DOI
10.15517/revenf.v0i40.43681
Intervenções
educativas na prevenção ou tratamento da obesidade em adolescentes: revisão
integrativa[1]
Interventions in the
prevention or treatment of obesity in adolescents: integrative review
Intervenciones
educativas en la prevención o tratamiento de la obesidad en adolescentes:
revisión integrativa
Maria Aline
Moreira Ximenes[2],
Maria Girlane Sousa Albuquerque Brandão[3],
Josiane da Silva Gomes[4],
Francisco Marcelo Leandro Cavalcante[5], Joselany
Áfio Caetano[6],
Lívia Moreira Barros[7]
RESUMO
Objetivo: identificar a
eficácia de intervenções educativas para prevenir ou tratar a obesidade em
adolescentes. Método: foi uma revisão integrativa da literatura, a
partir da questão norteadora: "Qual a efetividade das intervenções de
prevenção / tratamento da obesidade em adolescentes?" A busca foi
realizada em seis bases de dados eletrônicas nos idiomas português, inglês e
espanhol, em julho de 2020, o que permitiu a identificação de 5.401 artigos. Resultados:
foram identificados 31 artigos que abrangem intervenções educativas baseadas no
suporte nutricional e psicológico, atividade física e estilo de vida saudável.
Predominaram atividades físicas, intervenções interdisciplinares
comportamentais, nutricionais e de estilo de vida. As ações tiveram um efeito
benéfico na qualidade de vida dos participantes, índice de massa corporal,
hábitos de exercícios diários e comportamento alimentar positivo entre
adolescentes. As intervenções para controle e prevenção da obesidade analisadas
nesta revisão tiveram efeitos positivos na redução do peso corporal. Conclusão:
os achados apontaram para a necessidade de mais estudos para maior controle dos
benefícios e adesão às intervenções voltadas para a prevenção e tratamento da
obesidade.
Descritores: Adolescente;
Educação Alimentar e Nutricional; Educação em Saúde; Exercício Físico;
Obesidade.
ABSTRACT
Objective: to identify the effectiveness of educational
interventions to prevent or treat obesity in adolescents. Method: it was
an integrative review of the literature, based on the guiding question:
"What is the effectiveness of obesity prevention / treatment interventions
in adolescents?" The search was carried out in six electronic databases in
Portuguese, English and Spanish in July 2020, which allowed the identification
of 5,401 articles. Results: 31 articles were identified that cover
educational interventions based on nutritional and psychological support,
physical activity and a healthy lifestyle. Physical activity, interdisciplinary
behavioral, nutritional and lifestyle interventions predominated. The actions
had a beneficial effect on the participants' quality of life, body mass index,
daily exercise habits, and positive eating behavior among adolescents. The
interventions for the control and prevention of obesity analyzed in this review
had positive effects on reducing body weight. Conclusion: the findings
pointed to the need for more studies to have greater control over the benefits
and adherence to interventions aimed at preventing and treating obesity.
Descriptors: Adolescent; Food and Nutrition Education; Health Education;
Obesity; Physical Exercise.
RESUMEN
Objetivo: identificar la
efectividad de las intervenciones educativas para prevenir o tratar la obesidad
en adolescentes. Metodo: Sse trató de una revisión integradora de la
literatura, basada en la pregunta orientadora: “¿Cuál es la efectividad de las
intervenciones de prevención / tratamiento de la obesidad en adolescentes?”. La
búsqueda se realizó en seis bases de datos electrónicas en portugués, inglés y
español en julio de 2020, lo que permitió identificar 5401 artículos. Resultados:
se identificaron 31 artículos que cubren intervenciones educativas basadas en
el apoyo nutricional y psicológico, la actividad física y un estilo de vida
saludable. Predominó la actividad física, las intervenciones
interdisciplinarias conductuales, nutricionales y de estilo de vida. Las
acciones tuvieron un efecto beneficioso sobre la calidad de vida de los
participantes, el índice de masa corporal, los hábitos de ejercicio diario y la
conducta alimentaria positiva entre los adolescentes. Las intervenciones para
el control y la prevención de la obesidad analizadas en esta revisión tuvieron
efectos positivos en la reducción del peso corporal. Conclusión: los
hallazgos señalaron la necesidad de realizar más estudios para tener un mayor
control sobre los beneficios y la adherencia a las intervenciones destinadas a
prevenir y tratar la obesidad
Descriptores: Adolescente;
Educación Alimentaria y Nutricional; Educación para la salud; Ejercicio Físico;
Obesidad.
INTRODUÇÃO
A obesidade apresenta-se como um problema mundial de
saúde pública cada vez mais prevalente em adolescentes. É uma Doença Crônica
Não-Transmissível (DCNT), evitável, caracterizada pela elevação da massa
adiposa corporal, que pode resultar em inúmeros prejuízos à saúde, como doenças
cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer1,2.
