Resumen
Na teoria arquitetónica, a fenomenologia entende-se como um movimento que investiga a arquitetura enquanto experiência humana. Dentro desse movimento, este artigo destaca dois discursos: o de Christian Norberg-Schulz e de Juhani Pallasmaa por apresentarem, respetivamente, uma “fenomenologia do exterior” e uma “fenomenologia do interior”– domínios pertencentes e interdependentes da arquitetura. Estes arquitetos-fenomenólogos problematizaram sobre arquitetura-lugar e arquitetura-corpo para marcar as suas posições críticas ao movimento moderno e pós-moderno. O objetivo deste artigo é compreender e confrontar esses discursos por representarem uma sequencialidade de pensamentos que (conclui-se) “abrem a porta” a uma (nova) fenomenologia contemporânea na arquitetura. O desenvolvimento do tema passa pela abordagem das problemáticas da arquitetura enquanto imagem
e arquitetura de presença corporal; esta última essencial para a fenomenologia contemporânea. Metodologicamente, apresenta-se esse seguimento lógico seguido de uma contraposição das ideias abordadas. Conclui-se, destacando os pensamentos de Norberg-Schulz e Pallasmaa que desenvolvem a análise da noção do corpo na fenomenologia de arquitetura. Esta ampliação encaminha e introduz a fenomenologia contemporânea (fenomenologia de atmosfera como qualidade arquitetónica), aplicação efetiva na prática atual para arquitetos proeminentes como Daniel Libeskind, Steven Holl e Peter Zumthor.