DOI 10.15517/revenf.v0i40.43681

Intervenções educativas na prevenção ou tratamento da obesidade em adolescentes: revisão integrativa[1]

Interventions in the prevention or treatment of obesity in adolescents: integrative review

Intervenciones educativas en la prevención o tratamiento de la obesidad en adolescentes: revisión integrativa

Maria Aline Moreira Ximenes[2], Maria Girlane Sousa Albuquerque Brandão[3], Josiane da Silva Gomes[4], Francisco Marcelo Leandro Cavalcante[5], Joselany Áfio Caetano[6], Lívia Moreira Barros[7]

RESUMO


Objetivo: identificar a eficácia de intervenções educativas para prevenir ou tratar a obesidade em adolescentes. Método: foi uma revisão integrativa da literatura, a partir da questão norteadora: "Qual a efetividade das intervenções de prevenção / tratamento da obesidade em adolescentes?" A busca foi realizada em seis bases de dados eletrônicas nos idiomas português, inglês e espanhol, em julho de 2020, o que permitiu a identificação de 5.401 artigos. Resultados: foram identificados 31 artigos que abrangem intervenções educativas baseadas no suporte nutricional e psicológico, atividade física e estilo de vida saudável. Predominaram atividades físicas, intervenções interdisciplinares comportamentais, nutricionais e de estilo de vida. As ações tiveram um efeito benéfico na qualidade de vida dos participantes, índice de massa corporal, hábitos de exercícios diários e comportamento alimentar positivo entre adolescentes. As intervenções para controle e prevenção da obesidade analisadas nesta revisão tiveram efeitos positivos na redução do peso corporal. Conclusão: os achados apontaram para a necessidade de mais estudos para maior controle dos benefícios e adesão às intervenções voltadas para a prevenção e tratamento da obesidade.


 

Descritores: Adolescente; Educação Alimentar e Nutricional; Educação em Saúde; Exercício Físico; Obesidade.

 

ABSTRACT


Objective: to identify the effectiveness of educational interventions to prevent or treat obesity in adolescents. Method: it was an integrative review of the literature, based on the guiding question: "What is the effectiveness of obesity prevention / treatment interventions in adolescents?" The search was carried out in six electronic databases in Portuguese, English and Spanish in July 2020, which allowed the identification of 5,401 articles. Results: 31 articles were identified that cover educational interventions based on nutritional and psychological support, physical activity and a healthy lifestyle. Physical activity, interdisciplinary behavioral, nutritional and lifestyle interventions predominated. The actions had a beneficial effect on the participants' quality of life, body mass index, daily exercise habits, and positive eating behavior among adolescents. The interventions for the control and prevention of obesity analyzed in this review had positive effects on reducing body weight. Conclusion: the findings pointed to the need for more studies to have greater control over the benefits and adherence to interventions aimed at preventing and treating obesity.


 

Descriptors: Adolescent; Food and Nutrition Education; Health Education; Obesity; Physical Exercise.

 

RESUMEN


Objetivo: identificar la efectividad de las intervenciones educativas para prevenir o tratar la obesidad en adolescentes. Metodo: Sse trató de una revisión integradora de la literatura, basada en la pregunta orientadora: “¿Cuál es la efectividad de las intervenciones de prevención / tratamiento de la obesidad en adolescentes?”. La búsqueda se realizó en seis bases de datos electrónicas en portugués, inglés y español en julio de 2020, lo que permitió identificar 5401 artículos. Resultados: se identificaron 31 artículos que cubren intervenciones educativas basadas en el apoyo nutricional y psicológico, la actividad física y un estilo de vida saludable. Predominó la actividad física, las intervenciones interdisciplinarias conductuales, nutricionales y de estilo de vida. Las acciones tuvieron un efecto beneficioso sobre la calidad de vida de los participantes, el índice de masa corporal, los hábitos de ejercicio diario y la conducta alimentaria positiva entre los adolescentes. Las intervenciones para el control y la prevención de la obesidad analizadas en esta revisión tuvieron efectos positivos en la reducción del peso corporal. Conclusión: los hallazgos señalaron la necesidad de realizar más estudios para tener un mayor control sobre los beneficios y la adherencia a las intervenciones destinadas a prevenir y tratar la obesidad


 

Descriptores: Adolescente; Educación Alimentaria y Nutricional; Educación para la salud; Ejercicio Físico; Obesidad.

 

 

INTRODUÇÃO

A obesidade apresenta-se como um problema mundial de saúde pública cada vez mais prevalente em adolescentes. É uma Doença Crônica Não-Transmissível (DCNT), evitável, caracterizada pela elevação da massa adiposa corporal, que pode resultar em inúmeros prejuízos à saúde, como doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer1,2.      