De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS), a
obesidade quase que triplicou no período de 1975 a 2016, constatando-se que
mais de 340 milhões de crianças e adolescentes na faixa etária de 5 a 19 anos
apresentavam índice de massa corporal (IMC) fora da curva-padrão no ano de
2016, com aumento de 18% na prevalência deste problema crônico1.
Estudos realizados nos Estados Unidos3 e
Emirados Árabes4 destacam a obesidade como importante problema de
saúde pública, com implicações graves para a saúde, como comorbidades
relacionadas com fatores fisiológicos e psicológicos. Pesquisa realizada em
escolas de 21 países europeus identificou números preocupantes de adolescentes
com obesidade grave, e assim, destacou a relevância de a obesidade ser tratada
por meio de uma variedade de intervenções educativas, desde a prevenção precoce
do sobrepeso e da obesidade, até o tratamento daqueles que precisam5.
Intervenções educativas têm sido relatadas como
estratégia potencial de fomento a mudanças de estilo de vida de adolescentes,
acompanhada de melhoria do perfil antropométrico e de composição corporal.
Protocolo de intervenção com teor educativo pode oferecer metodologia de fácil
adaptação e baixo custo para serviços de saúde, com alta adesão e baixa taxa de
abandono6.
Estudos consultados inferem que intervenções
educativas podem contribuir significavamente para redução IMC, massa gorda
relativa e absoluta, melhora na autoestima e imagem corporal em relação à
percepção do estado físico e diminuição de medo7,8.
Assim, o desenvolvimento de intervenções e programas
educativos voltados para promoção de comportamentos de saúde positivos podem
favorecer a redução e controle da incidência de sobrepeso e obesidade.
Ressalta-se a importância da orientação de profissionais de saúde em relação
aos hábitos saudáveis que podem ter impacto significativo na redução dos
agravos à saúde decorrentes da obesidade e melhorar a qualidade de vida dos
adolescentes9,10.
Deste modo, a identificação da efetividade de
programas e intervenções educativas na prevenção ou tratamento da obesidade,
disponíveis na literatura científica, pode contribuir para a prática
profissional ao disponibilizar evidências sobre estratégias eficazes e
adequadas ao público-alvo. Além disso, permitirá a identificação de lacunas do
conhecimento e suscitar novas práticas de prevenção e tratamento para esta
problemática.
Ante o exposto, este estudo objetivou identificar a
efetividade de intervenções educativas na prevenção ou tratamento da obesidade
em adolescentes.
MÉTODO
Trata-se de revisão integrativa da literatura, método
de pesquisa que permite a análise da literatura de forma sistemática, além de
divulgar dados científicos produzidos por outros autores11. O corpus
do estudo foi formado por produções científicas que evidenciavam intervenções
para prevenção da obesidade em adolescentes por meio de seis etapas
metodológicas12.
A questão norteadora foi construída com base na
estratégia População Interesse Contexto (PICo): Qual a efetividade de
intervenções sobre prevenção/tratamento da obesidade em adolescentes?
Considerou-se P = adolescentes; I = intervenções de prevenção ou tratamento
contra obesidade; e Co = redução/prevenção da obesidade13.
Os critérios de inclusão delimitados foram estudos nos
idiomas português, inglês e espanhol, que respondessem à questão norteadora e
estivessem disponíveis na íntegra eletronicamente, no período de 2000 a 2020.
Foram excluídas publicações repetidas, revisões de literatura, editoriais,
manuais, dissertações e teses.
A busca dos estudos foi realizada durante o mês de
julho de 2020. Esse processo ocorreu em bases de dados relevantes e de impacto
para o contexto da saúde, sendo elas: Medical Literature Analysis and Retrieval
Sistem Online (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO),
Cochrane, Science Direct, Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).
Para a realização das buscas nas bases de dados, foram
utilizados descritores controlados presentes no Medical Subject Headings
(MeSH), os quais: obesity e adolescente, que foram associados com palavra-chave
“intervention”, formando uma estratégia de busca ampla: (Obesity AND Adolescent
AND Intervention).
Após a exclusão de duplicatas por meio do gerenciador
de referências do Mendeley, o processo de seleção dos estudos foi realizado de
forma independente por dois revisores. Destaca-se que quando havia discordância
sobre o julgamento da elegibilidade, bastava apenas um revisor julgar o artigo
elegível que ele passava para a etapa seguinte.
A seleção dos estudos ocorreu em duas etapas.
Inicialmente, os estudos potencialmente elegíveis foram pré-selecionados por
meio da avaliação dos títulos e resumos das publicações recuperadas nas buscas.
Na segunda etapa, foi realizada avaliação do texto na íntegra para confirmação
da elegibilidade. A extração dos dados das publicações incluídas também foi
realizada de forma independente entre os pesquisadores e as informações foram
confrontadas. Para extrair as variáveis necessárias para atingir o objetivo
proposto, utilizou-se formulário próprio de coleta de dados, elaborado pelos
autores, com as seguintes variáveis: autores, ano, país do estudo, tipo de
estudo, nível de evidência, amostra, ambiente, idade, nível de obesidade, tempo
de seguimento, tipo de intervenção e seus elementos educativos e efetividade.
