Atividade física e TDAH: evidências sobre o desenvolvimento, efeitos neurocognitivos de curto e longo prazo e suas aplicações

Resumo

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) caracteriza-se por retardo no desenvolvimento neurobiológico. A atividade física (AF) pode influenciar em vários dos mecanismos neurocognitivos que também são afetados pelo TDAH, portanto, pode ser considerada como parte de seu tratamento e manejo. Esta revisão sobre o transtorno resumirá os estudos que avaliaram a AF, a aptidão física e a coordenação motora. Artigos sobre AF infantil foram incluídos no espectro de TDAH. Entre os resultados estão a) estudos transversais: crianças com TDAH têm níveis mais altos de AF do que aquelas aparentemente saudáveis. A infância coincide com as oportunidades de participar de jogos livres, mas essa vantagem é reduzida durante a adolescência, na qual a AF é estruturada e menos inclusiva. Durante a idade adulta, as pessoas com TDAH são mais propensas a serem obesas e a não adotar as recomendações para terem estilos de vida saudáveis; b) Estudos longitudinais: A fase inicial de AF prediz a gravidade dos sintomas de TDAH nos estágios subsequentes e c) Outros estudos: A AF moderada de curta duração proporciona benefícios neurocognitivos. Os resultados em intervenções de várias semanas diferem segundo a variável de interesse e o grupo com o qual a intervenção é comparada. As intervenções de AF que desafiam habilidades cognitivas e habilidades de movimento proporcionam benefícios às crianças com TDAH. Além disso, estimulam crianças e adolescentes a participarem de AF estruturada, a cumprir a recomendação de AF e a incluir AF de curta duração como parte das rotinas diárias.