De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade quase que triplicou no período de 1975 a 2016, constatando-se que mais de 340 milhões de crianças e adolescentes na faixa etária de 5 a 19 anos apresentavam índice de massa corporal (IMC) fora da curva-padrão no ano de 2016, com aumento de 18% na prevalência deste problema crônico1.

Estudos realizados nos Estados Unidos3 e Emirados Árabes4 destacam a obesidade como importante problema de saúde pública, com implicações graves para a saúde, como comorbidades relacionadas com fatores fisiológicos e psicológicos. Pesquisa realizada em escolas de 21 países europeus identificou números preocupantes de adolescentes com obesidade grave, e assim, destacou a relevância de a obesidade ser tratada por meio de uma variedade de intervenções educativas, desde a prevenção precoce do sobrepeso e da obesidade, até o tratamento daqueles que precisam5.                                                      

Intervenções educativas têm sido relatadas como estratégia potencial de fomento a mudanças de estilo de vida de adolescentes, acompanhada de melhoria do perfil antropométrico e de composição corporal. Protocolo de intervenção com teor educativo pode oferecer metodologia de fácil adaptação e baixo custo para serviços de saúde, com alta adesão e baixa taxa de abandono6. 

Estudos consultados inferem que intervenções educativas podem contribuir significavamente para redução IMC, massa gorda relativa e absoluta, melhora na autoestima e imagem corporal em relação à percepção do estado físico e diminuição de medo7,8.

Assim, o desenvolvimento de intervenções e programas educativos voltados para promoção de comportamentos de saúde positivos podem favorecer a redução e controle da incidência de sobrepeso e obesidade. Ressalta-se a importância da orientação de profissionais de saúde em relação aos hábitos saudáveis que podem ter impacto significativo na redução dos agravos à saúde decorrentes da obesidade e melhorar a qualidade de vida dos adolescentes9,10.

Deste modo, a identificação da efetividade de programas e intervenções educativas na prevenção ou tratamento da obesidade, disponíveis na literatura científica, pode contribuir para a prática profissional ao disponibilizar evidências sobre estratégias eficazes e adequadas ao público-alvo. Além disso, permitirá a identificação de lacunas do conhecimento e suscitar novas práticas de prevenção e tratamento para esta problemática.

Ante o exposto, este estudo objetivou identificar a efetividade de intervenções educativas na prevenção ou tratamento da obesidade em adolescentes.

 

MÉTODO

Trata-se de revisão integrativa da literatura, método de pesquisa que permite a análise da literatura de forma sistemática, além de divulgar dados científicos produzidos por outros autores11. O corpus do estudo foi formado por produções científicas que evidenciavam intervenções para prevenção da obesidade em adolescentes por meio de seis etapas metodológicas12.

A questão norteadora foi construída com base na estratégia População Interesse Contexto (PICo): Qual a efetividade de intervenções sobre prevenção/tratamento da obesidade em adolescentes? Considerou-se P = adolescentes; I = intervenções de prevenção ou tratamento contra obesidade; e Co = redução/prevenção da obesidade13.

Os critérios de inclusão delimitados foram estudos nos idiomas português, inglês e espanhol, que respondessem à questão norteadora e estivessem disponíveis na íntegra eletronicamente, no período de 2000 a 2020. Foram excluídas publicações repetidas, revisões de literatura, editoriais, manuais, dissertações e teses.

A busca dos estudos foi realizada durante o mês de julho de 2020. Esse processo ocorreu em bases de dados relevantes e de impacto para o contexto da saúde, sendo elas: Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem Online (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Cochrane, Science Direct, Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).

Para a realização das buscas nas bases de dados, foram utilizados descritores controlados presentes no Medical Subject Headings (MeSH), os quais: obesity e adolescente, que foram associados com palavra-chave “intervention”, formando uma estratégia de busca ampla: (Obesity AND Adolescent AND Intervention).

Após a exclusão de duplicatas por meio do gerenciador de referências do Mendeley, o processo de seleção dos estudos foi realizado de forma independente por dois revisores. Destaca-se que quando havia discordância sobre o julgamento da elegibilidade, bastava apenas um revisor julgar o artigo elegível que ele passava para a etapa seguinte.

A seleção dos estudos ocorreu em duas etapas. Inicialmente, os estudos potencialmente elegíveis foram pré-selecionados por meio da avaliação dos títulos e resumos das publicações recuperadas nas buscas. Na segunda etapa, foi realizada avaliação do texto na íntegra para confirmação da elegibilidade. A extração dos dados das publicações incluídas também foi realizada de forma independente entre os pesquisadores e as informações foram confrontadas. Para extrair as variáveis necessárias para atingir o objetivo proposto, utilizou-se formulário próprio de coleta de dados, elaborado pelos autores, com as seguintes variáveis: autores, ano, país do estudo, tipo de estudo, nível de evidência, amostra, ambiente, idade, nível de obesidade, tempo de seguimento, tipo de intervenção e seus elementos educativos e efetividade.