A análise dos dados da revisão integrativa foi
elaborada na forma descritiva. Cada estudo incluído foi analisado
minuciosamente pelos autores e elaborou-se dois quadros síntese contendo as
seguintes informações: autores, ano de publicação, objetivo, cepas causadoras
das epidemias/pandemia, cidade e ano de ocorrência, dimensões e construtos
relacionados com a Síndrome de Burnout.
O nível de evidência definido seguiu a classificação:
nível I – metanálise de estudos controlados e randomizados; nível II – estudo
experimental; nível III – estudo quase experimental; nível IV – estudo
descritivo/não experimental ou com abordagem qualitativa; nível V – relato de
caso ou experiência; nível VI – consenso e opinião de especialistas14.
RESULTADOS
Foram selecionados 31 estudos, com base nos critérios
de inclusão estabelecidos. Os dados compilados contemplaram a caracterização
dos estudos e as intervenções descritas em cada artigo sobre prevenção ou
tratamento da obesidade em adolescentes. O fluxograma do processo de seleção
está apresentado na Figura 1.
Figura 1. Fluxo de seleção dos artigos.
Sobral (CE), Brasil, 2020.
Característica da amostra
Foram selecionadas 31 publicações, provenientes de
estudos realizados em países diversos, com predomínio do cenário brasileiro,
efetivados majoritariamente em ambiente familiar e escolar, com adolescentes.
A maioria dos estudos usou como critérios de inclusão
a avaliação do IMC, que variou de 19,94 a 36,6. Os programas de intervenção
tiveram acompanhamento longitudinal, com duração de no mínimo dois e no máximo
36 meses. Estas informações estão exemplificadas no Quadro 1.
Quadro 1 – Distribuição das
características metodológicas dos artigos incluídos na revisão integrativa.
Sobral (CE), Brasil, 2020.
Autor(es)/ Ano/ País |
Tipo
de estudo/ Nível
de evidência |
Amostra |
Ambiente |
Idade |
Nível de obesidade (valores
de IMC) |
Tempo de seguimento |
Zanatta
et al., 202014/Brasil |
Experimental/
II |
37 |
Instituição de Saúde |
15 a 18 anos |
≥ percentil 85 |
3 meses |
Ishak et
al., 202016/Malásia |
Quase experimental/III |
76 |
Escolar |
13 a 14
anos |
GI - 20,94 ± 4,72 GC- 19,94 ± 5,62 |
3 meses |
Chew et
al.,201917/ Singapura |
Experimental/II |
61 |
Familiar |
10 a 16 anos |
GI - 29.93 ± 4.24 GC- 30.11 ± 4.43 |
6 meses |
Poll et
al., 201918/Brasil |
Experimental/II |
62 |
Escolar |
Média GI -13.2
± 1.5 GC- 13.0
± 1.8 |
GI -
29.3 ± 6.7 GC -
27.4 ± 4.5 |
6 meses |
Branco
et al., 201919/Brasil |
Experimental/II |
33 |
Familiar |
13 a 17 anos |
G1-34,1 ± 7,1 G2- 33,6 ± 6,2 |
3 meses |
Martín-García
et al., 201920/ Espanha |
Experimental/II |
47 |
Escolar |
7 a 16
anos |
GI- 28,1
± 3,6 GC- 28,7
± 3,2 |
3 meses |
Rubin et
al., 201921/ Estados
Unidos |
Quase
experimental/III |
111 |
Familiar |
8 a 16 anos |
Percentis de 97,3 ± 0,3 |
5,5 meses |
Costa et
al., 20197/ Brasil |
Quase experimental/III |
17 |
Familiar
|
16 ± 1 |
Indisponível
|
3 meses |
Ojeda-Rodríguez
et al.,201822/ Espanha |
Experimental/II |
107 |
Familiar |
Média GI-11,49 ± 2,5 GC-10,7 ± 2,4 |
GI- 28,52 ± 4,6 GC- 28,1 ± 4,5 |
22 meses |
Freitas
et al.,20176/Brasil |
Experimental/II |
76 |
Familiar |
13 a 18
anos |
GI-
34,48 ± 3,88 GC-
34,55 ± 3,36 |
3 meses |
Bianchini
et al., 20168/Brasil |
Experimental/II |
163 |
Familiar |
Faixa etária ou média indisponível |
GI- 29,2 ± 7,3 GC- 27,8 ± 7,7 |
3,6 meses |
Duman et
al.,201623/Turquia |
Observacional/IV |
50 |
Familiar
|
Média 12,16 ±
0,99 |
Indisponível |
2 meses |
Tortosa-Martínez
et al., 201624/Espanha |
Quase
experimental/ III |
38 |
Escolar |
