Resumo
Este artigo discute as experiências elaboradas pelos homens de Telchac Pueblo, Yucatán, com relação a sua(s) masculinidade(s) a partir de sua participação como trabalhadores agrícolas no Programa Bracero (1942-1964) acordado entre México e Estados Unidos. Através de um estudo de corte etnográfico com entrevistas em profundidade, diálogos com informantes-chave e observação participante no lugar de origem, são discutidos as narrativas que os telchaqueños elaboram sobre sua experiência como homem aventureiro, ousado, provedor, mas também considerado descartável, inútil e “de segunda” durante os últimos anos de operação desse programa binacional. Conclui-se com algumas reflexões sobre a forma como a hegemonia patriarcal opera em corpos, crenças e formas de relacionamento entre os homens telchaqueños e suas famílias; cuja masculinidade heteronormatizada desliza entre as fronteiras físicas, sociais e/ou simbólicas.