em um estudo realizado com
alunos na Bélgica, em que o escore de acertos em questões de primeiros socorros
foi de 4,49 no pré-teste para 9,02 no pós-teste34. Outro estudo com
alunos na Índia também mostrou melhora significativa dos conhecimentos
pós-teste35.
O grupo de treinamento de instrução por vídeos recebeu
um curso de primeiros socorros por meio de vídeos educativos26.
Percebeu-se uma escassez de estudos que apresentem intervenções de primeiros socorros
somente com exibição de vídeos, pois o ensino de primeiros socorros exige
demonstrações práticas, como foi constatado na literatura, em um artigo de
revisão integrativa13.
Os resultados do estudo de Li et al.26
mostram que as três intervenções realizadas proporcionaram melhora
significativa no conhecimento dos participantes sobre primeiros socorros, após
a intervenção. O treinamento interativo teve um resultado significativamente
melhor que os outros dois treinamentos. Na comparação entre o treinamento
baseado em palestras e o treinamento de instrução por vídeos, não houve
diferença significativa.
Como nas dependências da escola podem ocorrer várias
situações de emergências relacionadas à saúde, faz-se necessário que os
professores tenham capacidade de agir nesses casos36. Em virtude
dessa demanda, os profissionais de saúde e as instituições de ensino deveriam
articular medidas de educação permanente para os professores com a finalidade
de proporcionar embasamento teórico e empoderamento a fim implementar medidas
preventivas e condutas corretas de primeiros socorros12.
Ações de educação em primeiros socorros
para estudantes
Da análise dos artigos, 11 foram alocados nesta
categoria3,34,35,37-44.
Observou-se que a maioria dos estudos utilizou como método
de avaliação das intervenções o pré-teste e pós-teste. Apenas dois estudos
utilizaram único teste, sendo que, em um estudo realizado na França, os autores
optaram por essa forma de avaliação, visto que foi abordada a comparação de
conhecimento entre um grupo de alunos que já havia recebido educação em
primeiros socorros implementada no currículo e outro grupo da mesma idade que
não possuía esse conteúdo na grade curricular. Somente esse artigo trabalhou
com um grupo de estudantes que contava com o conteúdo em primeiros socorros
ministrado pelos professores nas suas escolas38.
A formação das pessoas em conteúdos relacionados a
primeiros socorros e suporte básico de vida (SBV) é vista como uma estratégia
essencial para melhorar o prognóstico de indivíduos que tenham parada cardíaca
em um ambiente extra-hospitalar16. Na Dinamarca, têm sido adotadas
várias iniciativas, elas têm proporcionado um aumento da sobrevida das pessoas
que sofrem uma parada cardíaca, e uma das iniciativas é a incorporação ao
currículo escolar de conteúdos relacionados ao SVB45.
Iniciativas internacionais, principalmente o recente
apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) ao Kids Save Lives, aumentaram a
conscientização sobre o valor do ensino da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) para
crianças em idade escolar46. Muitos países agora têm programas
obrigatórios de primeiros socorros e RCP no currículo escolar. Atualmente, 36
estados americanos e Washington DC incluem treinamento em RCP como requisito
para a conclusão do ensino médio47. De acordo o International
Federation of Red Cross and Red Crescent Societies (IFRC), na Europa, 19% dos
países têm treinamento obrigatório de primeiros socorros nas escolas48.
Os primeiros socorros são obrigatórios na Dinamarca, França, Alemanha, Itália e
Noruega para alunos do Ensino Médio49. Na Espanha e na França, os
primeiros socorros também são obrigatórios para crianças em idade escolar48.
Observou-se que há uma defasagem de conteúdo referente a primeiros socorros nos
planos de ensino das escolas brasileiras, portanto, necessitando que sejam
realizadas intervenções em saúde extracurricular como estratégia para suprir
essa lacuna50.
Com relação aos resultados dos pré-testes, em todos os
estudos, os grupos apresentaram baixos níveis de conhecimento e habilidades em
reconhecer, agir e acionar o serviço de emergência em situações que representem
risco à vida. Da mesma forma, todos os artigos concluem que a intervenção em
primeiros socorros é eficiente nas escolas, com melhora significativa do
conhecimento a respeito do SBV nos pós-testes aplicados aos estudantes. Uma das
turmas contempladas no estudo de Mesquita et al.41 obteve 25% de
acertos para os questionários aplicados antes da intervenção e 87% de acertos
para os questionários aplicados após a aula. Já no estudo Banfai et al.3,
inicialmente, 2% dos participantes sabiam como identificar se uma vítima estava
respirando normalmente, porcentagem que aumentou para 83% logo após a
intervenção e manteve-se em 74% após quatro meses.