A análise dos dados da revisão integrativa foi elaborada na forma descritiva. Cada estudo incluído foi analisado minuciosamente pelos autores e elaborou-se dois quadros síntese contendo as seguintes informações: autores, ano de publicação, objetivo, cepas causadoras das epidemias/pandemia, cidade e ano de ocorrência, dimensões e construtos relacionados com a Síndrome de Burnout.

O nível de evidência definido seguiu a classificação: nível I – metanálise de estudos controlados e randomizados; nível II – estudo experimental; nível III – estudo quase experimental; nível IV – estudo descritivo/não experimental ou com abordagem qualitativa; nível V – relato de caso ou experiência; nível VI – consenso e opinião de especialistas14.

RESULTADOS

Foram selecionados 31 estudos, com base nos critérios de inclusão estabelecidos. Os dados compilados contemplaram a caracterização dos estudos e as intervenções descritas em cada artigo sobre prevenção ou tratamento da obesidade em adolescentes. O fluxograma do processo de seleção está apresentado na Figura 1.

Figura 1. Fluxo de seleção dos artigos. Sobral (CE), Brasil, 2020.

Diagrama

Descripción generada automáticamente

Característica da amostra

Foram selecionadas 31 publicações, provenientes de estudos realizados em países diversos, com predomínio do cenário brasileiro, efetivados majoritariamente em ambiente familiar e escolar, com adolescentes.

A maioria dos estudos usou como critérios de inclusão a avaliação do IMC, que variou de 19,94 a 36,6. Os programas de intervenção tiveram acompanhamento longitudinal, com duração de no mínimo dois e no máximo 36 meses. Estas informações estão exemplificadas no Quadro 1.

Quadro 1 – Distribuição das características metodológicas dos artigos incluídos na revisão integrativa. Sobral (CE), Brasil, 2020.

Autor(es)/ Ano/ País

Tipo de estudo/

Nível de evidência

Amostra

Ambiente

Idade

Nível de obesidade (valores de IMC)

Tempo de seguimento

Zanatta et al., 202014/Brasil

Experimental/ II

37

Instituição de Saúde

15 a 18 anos

≥ percentil 85

3 meses

Ishak et al., 202016/Malásia

Quase experimental/III

76

Escolar

13 a 14 anos

GI - 20,94 ± 4,72

GC- 19,94 ± 5,62

3 meses

Chew et al.,201917/ Singapura

Experimental/II

61

Familiar

10 a 16 anos

GI - 29.93 ± 4.24

GC- 30.11 ± 4.43

6 meses

Poll et al., 201918/Brasil

Experimental/II

62

Escolar

Média

GI -13.2 ± 1.5

GC- 13.0 ± 1.8

GI - 29.3 ± 6.7

GC - 27.4 ± 4.5

6 meses

Branco et al., 201919/Brasil

Experimental/II

33

Familiar

13 a 17 anos

G1-34,1 ± 7,1

G2- 33,6 ± 6,2

3 meses

Martín-García et al., 201920/

Espanha

Experimental/II

 

47

Escolar

7 a 16 anos

GI- 28,1 ± 3,6

GC- 28,7 ± 3,2

3 meses

Rubin et al., 201921/

Estados Unidos

Quase experimental/III

111

Familiar

8 a 16 anos

Percentis de 97,3 ± 0,3

5,5 meses

Costa et al., 20197/

Brasil

Quase experimental/III

17

Familiar

16 ± 1

Indisponível

3 meses

Ojeda-Rodríguez et al.,201822/ Espanha

Experimental/II

107

Familiar

Média

GI-11,49 ± 2,5

GC-10,7 ± 2,4

GI- 28,52 ± 4,6

GC- 28,1 ± 4,5

22 meses

Freitas et al.,20176/Brasil

Experimental/II

76

Familiar

13 a 18 anos

GI- 34,48 ± 3,88

GC- 34,55 ± 3,36

3 meses

Bianchini et al., 20168/Brasil

Experimental/II

 

163

Familiar

Faixa etária ou média indisponível

GI- 29,2 ± 7,3

GC- 27,8 ± 7,7

3,6 meses

Duman et al.,201623/Turquia

 

