Resumo
O artigo examina as possibilidades do discurso poético para resinificar um fato histórico, no caso, a ditadura militar chilena (1973-1990). Nosso objetivo principal é analisar dois livros escritos durante o governo Pinochet, Canto a su amor desaparecido de Raúl Zurita e Huellas de Siglo de Carmen Berenguer, para mostrar que o discurso poético serviu de espaço de resistência e crítica ao regime militar. Para cumprir este propósito, por um lado, revisamos de maneira geral as diferentes dições poéticas que existiram nos anos 80, por outro, examinamos o complexo contexto social enfrentado pelos artistas da época. Posteriormente, com base em fontes da época e bibliografia especializada, nos aprofundamos nas estratégias literárias que cada uma das obras segue para nomear o horror vivido durante a ditadura.