Média GI-12,95 ± 0,9 GC-13,1 ± 0,9 |
GI- 26,5 ± 3,4 GC- 27,2 ± 3,4 |
5,5 meses |
Ricci-Vitor
et al, 201625/Brasil |
Quase experimental/ III |
15 |
Indisponível |
10,93 ±
2,28 |
28,9 ±
8,3 |
3 meses |
Parra-Medina
et al.,201526/ Estados Unidos |
Quase
experimental/ III |
348 |
Familiar |
Mediana Crianças 12 (10-14) |
IMC Mediano 34,9 |
2,7 meses |
Sousa et
al., 201527/Brasil |
Observacional/IV |
48 |
Instituição
de Saúde |
12 a 18
anos |
Média do
escore de Z do IMC - 2,661 |
5,5
meses |
Fidelix
et al., 201528/Brasil |
Quase-
experimental/ Nível
III |
183 |
Laboratório de pesquisa |
12 a 18 anos |
> percentil 95 |
3 meses |
Ryder et
al.,201429/Estados Unidos |
Quase-experimental/ Nível III |
15 |
Escolar |
15,0 ±
1,0 |
Percentil
96,3 ± 1,1 |
3 meses |
Sousa et
al., 201430/Brasil |
Experimental Nível II |
989 |
Escolar |
15 a 24 anos |
34,5 a 34,8 |
10 meses |
Giel et
al.,201331/Alemanha |
Quase-experimental/ Nível III |
41 |
Instituição
de Saúde |
13,7 ±
1,4 |
>
Percentil 99,5 ou percentil 90 |
6 meses |
Antunes
et al.,201332/Brasil |
Quase-experimental/ Nível
III |
34 |
Laboratório de pesquisa |
12 a 15 anos |
Antes da intervenção – 29,5 ± 5,1 Após intervenção – 28,9 ± 3,4 |
5 meses |
Milano
et al., 201333/Brasil |
Observacional/ Nível IV |
24 |
Indisponível |
10 a 16
anos |
29,25 ±
4,67 |
3 meses |
Hintze;Cattai;Junior,
201234/Brasil |
Quase -
experimental/ Nível
III |
33 |
Laboratório de pesquisa |
Homens-12.91±2.39 Mulheres-13.25±1.58 |
Homens-31,96±3,19 Mulheres-31,02±6,91 |
8 meses |
Denielsson
et al.,201235/Suécia |
Observacional/ Nível IV |
643 |
Instituição
de Saúde |
6 a 16
anos |
Média do
escore de Z do IMC 1,6 a <3,5 |
36 meses |
Silva et
al.,201236/Brasil |
Quase-experimental/ Nível
III |
19 |
Indisponível |
10 a 18 anos |
Antes da intervenção – 30,44 ± 4,81 Após intervenção – 29,58 ± 4,82 |
8 meses |
Johnston,
Massey; Marker-Hoffman, 201237/Estados Unidos |
Quase-experimental/ Nível III |
115 |
Laboratório
de pesquisa |
18,4 ±
0,6 |
23,21 ±
3,28 |
2 meses
1 semana |
Vargas
et al.,201138/Brasil |
Experimental/ Nível II |
331 |
Escolar |
11 a 17 anos |
GI-19,5±3,36 GC-18,9±3,18 |
4 meses |
Martelo,
200939/Brasil |
Experimental / Nível II |
82 |
Escolar |
10 e 17
anos |
>
percentil 85 |
3 meses |
Farias
et al., 200940/Brasil |
Quase -
experimental/ Nível IV |
383 |
Escolar |
10 a 15 anos |
IMC > 19,0 |
12 meses |
Rodrigues;
Boog, 200641/Brasil |
Observacional/ Nível IV |
22 |
Laboratório
de pesquisa |
11 a 16
anos |
Indisponível
|
8 meses |
Fernandez
et al.,200442/Brasil |
Experimental
/ Nível II |
28 |
Indisponível |
15 e 19 anos |
≥ percentil 95 |
3 meses |
Fonte: Elaborado
pelos autores.
Métodos de intervenção
Os estudos selecionados abrangeram variados elementos
de intervenção para educação em saúde, com predomínio de orientações baseadas
no apoio nutricional7,8,18,28,34,35,36,38 e prática de atividade
física ou exercício físico7,15,29,34,35. Os estudos apontaram que é
importante que as intervenções atendam às necessidades e interesses da
população-alvo; e que sejam iniciadas precocemente e mantidas por período de
tempo adequado.
Efetividade das intervenções
Observou-se efetividade das intervenções educativas em
29 estudos. Os principais desfechos evidenciados relacionaram-se com aumento na
prática de exercícios físicos20,21,23,24 melhor conhecimento ou
comportamento alimentar16,38,41 e redução de medidas de peso e
outras variáveis relacionadas com o IMC8,27,28,34,36.
Quadro 2. Descrição dos elementos das intervenções
educativas e efetividade das intervenções. Sobral (CE), 2020.
