Abstract
O desenvolvimento do pensamento algébrico é um dos principais objetivos do ensino da álgebra. Este artigo analisa o pensamento algébrico evidenciado por estudantes brasileiros sobre a fatoração algébrica. O estudo teve por base uma experiência de ensino híbrido, utilizando a metodologia de sala de aula invertida, composta por um processo cíclico de atividades instrucionais, exploratórias e avaliativas, integrando tecnologias digitais e um jogo didático. Busca-se, ainda, compreender o impacto da sala de aula invertida no desenvolvimento do pensamento algébrico dos estudantes. A coleta de dados incluiu a gravação em áudio das aulas e as produções escritas e digitais dos estudantes na resolução das tarefas, sendo analisados qualitativamente, considerando dois elementos, referidos na literatura, como vertentes do pensamento algébrico: representar e raciocinar. De modo geral, os estudantes foram capazes de interpretar expressões fatoradas, destacando os fatores comuns ou representando o valor algébrico das raízes quadradas dos termos quadráticos. Além disso, demonstraram a habilidade de mobilizar adequadamente processos de raciocínio matemático, como classificação, comparação e justificação, ao aplicarem as técnicas de fatoração por agrupamento e por diferença de quadrados. Evidenciam-se algumas dificuldades, especialmente na generalização da técnica de fatoração por agrupamento. Ao final, retiramos algumas implicações educacionais desses resultados.