Observacional/IV

50

Familiar

Média

12,16 ± 0,99

Indisponível

2 meses

Tortosa-Martínez et al., 201624/Espanha

Quase experimental/ III

38

Escolar

Média

GI-12,95 ± 0,9

GC-13,1 ± 0,9

GI- 26,5 ± 3,4

GC- 27,2 ± 3,4

5,5 meses

Ricci-Vitor et al, 201625/Brasil

Quase experimental/ III

15

Indisponível

10,93 ± 2,28

28,9 ± 8,3

3 meses

Parra-Medina et al.,201526/ Estados Unidos

Quase experimental/ III

348

Familiar

Mediana

Crianças 12 (10-14)

IMC Mediano

34,9

 

2,7 meses

Sousa et al., 201527/Brasil

Observacional/IV

48

Instituição de Saúde

12 a 18 anos

Média do escore de Z do IMC - 2,661

5,5 meses

Fidelix et al., 201528/Brasil

Quase- experimental/

Nível III

183

Laboratório de pesquisa

12 a 18 anos

> percentil 95

3 meses

Ryder et al.,201429/Estados Unidos

Quase-experimental/

Nível III

15

Escolar

15,0 ± 1,0

Percentil 96,3 ± 1,1

3 meses

Sousa et al., 201430/Brasil

Experimental

Nível II

989

Escolar

15 a 24 anos

34,5 a 34,8

10 meses

Giel et al.,201331/Alemanha

Quase-experimental/

Nível III

41

Instituição de Saúde

13,7 ± 1,4

> Percentil 99,5 ou percentil 90

6 meses

Antunes et al.,201332/Brasil

Quase-experimental/

Nível III

34

Laboratório de pesquisa

12 a 15 anos

Antes da intervenção – 29,5 ± 5,1

Após intervenção – 28,9 ± 3,4

5 meses

Milano et al., 201333/Brasil

Observacional/

Nível IV

24

Indisponível

10 a 16 anos

29,25 ± 4,67

3 meses

Hintze;Cattai;Junior, 201234/Brasil

Quase - experimental/

Nível III

33

Laboratório de pesquisa

Homens-12.91±2.39  Mulheres-13.25±1.58

Homens-31,96±3,19

Mulheres-31,02±6,91

8 meses

Denielsson et al.,201235/Suécia

Observacional/

Nível IV

643

Instituição de Saúde

6 a 16 anos

Média do escore de Z do IMC 1,6 a <3,5

36 meses

Silva et al.,201236/Brasil

Quase-experimental/

Nível III

19

Indisponível

10 a 18 anos

Antes da intervenção – 30,44 ± 4,81

Após intervenção – 29,58 ± 4,82

8 meses

Johnston, Massey; Marker-Hoffman, 201237/Estados Unidos

Quase-experimental/

Nível III

115

Laboratório de pesquisa

18,4 ± 0,6

23,21 ± 3,28

2 meses 1 semana

Vargas et al.,201138/Brasil

Experimental/

Nível II

331

Escolar

11 a 17 anos

GI-19,5±3,36

GC-18,9±3,18

4 meses

Martelo, 200939/Brasil

Experimental /

Nível II

82

Escolar

10 e 17 anos

> percentil 85

3 meses

Farias et al., 200940/Brasil

Quase - experimental/

Nível IV

383

Escolar

10 a 15 anos

IMC > 19,0

12 meses

Rodrigues; Boog, 200641/Brasil

Observacional/

Nível IV

22

Laboratório de pesquisa

11 a 16 anos

Indisponível

8 meses

Fernandez et al.,200442/Brasil

Experimental /

Nível II

28

Indisponível

15 e 19 anos

≥ percentil 95

3 meses

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

Métodos de intervenção

Os estudos selecionados abrangeram variados elementos de intervenção para educação em saúde, com predomínio de orientações baseadas no apoio nutricional7,8,18,28,34,35,36,38 e prática de atividade física ou exercício físico7,15,29,34,35. Os estudos apontaram que é importante que as intervenções atendam às necessidades e interesses da população-alvo; e que sejam iniciadas precocemente e mantidas por período de tempo adequado.

Efetividade das intervenções

Observou-se efetividade das intervenções educativas em 29 estudos. Os principais desfechos evidenciados relacionaram-se com aumento na prática de exercícios físicos20,21,23,24 melhor conhecimento ou comportamento alimentar16,38,41 e redução de medidas de peso e outras variáveis relacionadas com o IMC8,27,28,34,36. 

Quadro 2.  Descrição dos elementos das intervenções educativas e efetividade das intervenções. Sobral (CE), 2020.

Autores

Elementos da intervenção

Efetividade da Intervenção

Zanatta et al., 202014

- Ações educativas em saúde

- Autonomia e do empoderamento para mudança do comportamento alimentar

- Prática de atividade física

A intervenção de abordagem motivacional interdisciplinar não impactou na capacidade de exercício e níveis de atividade física habitual em adolescentes com sobrepeso e obesidade.