Quanto ao tempo de aplicação do pós-teste, apenas um
estudo especificou que os alunos foram avaliados imediatamente após a
intervenção40. Três estudos avaliaram os estudantes dois meses após
a intervenção e obtiveram uma melhora significativa dos resultados, quando
comparados ao grupo que não recebeu a intervenção34,38,44. Um desses
estudos implementou um programa que se baseava em único dia de treinamentos
práticos sobre primeiros socorros e evidenciou significativo aumento do
conhecimento e confiança para execução de medidas de emergência entre os
estudantes, o que ratifica que atividades práticas, mesmo que exercitadas em um
dia só, exercem papel essencial na fixação do conteúdo44.
Quanto à faixa etária dos escolares participantes das
intervenções, houve predomínio de alunos maiores de 10 anos, embora não tenha
sido identificada uma maioria em idade absoluta. A inclusão desses conteúdos no
currículo escolar está relacionada a vários questionamentos, tais como a partir
de que idade os escolares são capazes de aprender SBV e quem deve ministrar
esse treinamento16.
De acordo com algumas evidências, a formação em
primeiros socorros pode iniciar já na fase infantil. As Diretrizes para
Reanimação 2015, do European Resuscitation Council, inferem que é mais eficaz
iniciar o treinamento das crianças em idade escolar, e, quanto mais jovem se
inicia (menores de 12 anos de idade), mais os resultados são duradouros51.
Pesquisas realizadas com crianças do segundo ciclo da educação infantil (3-6
anos) têm encontrado resultados positivos, assinalando que elas são capazes de
aprender o número da emergência, avaliar a consciência e respiração, colocar a
pessoa em posição lateral de segurança e transmitir as informações aos serviços
de emergências52,53.
A formação dos professores é considerada o primeiro
passo para começar a ensinar o SBV nas escolas. Como os protocolos são sempre
atualizados, a capacitação constante dos professores em SBV é essencial para
que eles sejam capazes de treinar seus alunos, de forma que essa prática se torne
frequente e possa ser inserida no currículo escolar54. A inclusão
desse conteúdo no currículo escolar é de suma importância, visto que será
acessível a toda a população, contribuindo para a formação de cidadãos aptos a
atuarem em uma situação de urgência e emergência, impactando na redução dos
óbitos ocasionados em virtude do desconhecimento, do despreparo e da demora em
receber os primeiros socorros55.
Alinhado a esse estudo, Banfai et al.3
inferem que alunos a partir dos sete anos de idade possuem capacidade de
absorver conteúdos teóricos do SBV. Esse artigo evidencia, ainda, que as
crianças mais jovens tiveram um desempenho inferior em relação às crianças mais
velhas, mas, ainda assim, obtiveram uma melhora significativa em relação aos
próprios pré-testes. Da mesma forma, a melhor compressão torácica e ventilação
teve correlação positiva com a idade, o peso, a altura e o Índice de Massa
Corporal (IMC) das crianças. Já em outro artigo dessa categoria, ser maior de
18 anos foi um dos critérios de inclusão para a amostra do estudo e os
resultados revelaram que também houve considerável aumento do conhecimento
sobre primeiros socorros37. Para ser eficaz, recomenda-se que os
primeiros socorros e as instruções de RCP considerem a faixa etária dos alunos
e sejam integrados no currículo escolar, a partir do primário, e desenvolvidos
e atualizados anualmente46.
Com relação a quem deveria ensinar esses conteúdos aos
escolares, apesar de usualmente essa tarefa ser delegada aos profissionais da
saúde, pesquisas atuais indicam que os próprios professores, quando devidamente
capacitados, podem ser os responsáveis por ensinar esse conteúdo56,57,58.
Corroborando esses estudos, uma pesquisa encontrou que o ensino de primeiros
socorros ministrado pelos próprios professores a crianças de quatro a seis anos
pode melhorar sua capacidade de avaliar e descrever uma situação de emergência
médica e alertar o serviço de emergência médica. Na análise do grupo que
recebeu educação em primeiros socorros, houve significativo sucesso nessas
avaliações em relação ao grupo controle31.
