Resumo
Este estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico da morbimortalidade por insuficiência cardíaca no Brasil no período de 2013 a 2017. Estudo ecológico e descritivo realizado a partir de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Os dados coletados foram referentes ao sexo, faixa etária, raça/cor, internações e óbitos. Para análise dos dados, adotou-se estatística descritiva simples (frequências absolutas e relativas). Durante o quinquênio foram registrados 865.327 internações e 90.990 óbitos, correspondendo a uma taxa de mortalidade de 10,52%. A região sudeste evidenciou maior porcentagem de internações (41,66%), óbitos (46,83%) e taxa de mortalidade (11,82%). A população com idade ≥ 80 anos apresentou maior número de internações (21,95%), óbitos (33,54%) e taxa de mortalidade (16,07%). O sexo masculino alcançou maior número de internações (51,29%) e o feminino obteve maior número de óbitos (50,53%) e taxa de mortalidade (10,91%). A cor branca se destacou com 37,08% das internações e 36,62% dos óbitos e a maior taxa de mortalidade foi observada na população indígena (11,04%). Este estudo traz evidência sobre as disparidades nos internamentos, óbitos e taxa de mortalidade por Insuficiência Cardíaca de acordo com a idade, sexo e cor/raça distribuídas nas regiões brasileiras, o que reflete a dificuldade que certas populações de grupos étnicos possuem com relação ao acesso aos serviços de saúde e o diagnóstico por meio de tecnologias de alta complexidade. Há, desse modo, a necessidade de implementação de medidas preventivas da patologia, promoção e proteção da saúde especialmente para a população indígena.