Autores |
Elementos da intervenção |
Efetividade da
Intervenção |
Zanatta
et al., 202014 |
- Ações educativas
em saúde -
Autonomia e do empoderamento para mudança do comportamento alimentar -
Prática de atividade física |
A intervenção de abordagem motivacional
interdisciplinar não impactou na capacidade de exercício e níveis de
atividade física habitual em adolescentes com sobrepeso e obesidade. |
Costa et
al., 201921 |
- Terapia
cognitivo-comportamental semanal - Reeducação alimentar duas
vezes por semana - Prática de atividades
físicas três vezes por semana |
As intervenções interdisciplinares promoveram melhora
na imagem corporal em relação à percepção do estado físico e diminuição de
medo. Houve ligeiras mudanças no comportamento dos adolescentes. |
Bianchini
et al., 201624 |
- Intervenção psicológica semanal por
uma hora - Intervenção nutricional semanal por
uma hora - Intervenção semanal por profissionais
da Educação Física - Consultas individuais de pais e
adolescentes com pediatra -
Intervenção psicológica com pais ou responsáveis |
Após a intervenção houve melhorias
significativas nas variáveis IMC, circunferência de cintura e quadril, massa
gorda relativa e absoluta, massa magra, flexibilidade, força/resistência
abdominal e aptidão cardiorrespiratória, porém com resultados mais
expressivos para as meninas sobre a circunferência de cintura, gordura
corporal (kg) e força/resistência abdominal. |
Sousa et
al., 201529 |
- Uso de plataforma virtual (plataforma
e-terapêutica Next.Step) - Apoio de equipe interdisciplinar (pediatra,
nutricionista, fisiologista e psicólogo) |
A avaliação pós-intervenção mostrou redução
significativa nas variáveis antropométricas e comportamentais, z-score do
IMC, percentil de circunferência da cintura e do quadril e no tempo de tela
semanal. |
Fidelix
et al., 201530 |
-
Consulta com endocrinologista - Intervenção nutricional - Psicoterapia - Treinamento aeróbico supervisionado |
Adolescentes mais velhos, com maiores
sintomas de distúrbios alimentares e de níveis de colesterol total, têm menor
chance de aderir a tratamentos interdisciplinares para perda de peso. |
Hintze;Cattai;Junior,
201236 |
- Atividades físicas e treinos de resistência - Intervenções nutricionais |
O programa resultou em melhorias na mudança de
comportamento no consumo de lipídios na dieta e frequência de exercícios e na
autodescrição de atividade física habitual, gordura corporal e aparência. |
Denielsson
et al.,201237 |
-
Acompanhamento periódico com orientações sobre hábitos alimentares mais
saudáveis e prática de atividade física |
Os adolescentes entre 14 e 16 anos de
idade não apresentaram redução no escore do IMC após 1, 2 ou 3 anos de
tratamento comportamental. Por outro lado, o efeito do tratamento
comportamental, quando iniciado entre 6 e 9 anos de idade foi mais eficaz com
obesidade grave do que com obesidade moderada. |
Silva et
al.,201238 |
- Terapia psicológica - Orientação nutricional - Atividade física orientada - Consultas médicas
individuais |
As intervenções promovem melhorias nos parâmetros
antropométricos, IMC, circunferência da cintura e massa gorda absoluta. Além
de melhor composição corporal e aptidão física |
Martelo,
200941 |
- Exercício aeróbio, anaeróbio e
intervenção nutricional - Exercício aeróbio e intervenção
nutricional |
O grupo com exercício aeróbio,
anaeróbio e intervenção nutricional obteve melhores resultados, com
diminuição do IMC, prega cutânea subescapular, gordura corporal, e, aumento
da massa magra. |
Ishak et
al., 202015 |
- Alimentação saudável - Imagem corporal positiva - Prática de atividade física |
Houve efeito positivo no conhecimento dos
adolescentes sobre estilo de vida saudável, mas sem redução significativa da
composição corporal. |
Poll et
al., 201917 |
-
Prática de atividade física -
Encontro semanal com psicólogo - Atividades semanais sobre nutrição |
Houve redução do IMC e circunferência
da cintura, diminuição de alimentos ultraprocessados, tendência de melhora da
qualidade de vida, contudo, houve redução dos domínios da qualidade de vida
emocional e escolar. |
Branco
et al., 201918 |
- Orientações sobre aspectos nutricionais e
reeducação alimentar - Encontro semanal com psicólogo - Controle de Ansiedade e
Sentimentos Negativos / Automonitoramento |
Os resultados mostraram reduções na massa gorda,
gordura corporal e circunferência da cintura, bem como, aumentos na massa
musculoesquelética e na taxa metabólica de repouso. No entanto, não houve
diferenças significativas na massa corporal, IMC, circunferência do pescoço
ou circunferência do braço. |
Ryder et
al.,201431 |
- Aulas de educação nutricional - Sessões de exercícios em grupo |
A intervenção resultou em concentrações
mais baixas de LDL (p= 0,001) e Selectina (p = 0,008) nos adolescentes
obesos. |
Vargas
et al.,201140 |
- Atividades de integração sobre adoção de hábitos
saudáveis de alimentação e à prática de atividade física - Jogos e campeonatos |
Houve redução na frequência de consumo de lanches fast food na escola, intervenção
comparada ao controle (p = 0,001). |
Rodrigues;
Boog, 200643 |
- Atendimento individual sobre
comportamento alimentar - Dinâmicas em grupo |
A intervenção foi eficaz para ajudar os
adolescentes a compreenderem sua história de vida e determinantes do
comportamento alimentar, assim como efetivarem mudanças na sua alimentação
espontaneamente. |
Chew et