Com relação às intervenções, não houve um padrão,
porém destacaram-se as sessões teórico-práticas, presentes em quatro estudos3,42,43,44.
Além disso, foram utilizadas aulas expositivas, simulações, dinâmicas, jogos e
dramatização.
Ressalta-se que o método de ensino de sessões
teórico-práticas é o mais difundido nas intervenções de primeiros socorros,
como evidenciado em diversos estudos, inclusive, na outra categoria abordada
nesta revisão de literatura. A articulação de teoria e prática mostrou-se
eficaz na abordagem do tema9,21. É importante ressaltar que a
educação em primeiros socorros deve ser prática e relevante com o intuito de
dar às crianças e aos adolescentes a confiança para responder em situações de
emergência46.
Um Núcleo de Estudantes de Medicina da Associação
Acadêmica de Coimbra (NEM/AAC), seguindo as recomendações do Kids Save Lives,
desenvolveu o projeto ‘A Brincar, A Brincar’, com a proposta de ensinar SBV
para crianças em idade escolar (sete a 12 anos). O treinamento foi ministrado a
392 crianças em única sessão teórico-prática. Os participantes responderam a um
questionário antes e após o treinamento, e o resultado mostrou que houve um
aumento significativo no conhecimento e na autoeficácia das crianças após esse
treino único59. Incorporar componentes práticos e teóricos no
treinamento oferecido aos escolares é considerado um fator que facilita a
retenção do conhecimento60.
Alguns estudos utilizaram aulas expositivas ou
palestras de forma isolada ou agregadas a outros recursos como dinâmicas ou
simulação. Os resultados foram positivos, mesmo no estudo que utilizou somente
aula expositiva, resultando em melhora no conhecimento sobre todos os temas
abordados35. O ensino mediante palestras ou aulas expositivas é o
mais utilizado nas escolas, porém considera-se hoje que o uso de metodologias
ativas, com atividades práticas e participação dos alunos, promove um resultado
melhor na aprendizagem61.
Em contrapartida, um estudo realizou uma comparação
entre dois métodos diferentes, ministrando conteúdos sobre primeiros socorros
em duas turmas, sendo que, em uma turma, foi utilizado um método de aulas
expositivas por slides, associado a um recurso educativo caracterizado por uma
caixa lúdica com materiais de primeiros socorros, além de discussões dos
conteúdos apresentados em grupo. Já na outra turma, não houve o uso desses
recursos ‒ apenas aulas expositivas foram ministradas. A comparação do
desempenho das duas turmas revelou que a turma com mais recursos obteve
resultados consideravelmente superiores no pós-teste, atingindo 87% de acertos,
em comparação a 37% da outra turma41.
Ainda nesse contexto, em um artigo iraniano, os alunos
foram divididos aleatoriamente em dois grupos, A e B, sendo que, no grupo A, foi
empregado um método de ensino baseado na fala e exposição dos conhecimentos,
enquanto, no grupo B, foi utilizado um método de ensino baseado na dramatização
de possíveis situações de emergência. Os resultados demonstraram que ambos os
grupos aumentaram seus conhecimentos sobre os assuntos abordados, mas, de
maneira geral, os integrantes do grupo de dramatização obtiveram melhor
desempenho nos testes aplicados40.
Ademais, outro estudo comparou o uso de jogos
educativos com apresentações teóricas. Os estudantes que receberam o conteúdo
por meio de palestras revelaram melhor desempenho no pós-teste. Entretanto o
grupo que recebeu a intervenção por meio de jogos avaliou como mais
interessante esta forma de abordagem34. Esses estudos demonstram ser
necessário associar formas teóricas, práticas e lúdicas de ministrar os
conteúdos relacionados aos primeiros socorros para os estudantes a fim de obter
maior nível de interação, interesse e, consequentemente, aprendizado.
Uma revisão sistemática que avaliou a melhor evidência
disponível sobre a eficácia das intervenções educacionais em países de média e
baixa renda aponta que, em comparação com o uso de métodos de ensino
convencionais (especialmente aulas expositivas), utilizar métodos pedagógicos
alternativos, como instrução para resolução de problemas, instrução em pequenos
grupos, instrução por investigação guiada, instrução cooperativa e instrução
construtivista, mostrou um aumento significativo do conhecimento dos alunos19.