Costa et al., 201921

- Terapia cognitivo-comportamental semanal

- Reeducação alimentar duas vezes por semana

- Prática de atividades físicas três vezes por semana

As intervenções interdisciplinares promoveram melhora na imagem corporal em relação à percepção do estado físico e diminuição de medo. Houve ligeiras mudanças no comportamento dos adolescentes.

Bianchini et al., 201624

- Intervenção psicológica semanal por uma hora

- Intervenção nutricional semanal por uma hora

- Intervenção semanal por profissionais da Educação Física

- Consultas individuais de pais e adolescentes com pediatra

- Intervenção psicológica com pais ou responsáveis

Após a intervenção houve melhorias significativas nas variáveis IMC, circunferência de cintura e quadril, massa gorda relativa e absoluta, massa magra, flexibilidade, força/resistência abdominal e aptidão cardiorrespiratória, porém com resultados mais expressivos para as meninas sobre a circunferência de cintura, gordura corporal (kg) e força/resistência abdominal.

Sousa et al., 201529

- Uso de plataforma virtual (plataforma e-terapêutica Next.Step)

- Apoio de equipe interdisciplinar (pediatra, nutricionista, fisiologista e psicólogo)

A avaliação pós-intervenção mostrou redução significativa nas variáveis antropométricas e comportamentais, z-score do IMC, percentil de circunferência da cintura e do quadril e no tempo de tela semanal.

Fidelix et al., 201530

- Consulta com endocrinologista

- Intervenção nutricional

- Psicoterapia

- Treinamento aeróbico supervisionado

Adolescentes mais velhos, com maiores sintomas de distúrbios alimentares e de níveis de colesterol total, têm menor chance de aderir a tratamentos interdisciplinares para perda de peso.

Hintze;Cattai;Junior, 201236

- Atividades físicas e treinos de resistência

- Intervenções nutricionais

O programa resultou em melhorias na mudança de comportamento no consumo de lipídios na dieta e frequência de exercícios e na autodescrição de atividade física habitual, gordura corporal e aparência.

Denielsson et al.,201237

- Acompanhamento periódico com orientações sobre hábitos alimentares mais saudáveis e prática de atividade física

Os adolescentes entre 14 e 16 anos de idade não apresentaram redução no escore do IMC após 1, 2 ou 3 anos de tratamento comportamental. Por outro lado, o efeito do tratamento comportamental, quando iniciado entre 6 e 9 anos de idade foi mais eficaz com obesidade grave do que com obesidade moderada.

Silva et al.,201238

- Terapia psicológica

- Orientação nutricional

- Atividade física orientada

- Consultas médicas individuais

As intervenções promovem melhorias nos parâmetros antropométricos, IMC, circunferência da cintura e massa gorda absoluta. Além de melhor composição corporal e aptidão física

Martelo, 200941

- Exercício aeróbio, anaeróbio e intervenção nutricional

- Exercício aeróbio e intervenção nutricional

O grupo com exercício aeróbio, anaeróbio e intervenção nutricional obteve melhores resultados, com diminuição do IMC, prega cutânea subescapular, gordura corporal, e, aumento da massa magra.

Ishak et al., 202015

- Alimentação saudável

- Imagem corporal positiva

- Prática de atividade física

Houve efeito positivo no conhecimento dos adolescentes sobre estilo de vida saudável, mas sem redução significativa da composição corporal.

Poll et al., 201917

- Prática de atividade física

- Encontro semanal com psicólogo

- Atividades semanais sobre nutrição

Houve redução do IMC e circunferência da cintura, diminuição de alimentos ultraprocessados, tendência de melhora da qualidade de vida, contudo, houve redução dos domínios da qualidade de vida emocional e escolar.

Branco et al., 201918

- Orientações sobre aspectos nutricionais e reeducação alimentar

- Encontro semanal com psicólogo

- Controle de Ansiedade e Sentimentos Negativos / Automonitoramento

Os resultados mostraram reduções na massa gorda, gordura corporal e circunferência da cintura, bem como, aumentos na massa musculoesquelética e na taxa metabólica de repouso. No entanto, não houve diferenças significativas na massa corporal, IMC, circunferência do pescoço ou circunferência do braço.

Ryder et al.,201431

- Aulas de educação nutricional

- Sessões de exercícios em grupo

A intervenção resultou em concentrações mais baixas de LDL (p= 0,001) e Selectina (p = 0,008) nos adolescentes obesos.