al.,201916 |
- Encontros grupais com pais e filhos - Adoção de escolhas alimentares
saudáveis - Prática de atividade
física |
O programa mostrou viabilidade e eficácia clínica a
curto prazo em melhorar alguns resultados clínicos e a percepção dos
adolescentes sobre o apoio familiar. |
Ojeda-Rodríguez
et al., 201822 |
- Reeducação alimentar -Prática de atividades físicas (200
minutos por semana) - Uma
sessão individual de 30 minutos com a nutricionista |
A intervenção intensiva no estilo de
vida reduziu o IMC em crianças com obesidade abdominal. Houve melhora
significativa de índices alimentares, aproximando-se das recomendações
nutricionais. |
Parra-Medina
et al.,201528 |
- Sessões de educação em grupo duas vezes por
semana - Prática de atividades físicas três vezes por
semana |
O IMC, peso, circunferência da cintura e percentual
de gordura corporal melhoraram significativamente entre adultos que
completaram o programa, mas as crianças e adolescentes participantes não
apresentaram melhorias. |
Sousa et
al., 201432 |
- Alimentação saudável e educação para
a atividade física - Mudanças ambientais e organizacionais
no ambiente escolar |
Houve estabilização da prevalência de
obesidade geral e central no GI. Verificou-se o aumento da prevalência para o
grupo controle, para IMC e razão cintura-estatura. |
Giel et
al.,201333 |
- Aumento da atividade física de 1 para 2 horas por
dia - Diminuição de 2 horas na televisão e computador - Orientações nutricionais |
Os participantes mostraram uma mudança
significativa de peso, com diminuição média de 0,1 ± 0,2 IMC (p <0,01). No
entanto, a prevalência de sintomas de transtorno alimentar permaneceu estável
após as intervenções. |
Martín-García
et al., 201919 |
- 90
minutos de jogos recreativos duas vezes por semana -
Estratégia motivacional com feedback constante |
A intervenção influenciou os
comportamentos alimentares dos jovens, principalmente o fator alimentação
emocional e promoveu mudanças favoráveis na composição corporal. |
Rubin et
al., 201920 |
- Jogo ativo em casa com equipamentos (bolas,
argolas, obstáculos e cones) - Ligações aos pais (orientação do jogo/
aconselhamento/solução de problemas) |
Esta intervenção guiada pelos pais não aumentou a
atividade física. No entanto, levou a melhorias na competência bruta das
habilidades motoras. |
Duman et
al., 201625 |
- Programa de exercícios de oito
semanas por três dias por semana (exercícios de aquecimento, programa de
exercícios e relaxamento) - Videogames ativos e exercícios
aeróbicos e calistênicos acompanhados de música |
Exercícios aplicados com videogames
ativos têm efeitos positivos no estado obeso, status psicossocial e
autoestima, promovendo melhoria do estado obeso, além de ter contribuições
positivas para o bem-estar psicológico. |
Tortosa-Martínez
et al., 201626 |
- Sessões de aquecimento (5 a 10 minutos) - Atividade física moderada a vigorosa (65-70
minutos) - Alongamentos, exercícios respiratórios e a
técnica de relaxamento (10 minutos) |
O programa de atividade físico-esportiva contribuiu
com a melhoria de parâmetros cardiovasculares e na composição corporal. |
Ricci-Vitor
et al, 201627 |
- Prática de atividades físicas três
vezes por semana e duração de 60 minutos - Intervenção nutricional e psicológica
quinzenalmente |
O programa de exercícios associado com
aconselhamento nutricional e psicológico foi capaz de promover benefícios na
modulação autonômica, reduzir a frequência cardíaca de repouso e mudar a
classificação da obesidade dos indivíduos. |
Antunes
et al., 201334 |
- Treinamento concorrente com 30 minutos de
atividades aeróbicas (caminhada ou corrida) e 30 minutos de trabalho
resistido com exercícios com pesos |
O treinamento concorrente foi eficaz para promover
a redução da prevalência de fígado gorduroso, diminuição do tamanho dos
lóbulos hepáticos e alterações nos parâmetros de composição corporal. |
Milano
et al., 201335 |
- Atividades aeróbicas três vezes por
semana, com sessões de 110 minutos |
Após o tratamento com exercício físico,
os valores da atividade da enzima butirilcolinesterase dos adolescentes
obesos tornaram-se semelhantes àqueles verificados em indivíduos eutróficos. |
Johnston,
Massey; Marker-Hoffman, 201239 |
- Jogo de realidade alternativa |
Houve associação significativa para aumento da atividade
física no grupo submetido ao jogo de realidade alternativa (p <0,001). Ao
contrário do grupo comparação, em que houve diminuição significativa (p =
0,001). |
Farias
et al., 200942 |
- Aulas de educação física semanais,
com duração de 60 minutos |
A atividade física realizada durante a
atividade escolar promoveu redução significativa da gordura corporal. |
Fernandez
et al., 200444 |
- Treinamento físico aeróbico e anaeróbico - Orientação nutricional |
O exercício anaeróbio, proposto neste estudo, foi
mais eficiente para promover a diminuição da gordura corporal e da
percentagem de gordura que o exercício aeróbio e a orientação alimentar
isolada. |
Freitas
et al., 201723 |
- Aconselhamento semanal por
uma hora por psicólogo clínico (imagem corporal, distúrbios alimentares,
relação entre alimentos e sensações, problemas familiares e sociais, humor,
ansiedade e depressão) |
Os adolescentes que receberam a
intervenção apresentam menor peso corporal, massa gorda relativa, maior massa
livre de gordura e melhora na qualidade de vida. |
Fonte: Elaborado
pelos autores.
