Resumo
Este artigo demostra que apesar dos esforços da Inglaterra para eliminar o comércio de escravos, os interesses das elites escravagistas da América promoveram formas para que certas quantidades de escravos continuassem a entrar clandestinamente, em especial nos Estados Unidos, Brasil e Cuba. Nos territórios africanos, os mecanismos também funcionaram para eludir as proibições, uma vez que a economia dos enclaves coloniais, especialmente no Reino do Kongo e Angola), ainda dependia do comércio de pessoas e era difícil redirecioná-lo rapidamente para outras actividades. O mesmo poderia ser dito das sociedades africanas daquelas regiões, igualmente especializadas nesta atividade desumana, da qual dependiam. Estes fatores conspiraram contra uma rápida extinção do tráfico de escravos e são estudados neste artigo através de uma coleção de documentos publicada em Angola. Foram aplicados os métodos de análise bibliográfica e documental.
Referências
Anónimo. (1862). Quarenta e cinco dias em Angola. Apontamentos de viagem. Porto: Tipographia de Sebastião José Pereira.
Bambi, Fernando Jones. (2019). La estrategia de resistencia de Jindembu a la penetración portuguesa 1872-1919. Santiago de Cuba: Universidad de Oriente (manuscrito no publicado).
Boahen, Albert Adu. (2010). Tendências e processos novos na África. História geral da África, VI: África do século XIX à década de 1880 (pp. 47-75). Brasília: UNESCO.
Caldeira, Arlindo Manuel. (2013). Escravos e traficantes no Império Português. O comércio negreiro português no Atlântico durante os séculos XV a XIX. Lisboa: A Esfera dos Livros.
Calheiros e Menezes, Sebastião Lopes de. (1867). Relatório do Governador Geral da Província de Angola Sebastião Lopes de Calheiros e Menezes, referido ao ano 1861. Lisboa: Imprensa Nacional.
Cortez Wissenbach, Maria Cristina. (2008). Entre caravanas de marfim, o comércio da urzela e o tráfico de escravos: Georg Tams, José Ribeiro dos Santos e os negócios da África centro-ocidental na década de 1840. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional – MinC. Recuperado de https://www.bn.gov.br/sites/default/files/documentos/producao/pesquisa/entre-caravanas-marfim-comercio-urzela-trafico-escravos//mariacristinacortez.pdf
Fernández Carcassés, Manuel. (2008). Inmigración gallega y minas de hierro en el suroriente cubano (1902-1930). En José Manuel Azcona Pastor, Israel Escalona y Mónica García (Eds.), Relaciones bilaterales España-Cuba (Siglo XX) (pp. 199-217). Madrid: Sílex Universidad.
Ferreira, Roquinaldo. (2012). Cross-Cultural Exchange in the Atlantic World Angola and Brazil during the Era of the Slave Trade. New York: Cambridge University Press.
Ferreira, Roquinaldo. (2014). Slave flights and runaway communities in Angola (17th-19th centuries). Anos 90, 21(40), 65-90. Recuperado de https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/45927/32266
Franco, José Luciano. (1980). Comercio clandestino de esclavos. La Habana: Ciencias Sociales.
Gentili, Anna María. (2012). El león y el cazador. Historia del África Subsahariana. (1 ed.). Buenos Aires: CLACSO.
Heywood, Linda M. (2009). Slavery and Its Transformation in the Kingdom of Kongo: 1491-1800. The Journal of African History, 50(1), 1-22.
Klein, Herbert S. (2011). El tráfico atlántico de esclavos, Lima: IEP Instituto de Estudios Peruanos.
Knight, Franklin W. (1970). Slave society in Cuba during the Nineteenth Century. Madison: University of Wisconsin Press.
Mascarenhas, Filipe Martins Barbosa de. (2014). O outro lado da escravatura. Repressão e abolição do serviço forçado de carregadores e do tráfico de escravos. Luanda: s/e.
Moreno Fraginals, Manuel. (1978). El Ingenio. Complejo económico social cubano del azúcar. La Habana: Editorial de Ciencias Sociales.
Pinto Góes, José Roberto. (2011). Cordeiro de Deus: tráfico, demografia e política no destino dos escravos. En Marco A. Pamplona (Org.), Escravidão, exclusão e cidadania (pp. 19-47). Rio de Janeiro: Ed. Access.
Piqueras, José Antonio. (2016a). La esclavitud española en América Latina y el Caribe. La Habana: Editora Historia.
Piqueras, José Antonio. (2016b). Presentación a la edición en español. En José Antonio Piqueras (Coord.), Esclavitud y capitalismo histórico en el siglo XIX. Brasil, Cuba y Estados Unidos (pp. 7-23). Santiago de Cuba: Editorial del Caribe.
Prado Junior, Caio. (2006). História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense.
Reis, João José. (2016). De escravo a rico liberto: a história do africano Manoel Joaquim Ricardo na Baia oitocentista. Revista de História, (174), 15-68. Recuperado de https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-83092016000100014&script=sci_abstract&tlng=pt
Sarracino, Rodolfo. (1989). Inglaterra: sus dos caras en la lucha cubana por la abolición. La Habana: Letras Cubanas.
Scott, Rebecca. (1985). Slave Emancipation in Cuba. The transition to free labor, 1860-1899. Princeton: Princeton University Press.
Shillington, Kevin. (1989). History of Africa. New York: St. Martin's Press.
Thomas, Hugh. (1998). La trata de esclavos. Historia del tráfico de seres humanos de 1440 a 1870. Barcelona: Editorial Planeta.
Tomich, Dale. (1988). The “second slavery”: Bonded Labor and the Transformations of the Nineteenth-Century World Economy. En Francisco Ramírez (Ed.), Rethinking the Nineteenth Century Movements and Contradictions (pp. 103-117). Westport: Greenwood Press.
Tomich, Dale. (2016). La esclavitud en el capitalismo histórico. Hacia una historia teórica de la segunda esclavitud. En José Antonio Piqueras (Coord.), Esclavitud y capitalismo histórico en el siglo XIX. Brasil, Cuba y Estados Unidos (pp. 65-104). Santiago de Cuba: Editorial del Caribe.
Thornton, John. (2000). Mbanza Kongo/Sao Salvador: Kongo's Holy City. En David Anderson y Richard Rathbone (Eds.), Africa's Urban Past (pp. 67-84). Oxford: James Currey Ltd.
Toplin, Robert B. (1974). Slavery and race relations in Latin America. Westport: Greenwood Press.
Wallerstein, Inmanuel. (2011). El moderno sistema mundial III. La segunda era de gran expansión de la economía mundo capitalista, 1730-1850. México: Siglo XXI Editores.
Zeuske, Michael. (2016). Cosmopolitas del Atlántico esclavista: los "africanos" Daniel Botefeur y su esclavo de confianza Robin Botefeur en Cuba. Almanack, (12), 129-155. Recuperado de https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-46332016000100129