Vargas et al.,201140

- Atividades de integração sobre adoção de hábitos saudáveis de alimentação e à prática de atividade física

- Jogos e campeonatos

Houve redução na frequência de consumo de lanches fast food na escola, intervenção comparada ao controle (p = 0,001).

Rodrigues; Boog, 200643

- Atendimento individual sobre comportamento alimentar

- Dinâmicas em grupo

A intervenção foi eficaz para ajudar os adolescentes a compreenderem sua história de vida e determinantes do comportamento alimentar, assim como efetivarem mudanças na sua alimentação espontaneamente.

Chew et al.,201916

 

- Encontros grupais com pais e filhos

- Adoção de escolhas alimentares saudáveis

- Prática de atividade física

O programa mostrou viabilidade e eficácia clínica a curto prazo em melhorar alguns resultados clínicos e a percepção dos adolescentes sobre o apoio familiar.

Ojeda-Rodríguez et al., 201822

- Reeducação alimentar

-Prática de atividades físicas (200 minutos por semana)

- Uma sessão individual de 30 minutos com a nutricionista

A intervenção intensiva no estilo de vida reduziu o IMC em crianças com obesidade abdominal. Houve melhora significativa de índices alimentares, aproximando-se das recomendações nutricionais.

Parra-Medina et al.,201528

- Sessões de educação em grupo duas vezes por semana

- Prática de atividades físicas três vezes por semana

O IMC, peso, circunferência da cintura e percentual de gordura corporal melhoraram significativamente entre adultos que completaram o programa, mas as crianças e adolescentes participantes não apresentaram melhorias.

Sousa et al., 201432

- Alimentação saudável e educação para a atividade física

- Mudanças ambientais e organizacionais no ambiente escolar

Houve estabilização da prevalência de obesidade geral e central no GI. Verificou-se o aumento da prevalência para o grupo controle, para IMC e razão cintura-estatura.

Giel et al.,201333

- Aumento da atividade física de 1 para 2 horas por dia

- Diminuição de 2 horas na televisão e computador

- Orientações nutricionais

Os participantes mostraram uma mudança significativa de peso, com diminuição média de 0,1 ± 0,2 IMC (p <0,01). No entanto, a prevalência de sintomas de transtorno alimentar permaneceu estável após as intervenções.

Martín-García et al., 201919

- 90 minutos de jogos recreativos duas vezes por semana

- Estratégia motivacional com feedback constante

A intervenção influenciou os comportamentos alimentares dos jovens, principalmente o fator alimentação emocional e promoveu mudanças favoráveis ​​na composição corporal.

Rubin et al., 201920

- Jogo ativo em casa com equipamentos (bolas, argolas, obstáculos e cones)

- Ligações aos pais (orientação do jogo/ aconselhamento/solução de problemas)

Esta intervenção guiada pelos pais não aumentou a atividade física. No entanto, levou a melhorias na competência bruta das habilidades motoras.

Duman et al., 201625

- Programa de exercícios de oito semanas por três dias por semana (exercícios de aquecimento, programa de exercícios e relaxamento)

- Videogames ativos e exercícios aeróbicos e calistênicos acompanhados de música

Exercícios aplicados com videogames ativos têm efeitos positivos no estado obeso, status psicossocial e autoestima, promovendo melhoria do estado obeso, além de ter contribuições positivas para o bem-estar psicológico.

Tortosa-Martínez et al., 201626

- Sessões de aquecimento (5 a 10 minutos)

- Atividade física moderada a vigorosa (65-70 minutos)

- Alongamentos, exercícios respiratórios e a técnica de relaxamento (10 minutos)

O programa de atividade físico-esportiva contribuiu com a melhoria de parâmetros cardiovasculares e na composição corporal.

Ricci-Vitor et al, 201627

- Prática de atividades físicas três vezes por semana e duração de 60 minutos

- Intervenção nutricional e psicológica quinzenalmente

O programa de exercícios associado com aconselhamento nutricional e psicológico foi capaz de promover benefícios na modulação autonômica, reduzir a frequência cardíaca de repouso e mudar a classificação da obesidade dos indivíduos.

Antunes et al., 201334

- Treinamento concorrente com 30 minutos de atividades aeróbicas (caminhada ou corrida) e 30 minutos de trabalho resistido com exercícios com pesos

O treinamento concorrente foi eficaz para promover a redução da prevalência de fígado gorduroso, diminuição do tamanho dos lóbulos hepáticos e alterações nos parâmetros de composição corporal.

Milano et al., 201335

- Atividades aeróbicas três vezes por semana, com sessões de 110 minutos

Após o tratamento com exercício físico, os valores da atividade da enzima butirilcolinesterase dos adolescentes obesos tornaram-se semelhantes àqueles verificados em indivíduos eutróficos.