DISCUSSÃO
Esta revisão incluiu 31 estudos que abrangeram programas
de intervenção com foco na redução de peso de adolescentes. Os cenários
predominantes foram os espaços familiares e escolares, por constituírem-se como
ambientes de fácil acesso aos adolescentes. Deles, 29 estudos apresentaram
resultados significativos nos parâmetros avaliados após as intervenções.
Os estudos analisados buscaram a inclusão de
adolescentes com IMC elevado (>19). A determinação do IMC tem sido adotada
como método simples de avaliação do estado nutricional de diferentes grupos
populacionais, inclusive adolescentes16,18,19. Na América Latina, a
prevalência do excesso de peso oscila de 19 a 37% na faixa etária de 5 a 11
anos e de 17 a 36% na faixa etária de 12 e 19 anos43.
Estudos têm demonstrado que isso se deve ao fato de
adolescentes possuírem preferências alimentares inadequadas, com alto consumo
de alimentos processados e ultraprocessados, por interferência das relações
sociais existentes e midiáticas, o que favorece elevação do peso e,
consequentemente, do IMC44,45. Além disso, adiciona-se a ocorrência
do uso generalizado da tecnologia inclusive em atividades de lazer como
televisão, videogames, computadores, tablets e celulares, que impulsionam o
comportamento sedentário46, demonstrando a necessidade de
intervenções nesta condição crônica18.
Para contribuir com a redução da prevalência do
excesso de peso entre adolescentes, estudos clínicos têm buscado desenvolver
programas de intervenção educativa longitudinais que possam favorecer a mudança
no estilo de vida, reeducação alimentar, perda de peso e melhor qualidade de
vida6,22.
No presente estudo, foram observadas intervenções que
abrangeram orientações pautadas no apoio nutricional e psicológico, prática de
atividade física ou exercício físico e estilo de vida saudável. Tais
estratégias correspondem aos principais tipos de tratamentos não farmacológicos
da obesidade e costumam ter influência significativa na saúde do indivíduo18.
No que se refere aos programas de intervenção pautados
em exercícios físicos é importante ressaltar sua relevância na redução da
obesidade em adolescentes, devido ao aumento da taxa metabólica de repouso e
massa livre de gordura, que consequentemente aumentam o gasto energético diário47.
Estudo consultado que avaliou os efeitos de programas de exercícios físicos na
composição corporal, aptidão física e risco cardiometabólico em adolescentes
identificou impacto positivo na composição corporal e nas variáveis
antropométricas19.
A prática de 60 minutos de atividade física por dia,
permeada por movimentos que aumentem o consumo de energia, está associada a
resultados fisiológicos e psicológicos, que podem propiciar melhora no perfil
da composição corporal48. Exercícios físicos orientados podem ser
importante estratégia na redução de medidas antropométricas e no desenvolvimento
físico do adolescente, porém, é válido destacar a necessidade de associar
exercícios com mudanças nos hábitos alimentares e apoio familiar para redução
efetiva na obesidade e manutenção dos resultados obtidos.
Outra intervenção de destaque foram os programas
comportamentais com elementos de intervenção interdisciplinares, uma vez que
favoreceram a redução do peso corporal, promoção de práticas saudáveis e
mudanças nos comportamentos relativos ao estilo de vida28.
Estudos consultados reportam a relevância desse método
para redução de peso de adolescentes com IMC elevados7,8.
Intervenções com elementos interdisciplinares, em associação com educação
física, enfermagem, fisioterapia, nutrição e psicologia podem impactar
positivamente na redução de circunferências, massa gorda e percentual de
gordura corporal de adolescentes, além da melhora na imagem corporal7,49.
Esses achados ressaltam a importância no cuidado interdisciplinar no combate à
obesidade infanto-juvenil e no envolvimento dos profissionais em ações de
promoção da saúde destinadas a essa população.
