O Museu das Relações Rompidas em Zagreb, Croácia, como discurso museológico de espetáculo da intimidade

Resumo

Nessa sociedade, a aparência e a exposição conferem existência e valor como parte de um processo de produção e objetivação que exerce domínio sobre a vida social. A integração do discurso do museu, desde os objetos ou obras e sua disposição no espaço que é explorado com sua arquitetura, iluminação e instalação para orientar o visitante a navegar pela narrativa do que está exposto, faz parte desse processo. Nesse contexto, o Museu das Relações Rompidas, como um “espaço público físico e virtual criado com o propósito de valorizar e compartilhar suas histórias de ruptura e posses simbólicas”, desdobra-se como um caso paradigmático desse processo de espetacularização de objetos pessoais transmutados ou ressignificados por meio do discurso do museu. Além disso, esses objetos são peculiares, pois se referem à intimidade da experiência sentimental do rompimento. Este artigo propõe uma análise do discurso museológico do ponto de vista da museografia e da curadoria para determinar como a proposta de projeção da intimidade como um produto comercial é construída no ambiente físico e virtual do museu contemporâneo.