Johnston, Massey; Marker-Hoffman, 201239

- Jogo de realidade alternativa

                                                                           

Houve associação significativa para aumento da atividade física no grupo submetido ao jogo de realidade alternativa (p <0,001). Ao contrário do grupo comparação, em que houve diminuição significativa (p = 0,001).

Farias et al., 200942

- Aulas de educação física semanais, com duração de 60 minutos

A atividade física realizada durante a atividade escolar promoveu redução significativa da gordura corporal.

Fernandez et al., 200444

- Treinamento físico aeróbico e anaeróbico 

- Orientação nutricional

O exercício anaeróbio, proposto neste estudo, foi mais eficiente para promover a diminuição da gordura corporal e da percentagem de gordura que o exercício aeróbio e a orientação alimentar isolada.

Freitas et al., 201723

- Aconselhamento semanal por uma hora por psicólogo clínico (imagem corporal, distúrbios alimentares, relação entre alimentos e sensações, problemas familiares e sociais, humor, ansiedade e depressão)

Os adolescentes que receberam a intervenção apresentam menor peso corporal, massa gorda relativa, maior massa livre de gordura e melhora na qualidade de vida.

Fonte: Elaborado pelos autores.

DISCUSSÃO

Esta revisão incluiu 31 estudos que abrangeram programas de intervenção com foco na redução de peso de adolescentes. Os cenários predominantes foram os espaços familiares e escolares, por constituírem-se como ambientes de fácil acesso aos adolescentes. Deles, 29 estudos apresentaram resultados significativos nos parâmetros avaliados após as intervenções.

Os estudos analisados buscaram a inclusão de adolescentes com IMC elevado (>19). A determinação do IMC tem sido adotada como método simples de avaliação do estado nutricional de diferentes grupos populacionais, inclusive adolescentes16,18,19. Na América Latina, a prevalência do excesso de peso oscila de 19 a 37% na faixa etária de 5 a 11 anos e de 17 a 36% na faixa etária de 12 e 19 anos43.

Estudos têm demonstrado que isso se deve ao fato de adolescentes possuírem preferências alimentares inadequadas, com alto consumo de alimentos processados e ultraprocessados, por interferência das relações sociais existentes e midiáticas, o que favorece elevação do peso e, consequentemente, do IMC44,45. Além disso, adiciona-se a ocorrência do uso generalizado da tecnologia inclusive em atividades de lazer como televisão, videogames, computadores, tablets e celulares, que impulsionam o comportamento sedentário46, demonstrando a necessidade de intervenções nesta condição crônica18.

Para contribuir com a redução da prevalência do excesso de peso entre adolescentes, estudos clínicos têm buscado desenvolver programas de intervenção educativa longitudinais que possam favorecer a mudança no estilo de vida, reeducação alimentar, perda de peso e melhor qualidade de vida6,22.

No presente estudo, foram observadas intervenções que abrangeram orientações pautadas no apoio nutricional e psicológico, prática de atividade física ou exercício físico e estilo de vida saudável. Tais estratégias correspondem aos principais tipos de tratamentos não farmacológicos da obesidade e costumam ter influência significativa na saúde do indivíduo18.

No que se refere aos programas de intervenção pautados em exercícios físicos é importante ressaltar sua relevância na redução da obesidade em adolescentes, devido ao aumento da taxa metabólica de repouso e massa livre de gordura, que consequentemente aumentam o gasto energético diário47. Estudo consultado que avaliou os efeitos de programas de exercícios físicos na composição corporal, aptidão física e risco cardiometabólico em adolescentes identificou impacto positivo na composição corporal e nas variáveis antropométricas19.

A prática de 60 minutos de atividade física por dia, permeada por movimentos que aumentem o consumo de energia, está associada a resultados fisiológicos e psicológicos, que podem propiciar melhora no perfil da composição corporal48. Exercícios físicos orientados podem ser importante estratégia na redução de medidas antropométricas e no desenvolvimento físico do adolescente, porém, é válido destacar a necessidade de associar exercícios com mudanças nos hábitos alimentares e apoio familiar para redução efetiva na obesidade e manutenção dos resultados obtidos. 

Outra intervenção de destaque foram os programas comportamentais com elementos de intervenção interdisciplinares, uma vez que favoreceram a redução do peso corporal, promoção de práticas saudáveis e mudanças nos comportamentos relativos ao estilo de vida28.

Estudos consultados reportam a relevância desse método para redução de peso de adolescentes com IMC elevados7,8. Intervenções com elementos interdisciplinares, em associação com educação física, enfermagem, fisioterapia, nutrição e psicologia podem impactar positivamente na redução de circunferências, massa gorda e percentual de gordura corporal de adolescentes, além da melhora na imagem corporal7,49. Esses achados ressaltam a importância no cuidado interdisciplinar no combate à obesidade infanto-juvenil e no envolvimento dos profissionais em ações de promoção da saúde destinadas a essa população.