Logo, intervenções interdisciplinares com adolescentes
podem favorecer a aquisição de melhores hábitos alimentares e serem mantidos
durante toda a vida adulta50. Além disso, foi possível associar as
intervenções comportamentais com outras estratégias, sejam educativas, sociais
e ambientais, garantindo melhores resultados a longo prazo.
A educação nutricional e alimentar também foi
utilizada para reduzir o IMC e outros aspectos de saúde de adolescentes. Essa
intervenção é considerada estratégia de tratamento não farmacológico de baixo
custo para promoção da saúde em adolescentes com sobrepeso e obesidade, uma vez
que, a medida que o estado nutricional adequado é restabelecido, as médias do
IMC o acompanharão49,51.
Programa de intervenção que mantém os adolescentes
mais próximos com nutricionista e equipe de saúde pode propiciar maior eficácia
na perda de peso. Contudo, os adolescentes precisam de tempo para mudar seus
hábitos alimentares e exigem esforço contínuo para manter um novo estilo de
vida52. Isso reforça a relevância de programas de intervenção de
cunho longitudinal para que as ações gerem resultados positivos e duradouros,
além de beneficiarem alcance da perda ponderal e melhor estado de saúde.
Alguns programas focaram em intervenção no estilo de
vida, em que a maioria associou estratégias de mudanças comportamentais que
pudessem favorecer a adoção de práticas alimentares saudáveis e atividade
física. Intervenções de estilo de vida saudável em vários níveis com
adolescentes, principalmente quando envolvem a família, são abordagens
promissoras para melhorar os comportamentos individuais26.
Pesquisa na Espanha identificou que intervenção
intensiva no estilo de vida em crianças e adolescentes com obesidade abdominal
alcançou redução no IMC, melhor adesão às recomendações nutricionais e escores
mais altos de qualidade da dieta22. Esse dado infere na importância
da manutenção do estilo de vida saudável para alcance de resultados favoráveis
relacionados ao peso corporal.
Dentro dos cuidados de saúde com a obesidade em
adolescentes, destaca-se que a inclusão de um componente de aconselhamento
psicológico na prevenção e tratamento multidisciplinar para obesidade pode
fornecer melhores benefícios6.
Os estudos analisados na revisão sugerem efetividade
dos programas de intervenção educativa em promover mudanças positivas no conhecimento
dos adolescentes sobre estilo de vida saudável16, redução do IMC8,18,19,22,26,
diminuição no consumo de alimentos ultraprocessados18, melhora na
imagem corporal7 e melhor qualidade de vida6,18.
Ao interpretar tais resultados também foi preciso
levar em consideração que diversos fatores podem influenciar a efetividade de
programas de intervenção com foco na obesidade, como condição social, acesso
aos serviços de saúde, aspectos culturais e nível de instrução educacional,
além da participação interdisciplinar nessas atividades.
Apesar da inclusão de estudos primários com altos
níveis de evidência, observaram-se limitações na padronização dos desfechos e
na redação dos estudos, fato que limitou a coleta de informações importantes.
Outra limitação potencial do estudo é o viés de
publicação, uma vez que os achados positivos têm maior probabilidade de serem
publicados, resultando em uma valorização do efeito benéfico das intervenções
no controle ou tratamento da obesidade. Destaca-se ainda o fato da busca ter
ocorrido com os descritores no idioma inglês, de forma que os artigos sem a
disponibilização no referido idioma e que seriam elegíveis para integrar a
amostra do estudo podem não ter sido encontrados.
Novos estudos sobre a temática são esperados, a fim de
produzir novas evidências sobre mudanças no comportamento de adolescentes com
sobrepeso e obesidade de modo que se tenham mais controle sobre os benefícios e
a adesão a intervenções que objetivam prevenir e tratar a obesidade.
CONCLUSÃO
As intervenções educativas analisadas demonstraram
efetividade das intervenções educativas no conhecimento dos adolescentes e
estilo de vida saudável, que contribuiu com redução do IMC e outros parâmetros
corporais, como gordura corporal e circunferência abdominal, menor ingestão de
alimentos ultraprocessados, melhora na imagem corporal e qualidade de vida.
Conflito de interesse
Os autores declaram que não possuem conflito de
interesse de qualquer natureza relacionado ao artigo.
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[1] Data de recebimento: 01 de setembro de 2020
Data de aceitação: 25 de novembro de 2020
[2] Enfermeira. Universidade Federal do Ceará (UFC). Brasil. E-mail: aline.ximenes11@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1674-3357
[3] Enfermeira. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (UNILAB). Brasil. E-mail:
girlane.albuquerque@yahoo.com.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9925-4750
[4] Enfermeira. Universidade Federal do Ceará (UFC). Brasil. E-mail: josianegomes4@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8130-9795
[5] Enfermeiro. Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Brasil. E-mail: marceloleandrocavalcante98@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6143-1558
[6] Enfermeira. Universidade Federal do Ceará (UFC). Brasil. E-mail: joselany@ufc.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0807-056X
[7] Enfermeira. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (UNILAB). Brasil. E-mail:
livia.moreirab@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9763-280X