Em relação aos temas abordados nas intervenções,
verificou-se que não há um padrão entre os estudos. No entanto há prevalência
de assuntos como SBV, abordado em oito dos 11 artigos contemplados nesta
categoria. O conteúdo de “fraturas e entorses”, por sua vez, foi o segundo mais
abordado e foi desenvolvido em sete intervenções; seguido por “queimaduras e
insolação” e “asfixia e engasgo”, em cinco estudos cada. Já o tópico
“eletrocussão e choque” foi abordado em quatro artigos.
Na maioria dos países de baixa e média renda não há
diretrizes baseadas em evidências ou materiais de ensino relativos ao
treinamento de primeiros socorros para crianças. Faz-se, por conseguinte,
necessário realizar revisões sistemáticas ou metanálises que contribuam para
decidir qual método utilizar, quais tópicos incluir, de forma a levar em
consideração os hábitos e as crenças locais, os recursos locais e equipamentos
disponíveis62.
Percebeu-se que há um aumento do número de programas
destinados ao treinamento de primeiros socorros aos escolares. Entretanto
observou-se a necessidade de desenvolver pesquisas com uma avaliação mais
rigorosa no que tange à eficácia do treinamento, haja vista a necessidade de
desenvolver programas de treinamento com métodos e conteúdos relevantes e adequados
à faixa etária do público-alvo60.
Por fim, diante dos baixos níveis de conhecimentos dos
estudantes previamente às intervenções aplicadas e o sucesso de aprendizagem
nos pós-testes, todos os artigos evidenciam a necessidade da implementação dos
conteúdos sobre primeiros socorros nos currículos estudantis de todas as faixas
etárias, modulando o aprofundamento do conteúdo ministrado de acordo com a
idade.
CONCLUSÃO
Os artigos analisados evidenciaram que professores,
colaboradores e alunos não estão preparados para o atendimento de primeiros
socorros nas escolas; e que o ensino de primeiros socorros, em suas diversas
metodologias, melhora significativamente o conhecimento acerca da temática.
Como a escola tem o papel de proteger a saúde e a segurança de seus
funcionários e alunos, tais achados justificam a necessidade de implementar
ações de educação em saúde sobre a temática.
Cabe ressaltar que, apesar da diversidade de
metodologias utilizadas nas intervenções educativas, todos os estudos obtiveram
resultados positivos. Entretanto foi possível observar que, nas intervenções
que utilizaram metodologias ativas, os resultados foram mais satisfatórios.
Como estratégia
para otimizar as ações de formação em primeiros socorros, ressalta-se a
importância de um planejamento intersetorial com o envolvimento de gestores da
educação e da saúde. Também, seguindo uma tendência internacional e
respaldando-se em evidências científicas, seria um avanço a inclusão do
conteúdo de primeiros socorros na grade curricular das escolas, de forma que
professores e alunos tenham um melhor embasamento teórico e saibam como agir em
uma situação de emergência.
Conflito de interesse
Os autores declaram que não possuem conflito de
interesse de qualquer natureza relacionado ao artigo.
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[1] Data de recepção: 03 de Setembro de 2020 Data
de aceitação: 25 de Novembro de 2020
[2] Enfermeira. Estudiante de maestría en Enfermería en UFMS -
Universidad Federal de Mato Grosso do Sul. Brasil. Email: karine.bianco@yahoo.com.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1509-8616
[3] Enfermeira. Doctorado en Ciencias de la Salud. Profesor de la
UFMS - Universidad Federal de Mato Grosso do Sul. Brasil. Email: tatycnn@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9436-8970
[4] Estudiante de Medicina en la UFMS - Universidad Federal de Mato
Grosso do Sul. Brasil. Email: pedrohbc150397@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2733-2905
[5] Estudiante de Medicina en la UFMS - Universidad Federal de Mato
Grosso do Su. Brasil. Email: andrelgodas@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2574-9336
[6] Estudiante de Medicina en la UFMS - Universidad Federal de Mato
Grosso do Sul. Brasil. Email: eduarda.siqueira@ufms.br
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4104-7596
[7] Enfermeira. Doctora en Ciencias.
Profesor de la UFMS - Universidad Federal de Mato Grosso do Sul. Brasil. Email: bruna_luchesi@yahoo.com.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0508-0818