Logo, intervenções interdisciplinares com adolescentes podem favorecer a aquisição de melhores hábitos alimentares e serem mantidos durante toda a vida adulta50. Além disso, foi possível associar as intervenções comportamentais com outras estratégias, sejam educativas, sociais e ambientais, garantindo melhores resultados a longo prazo.

A educação nutricional e alimentar também foi utilizada para reduzir o IMC e outros aspectos de saúde de adolescentes. Essa intervenção é considerada estratégia de tratamento não farmacológico de baixo custo para promoção da saúde em adolescentes com sobrepeso e obesidade, uma vez que, a medida que o estado nutricional adequado é restabelecido, as médias do IMC o acompanharão49,51.

Programa de intervenção que mantém os adolescentes mais próximos com nutricionista e equipe de saúde pode propiciar maior eficácia na perda de peso. Contudo, os adolescentes precisam de tempo para mudar seus hábitos alimentares e exigem esforço contínuo para manter um novo estilo de vida52. Isso reforça a relevância de programas de intervenção de cunho longitudinal para que as ações gerem resultados positivos e duradouros, além de beneficiarem alcance da perda ponderal e melhor estado de saúde.

Alguns programas focaram em intervenção no estilo de vida, em que a maioria associou estratégias de mudanças comportamentais que pudessem favorecer a adoção de práticas alimentares saudáveis e atividade física. Intervenções de estilo de vida saudável em vários níveis com adolescentes, principalmente quando envolvem a família, são abordagens promissoras para melhorar os comportamentos individuais26.

Pesquisa na Espanha identificou que intervenção intensiva no estilo de vida em crianças e adolescentes com obesidade abdominal alcançou redução no IMC, melhor adesão às recomendações nutricionais e escores mais altos de qualidade da dieta22. Esse dado infere na importância da manutenção do estilo de vida saudável para alcance de resultados favoráveis relacionados ao peso corporal.                                                            

Dentro dos cuidados de saúde com a obesidade em adolescentes, destaca-se que a inclusão de um componente de aconselhamento psicológico na prevenção e tratamento multidisciplinar para obesidade pode fornecer melhores benefícios6.

Os estudos analisados na revisão sugerem efetividade dos programas de intervenção educativa em promover mudanças positivas no conhecimento dos adolescentes sobre estilo de vida saudável16, redução do IMC8,18,19,22,26, diminuição no consumo de alimentos ultraprocessados18, melhora na imagem corporal7 e melhor qualidade de vida6,18.

Ao interpretar tais resultados também foi preciso levar em consideração que diversos fatores podem influenciar a efetividade de programas de intervenção com foco na obesidade, como condição social, acesso aos serviços de saúde, aspectos culturais e nível de instrução educacional, além da participação interdisciplinar nessas atividades.

Apesar da inclusão de estudos primários com altos níveis de evidência, observaram-se limitações na padronização dos desfechos e na redação dos estudos, fato que limitou a coleta de informações importantes.

Outra limitação potencial do estudo é o viés de publicação, uma vez que os achados positivos têm maior probabilidade de serem publicados, resultando em uma valorização do efeito benéfico das intervenções no controle ou tratamento da obesidade. Destaca-se ainda o fato da busca ter ocorrido com os descritores no idioma inglês, de forma que os artigos sem a disponibilização no referido idioma e que seriam elegíveis para integrar a amostra do estudo podem não ter sido encontrados.

Novos estudos sobre a temática são esperados, a fim de produzir novas evidências sobre mudanças no comportamento de adolescentes com sobrepeso e obesidade de modo que se tenham mais controle sobre os benefícios e a adesão a intervenções que objetivam prevenir e tratar a obesidade.

CONCLUSÃO

As intervenções educativas analisadas demonstraram efetividade das intervenções educativas no conhecimento dos adolescentes e estilo de vida saudável, que contribuiu com redução do IMC e outros parâmetros corporais, como gordura corporal e circunferência abdominal, menor ingestão de alimentos ultraprocessados, melhora na imagem corporal e qualidade de vida.

Conflito de interesse

Os autores declaram que não possuem conflito de interesse de qualquer natureza relacionado ao artigo.

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[1] Data de recebimento: 01 de setembro de 2020                                                     Data de aceitação: 25 de novembro de 2020

[2] Enfermeira. Universidade Federal do Ceará (UFC). Brasil. E-mail: aline.ximenes11@hotmail.com  ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1674-3357

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