Resumo
O sistema educacional brasileiro é um reflexo das resistências históricas sobre estudos em liderança educacional; no entanto, no atual contexto democrático, a gestão e a liderança escolar brasileira estão sob pressões políticas de avaliação e controle. É pertinente que o sistema educacional opte por uma gestão escolar mais horizontal, sabendo que a liderança educacional e a gestão pedagógica são decisivas para a melhora da escola. A liderança educacional facilita a análise das relações de acesso ao poder, facilita a democratização e a promoção dos sujeitos, de modo que são necessárias técnicas que ajudem a compreender a percepção dos agentes educacionais sobre como a liderança é desenvolvida a partir da gestão escolar. O objetivo do presente estudo é reconhecer a relevância das cartografias (organogramas) como ferramentas para interpretar as percepções dos agentes educacionais sobre a liderança escolar em duas escolas do Estado do Ceará, Brasil. Participaram dezesseis sujeitos de escolas localizadas em contextos vulneráveis. Constatou-se que os organogramas permitem o acesso às percepções dos agentes educacionais sobre a liderança dos diretores de escola e que proporcionam agilidade, democratizam a participação e geram interação com os pesquisadores, além de promoverem uma discussão centrada na práxis daqueles que produzem a teoria da liderança educacional, se forem realizados exercícios dialógicos. Os organogramas, destacam-se que ainda prevalece o reflexo de um sistema educacional voltado para o controle e a avaliação, mais que estão caminhando para uma transição de modelos mais horizontais.